Informações e notícias sobre Rankings. Os melhores, piores, maiores e menores do Brasil e do mundo você encontra no nosso blog.

18 de dezembro de 2010

Novo ranking campeonato brasileiro (1959-2010)


Veja quem são os melhores após a unificação de títulos

A decisão da Confederação Brasileira de Futebol de reconhecer os títulos da Taça Brasil (disputada entre 1959 a 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (disputado entre 1967 e 1970) como campeonatos nacionais oficiais mudou a hierarquia dos campeões do futebol do Brasil. Porém, ainda não há nenhum ranking de quais são os clubes com os melhores desempenhos na (nova) história do Campeonato Brasileiro.

Por isso, o H&R formulou um ranking que considera resultados da Taça Brasil, Roberto Gomes Pedrosa e Campeonato Brasileiro. Os anos entre 1959 a 1970 causaram muitas mudanças na ordem de quem são os melhores times. Se de 1971 até 2010, O São Paulo é praticamente imbatível nos rankings (exceto o da CBF) com a inclusão dos torneios desde 1959 o novo campeão do futebol brasileiro é o Santos.

Este ranking contou todos os resultados de campeonatos nacionais (inclusive os dois de 1987 e a Copa João Havelange de 2000), as Taças de Prata e os Torneios Roberto Gomes Pedrosa. O primeiro lugar vale 5 pontos, o vice-campeonato 3 e o terceiro lugar 1 ponto. Vejam agora quais são os maiores clubes da história do Campeonato Brasileiro.




Ranking do Brasileirão (pontos – Nº de títulos)

  1. Santos 60 (8)
  2. Palmeiras 49 (8)
  3. São Paulo 48 (6)
  4. Inter 41 (3)
  5. Flamengo 34 (6)
  6. Corinthians 33 (4)
  7. Vasco 32 (4)
  8. Cruzeiro 31 (2)
  9. Botafogo 21 (2)
  10. Atlético-MG 21 (1)
  11. Grêmio 20 (2)
  12. Fluminense 18 (3)
  13. Bahia 16 (2)
  14. Guarani 13 (1)
  15. Atlético-PR 8 (1)
  16. Coritiba 6 (1)
  17. Fortaleza 6
  18. Náutico 6
  19. São Caetano 6
  20. Sport 5 (1)
  21. Vitória 4
  22. Bragantino 3
  23. Portuguesa 3
  24. Bangu 3
  25. Santa Cruz 1
  26. América-RJ 1
  27. Ceará 1
  28. Brasil 1
  29. Goiás 1
  30. Operário-MS 1
  31. Ponte Preta 1

Coloque seu e-mail aqui e receba conteúdo grátis:


Delivered by FeedBurner

17 de dezembro de 2010

Cidades mais ricas do Brasil

Confira quais são os municípios com maiores PIB no país

O Brasil é um país com baixa distribuição de renda. Este quadro não se configura apenas entre as pessoas, mas também entre cidades. A prova disto está no ranking de hoje do nosso blog: as cidades com maior PIB no Brasil. Os dados do IBGE são referentes ao ano de 2008.

Para ter uma ideia da concentração de renda em relação as cidades, apenas São Paulo (maior cidade do Brasil em relação a população) domina mais de 10% do PIB nacional. Isto sem falar que cidades próximas a capital paulista aparecem na lista dos 20 municípios mais ricos do país: Guarulhos (9º lugar), Osasco (11º lugar), São Bernardo do Campo (13º lugar) e Barueri (16º lugar).

Das vinte cidades mais ricas do Brasil, dez são capitais. Na divisão por regiões, 14 ficam na região sudeste; duas na região sul; duas na região Nordeste; uma na centro-oeste e uma na região Norte.Para quem não sabe, PIB é a sigla de Produto Interno Bruto e é o resultado da soma de todas as riquezas de um local. Confira agora a lista das cidades com maiores PIB do Brasil




Cidades com maior PIB (% do PIB nacional)
  1. São Paulo: 11,8%
  2. Rio de Janeiro: 5,1%
  3. Brasília: 3,9%
  4. Belo Horizonte: 1,4%
  5. Curitiba: 1,4%
  6. Manaus: 1,3%
  7. Porto Alegre: 1,2%
  8. Duque de Caxias, RJ: 1,1%
  9. Guarulhos, SP: 1,1%
  10. Campos dos Goytacazes, RJ: 1,0%
  11. Osasco, SP: 1,0%
  12. São Bernardo do Campo, SP: 1,0%
  13. Salvador: 1,0%
  14. Campinas, SP: 1,0%
  15. Fortaleza: 0,9%
  16. Barueri, SP: 0,9%
  17. Santos, SP: 0,8%
  18. Betim, MG: 0,8%
  19. Vitória: 0,7%
  20. São José dos Campos, SP: 0,7%


Coloque seu e-mail aqui e receba conteúdo grátis:


Delivered by FeedBurner

8 de dezembro de 2010

A capa do Jornal

Quem bate o olho na capa do O Portal consegue perceber qual é o tema central deste jornal. A capa (tal como o resto do jornal) dá grande destaque para a questão da política. Isto aconteceu nas edições #72 e #73 do jornal. A primeira delas destacou a visita do candidato José Serra a cidade de Ponta Grossa. Já a segunda deu destaque para as eleições do dia 31 de outubro e para a visita da senadora Gleisi Hoffmann em Ponta Grossa.

Se o conteúdo é político a forma não parece tão formal como os homens de terno que povoam a política brasileira. Os títulos são curtos e chamativos. Nas edições estudadas, os títulos eram os seguintes: “Colado no Richa” e “A democracia não é Pop”. Pode-se notar alto grau de linguagem coloquial nos títulos e também afirmações fortes. Os títulos do jornal estão em letras garrafais para quem quiser ler.

Esteticamente, a capa do jornal é muito bonita. A grande utilização de brancos deixa com um aspecto leve, mas não garante muita informação na primeira página. Ao contrário do que os jornais têm feito ultimamente, nas duas edições a principal foto do jornal se referia a grande manchete do veículo. Ou seja, havia uma foto de Serra na edição em que a manchete era com ele e um desenho de uma urna eletrônica na edição sobre eleições.

Este fator deixa a capa mais fácil de se entender do que em outros jornais, como os outros da cidade. Porém, acaba atrapalhando também no volume de conteúdo que é exposto ao primeiro olhar. Só para ter uma ideia, sete reportagens ilustravam a capa da edição #72 e oito a capa da edição #73. O que chama a atenção na edição #73 é que o próprio editorial está na capa. Isto revela que o jornal é forte na questão de opinião. Desde a primeira página. 

Texto escrito para o blog Análise de Jornal em 2010

O formato do jornal

O Portal é um jornal com formato diferente da maioria dos jornais do estado do Paraná. Em vez de utilizar o tradicional formato Standart (como por exemplo os outros jornais de Ponta Grossa, Diário dos Campos e Jornal da Manhã), o Portal surge com a proposta do formato Berliner, que também é chamado de Tabloide Germânico.

Não tão pequeno do que o (literalmente) quadrado tabloide, mas mais prático do que o formato dos “jornalões”, o formato berliner apresenta muitas vantagens em relação a leiturabilidade. Principalmente quando se faz a leitura do jornal em locais onde não há uma mesa para apoio.

Este item acaba deixando o jornal mais atrativo para alguns leitores, mas por outro lado O Portal acaba ficando escondido nas bancas de jornais e revistas. Isto acontece por que os jornais de formato Standart acabam chamando mais a atenção, já que com tamanho maior também podem colocar fotos maiores na capa.

Outro ponto que o formato Berliner acaba influenciando é no volume de conteúdos no jornal. Dificilmente existem páginas com mais de uma reportagem. Ou seja, o formato faz o assunto tratar de menos temas do que se fosse Standart (e obviamente tivesse o mesmo número de páginas).

Pesando os prós e os contras, a utilização do formato do O Portal é válida. Por se tratar de um jornal novo e com uma proposta diferente dos outros veículos impressos na cidade, inovar no formato é uma decisão louvável para quem deseja se destacar do que é comum. Mesmo que isto cause estranheza para leitores acostumados com outros tipos de jornais.

OBS: vale lembrar que existem lugares que os principais jornais são em formato Berliner, como no caso do Rio Grande do Sul. 

Texto escrito para o blog Análise de Jornal em 2010

Sobre o Jornal O Portal

Fundado em 2009, o jornal O Portal é o mais novo dos principais jornais da cidade Ponta Grossa. Com periodicidade semanal, O Portal vem com uma proposta diferente dos outros dois jornais da cidade, o Diário dos Campos e o Jornal da Manhã. O Portal não tem a pretensão de cobrir os fatos “em cima da hora” como os seus concorrentes e sim como ele mesmo próprio diz “fazer uma análise dos fatos da semana”.

Por isso, o jornal tem reportagens mais longas, normalmente “frias” dos fatos da cidade. Há uma grande atenção para temas voltados a política na cidade. Normalmente estes temas dominam as principais manchetes do jornal. A opinião é algo que tem grande atenção no jornal, principalmente se tratando de questões políticas.

Segundo o site do O portal (http://www.jornaloportal.com.br), a distribuição é gratuita. Mas dificilmente se encontra estes exemplares grátis na cidade de Ponta Grossa. Nas bancas o jornal custa R$1,50. As edições têm 24 páginas no formato Berliner (ou Tabloide Alemão) e toda nova edição sai aos sábados. A tiragem do jornal é de 5 mil exemplares.

O chefe de redação é Eduardo Biagini, que já passou pelo jornal Gazeta do Povo e o diretor geral do jornal é Valter Sâmara, que chegou a se candidatar a Deputado Federal, mas cancelou a candidatura. No corpo editorial, O Portal conta com quatro jornalistas e nove colaboradores, entre políticos como a Senadora Eleita Gleisi Hoffmann.

Texto escrito para o blog Análise de Jornal em 2010

Jornal semestral é a forma de comunicação do Siemaco com associados

Quatro páginas escritas em formato tabloide, impressas em papel comum. Uma vez a cada seis meses. É esta a forma utilizada pelo Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental, Áreas verdes, Vias Rodoferroviárias e Similares de Ponta Grossa e Região) para divulgar “oficialmente” as atividades realizadas junto com os garis e outros associados. O jornal se chama Tribuna do Asseio, que tem tiragem de 2 mil exemplares.

O jornal destaca na maioria das vezes eventos de lazer e entretenimento que é organizado pelo Siemaco. Por exemplo, o destaque da edição do segundo semestre de 2010 é a comemoração do dia do gari (que ocorre em 16/05). Passando os olhos pela primeira página há uma nota falando que a atual presidente do sindicato, Maria Donizete Teixeira Alves, também assumiu a presidência da Feaconspar, a Federação dos Empregados de Asseio e Conservação do Paraná.

A linguagem utilizada na Tribuna do Asseio é simples e o jornal tem muitas imagens, principalmente nas primeira e última página. Conteúdo de serviço e interesse dos garis são utilizados nas páginas centrais do jornal. Destaque para a tabela dos valores de salários dos funcionários.

Outro ponto a se destacar na Tribuna do Asseio é a presença de Maria Donizete nas fotos. Das vinte fotos com elemento humano no informativo ela aparece em dez, sendo que em seis fotos Maria Donizete tem amplo destaque. Ela explica que isto acontece por que normalmente é ela que participa dos eventos que estão no jornal: “nos eventos que tem outros diretores, normalmente são eles que representam”.

Donizete também diz que o jornal é importante para a prestação de contas com os associados. “o nosso jornal acaba se tornando uma referência perante aos trabalhadores. Trata-se de uma forma de manter contato com a nossa comunidade”, explica Donizete. A tribuna do Asseio é encontrada na sede do Siemaco e a distribuição do jornal é gratuita. O jornal pode ser encontrado na sede do Siemaco.

Site do Siemaco

Além da Tribuna do Asseio, o Siemaco de Ponta Grossa conta também com um site (http://www.siemacopontagrossa.com.br/). Porém, a página não conta com atualizações, visto que ainda há chamadas para o dia do gari (ocorrido em 16 de maio). Por outro lado, o site proporciona aos associados consultas de piso salarial e médicos que têm convênio com o sindicato.

No site ainda é possível encontrar os arquivos do jornal Tribuna do Asseio. Eles estão em formato Pdf. Tal como no jornal, a imagem de Donizete tem destaque. Uma foto dela aparece na página principal, junto com uma mensagem “palavra da presidente”. 

Matéria escrita para o site Portal Comunitário em 2010

Desafios de um novo governo

O período eleitoral acabou. Quem perdeu planeja quais serão as estratégias a serem tomadas daqui para frente. Sem tanta pressa, pois não têm responsabilidades uma vez que foram derrotados nas eleições. Já quem ganhou as eleições têm inúmeras preocupações em relação ao ano que vem. E de todos os eleitos, quem com certeza vai enfrentar os maiores desafios será Dilma Rousseff.

Os motivos estão mais que claros. Primeiro porque ela vai assumir o cargo mais importante do país. Depois porque será a sucessora de Lula, um fenômeno de popularidade. Além disso, Dilma ainda enfrenta desconfianças por parte da população. Alguns acham que ela é radical demais (a questão do aborto custou a vitória no primeiro turno), outros acreditam que ela não tem experiência para ocupar um cargo tão importante e uns ainda duvidam que uma mulher possa ser presidente da república.

Sim, Dilma terá que romper barreiras. Terá que superar os críticos tal como Lula superou. O primeiro desafio de Dilma será sair da sombra do atual presidente. Isto só será possível se Dilma mostrar personalidade forte, trabalhar como uma líder e conseguir aumentar o seu carisma. Não será fácil, pois Dilma não tem se mostrado tão talentosa (principalmente no último quesito) como Lula. Ela só conseguirá sair da sombra dele se a população não sentir “saudades” do homem que será ex-presidente no ano que vem.

Este foi o preço pago por Dilma por contar com apoio de uma pessoa com tanta popularidade como Lula. Será preciso muito traquejo para conseguir reverter esta situação. Tudo dependerá também da forma que a presidente vai administrar o país. Tomar cuidado com o fantasma da inflação, mas também tentar baixar as taxas de juros e erradicar a pobreza são metas que se Dilma Rousseff conseguir cumprir, conquistará a confiança do público. Só com ações assim, ela conseguirá uma identidade própria.

Identidade. Desde que o Brasil voltou a ser um regime “democrático”, todos os presidentes (exceto Itamar Franco) foram marcados por algum traço muito especial. Alguns como Collor, com certeza ficaram com uma imagem negativa no país. Já outros como Fernando Henrique e Lula deixaram marcas positivas de suas administrações. Cabe a Dilma seguir o caminho como presidente e conquistar uma identidade para seu mandato. Mas para esta imagem ser positiva terá que transformar os temores da população em certezas. Transformar as interrogações e exclamações. Esperamos que exclamações positivas.

Texto escrito para a disciplina de Jornalismo Opinativo na UEPG em 2010

A internet como ferramenta para comunicação regional

A fala do jornalista Hélio Strassacapa no último encontro do Diálogos de Mídia Regional deste ano mostrou uma ótica que até agora não havia sido abordada nas palestras do projeto: a utilização da internet na comunicação regional. Hélio é jornalista do site Gazeta Maringá, que pertence ao Grupo Grpcom e publica diariamente notícias exclusivamente na internet.

Hélio falou das funções que desempenhava no site e também do cenário da comunicação na região de Maringá. Segundo o jornalista, a cidade é muito bem servida em relação ao número de televisões e rádios AM. Este fato faz a cidade se tornar atrativa para jornalistas que procuram emprego. Com a recente implantação do projeto da Gazeta Maringá, outro nicho se abriu na cidade.

Aliás, boa parte da palestra ajudou os estudantes conhecer um pouco mais sobre o jornalismo na web. Hélio apresentou a internet como uma tendência do jornalismo. Não acabará com outros setores, mas irá ocupar espaços preciosos no mercado midiático. A própria Gazeta Maringá é um exemplo. Segundo Hélio, com cerca de dois meses de lançamento oficial, o site já conta com 1 milhão de visualizações de página por mês.

Quatro jornalistas trabalham com a produção de notícias. A maioria das matérias são apuradas por telefone e fotos são feitas por freelancers. Ainda sim, o site conta com uma estrutura relativamente grande para veículos regionais da internet. Isso mostra que apesar da internet mostrar uma tendência, ainda não é possível criar conteúdos mais aprofundados e mais trabalhados.

Outro ponto falado por Hélio na palestra foi em relação a técnicas que têm de ser usadas quando se trata de jornalismo na internet. Estas técnicas influenciam até a redação de textos. Isto mostra que apesar de se mostrar uma tendência de comunicação regional, o uso da internet ainda vai ter de passar por algumas adaptações para aí sim se tornar um veículo amplamente usado de comunicação regional.

Texto escrito para a disciplina de realidade regional na UEPG em 2010

Um panorama da publicidade em um local onde publicitário não se forma

A palestra do publicitário e apresentador Fernando Durante para os alunos de jornalismo da UEPG teve como objetivo principal dar uma mostra de como é o mercado publicitário na cidade de Ponta Grossa, que não oferece formação específica para a área na Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Talvez por falta de um curso (até pouco tempo atrás) na cidade, Durante não é formado em Publicidade e Propaganda ou em qualquer curso na área de comunicação. Mesmo assim ele é dono de uma das principais agências de publicidade em Ponta Grossa, a Ideia 3. Ele também trabalhou em jornais de Ponta Grossa.

Durante fez um percurso histórico na publicidade de Ponta Grossa. Ele falou que quando fundou a Ideia 3, havia apenas outra agência na cidade. Produtora de vídeo não havia em Ponta Grossa. O publicitário afirmou que a tecnologia ajudou no crescimento do número de agências na cidade. Segundo informações de Durante, atualmente existem cerca de 40 agências de publicidade e 4 produtoras de vídeo em Ponta Grossa.

Entre os fatos que Durante destacou na história da publicidade em Ponta Grossa, o principal deles foi a chegada da TV Globo na cidade. Ele afirmou que o mercado aqueceu muito, já que é “bem mais fácil vender algo na programação da Globo”. Outro fator destacado na palestra foi em relação ao rádio, que em Ponta Grossa é muito forte.

Perguntado sobre a falta de uma universidade pública na área publicidade em Ponta Grossa, Durante diz que não ter profissionais formados ajuda em relação a falta de concorrência e que faz parte da própria cultura da cidade não ter profissionais formados. “Há de se tomar cuidado com formar muita gente. Tem gente que sai da Universidade e pode acabar até estragando a imagem da publicidade na cidade”, disse Durante.

A palestra serviu para os estudantes tirarem algumas conclusões sobre o cenário local da publicidade. A primeira delas é que uma programação local fomenta a publicidade. A segunda é que em um local onde não são formados publicitários, há vagas para jornalistas tentarem algumas vagas (como redatores, por exemplo). Por fim (e mais importante), quem domina o mercado publicitário na cidade não faz muita questão que o cenário atual mude.

Texto escrito para a disciplina de Realidade Regional na UEPG em 2010

Uma campanha pela política

Um dos temas menos discutidos na campanha eleitoral para presidente foi cultura. Os principais candidatos da disputa presidencial acabaram centralizando o tempo destinado ao debate público para discutir outras questões, como o aborto. O período eleitoral passou, mas o silêncio em relação aos temas relacionados a área cultura pode trazer consequências por quatro anos.

Ao contrário do que ficou transparecido na campanha presidencial, cultura é (ou deveria) ser um tema de interesse coletivo. Não debater os caminhos e ações que devem ser tomados em relação a área cultural pode fazer o setor se estagnar. Sem debates a respeito, Dilma Rousseff e José Serra acabaram não criando plataformas de Governo com mudanças reais em relação a cultura.

Enquanto Dilma falava em manter o trabalho iniciado no governo de Lula. As propostas estavam fundamentadas em ampliar os programas Mais Cultura, Pontos de Leitura, Pontos de Cultura, todos já existentes no atual Governo. José Serra não fazia sequer isto. Para ele, a plataforma em relação a área cultural estava fundamentada na criação de um evento semelhante a virada cultural de São Paulo.

O problema do período eleitoral é que ambas as plataformas de Governo em relação a cultura passaram batidas. Ninguém debateu se as propostas eram viáveis ou se haveria algo novo a se fazer. Não se falou em destinação de verbas do pré-sal para a cultura e nem das distorções da lei Rouanet, que tem favorecido artistas conhecidos em vez de fomentar a cultura de novos grupos.

O debate eleitoral não teve espaço para a cultura. Apesar de vermos algumas mobilizações em relação a mudanças na área cultural no país, como a instauração do Vale Cultura e a nova Lei Rouanet, fica a sensação de que o setor não pode ficar em segundo plano na campanha eleitoral. Afinal, nenhuma das mudanças foi motivada por causa das eleições ou “debates”. Que o silenciamento não se repita daqui a quatro anos. 

Artigo escrito para a disciplina de Políticas da Comunicação na UEPG em 2010

O futuro da cultura de acordo com a plataforma eleitoral de Dilma

Um dos temas menos discutidos na campanha eleitoral para presidente foi cultura. Os principais candidatos da disputa presidencial não levaram suas propostas para a área cultural ao debate público. Por causa disso, muitos eleitores sequer sabem o que será feito de novo para fomentar a cultura no Brasil. Também sabem se projetos vigentes serão mantidos no mandato da nova presidente. 

Se depender das propostas da plataforma da presidente eleita, o setor cultural não vai mudar muito no país. As principais propostas que Dilma fez em relação à cultura estão pautadas em fortalecer o trabalho iniciado no governo de Lula. Ou seja, não há propostas novas para a área. A palavras mais utilizada nas eleições em relação a cultura é ampliar. Como não houve muito debate em relação ao que será feito para cultura, até estas propostas passaram batidas. 

De acordo com o plano de governo, Dilma promete ampliar o número de espaços para a cultura dos programas Mais Cultura, Pontos de Cultura, Pontos de Leitura e outros que visam criar espaços físicos que difundem produções culturais no país. A questão é o quanto vai aumentar este estímulo. A futura presidente não discrimina e nem se compromete em quanto será o investimento. 

A plataforma também prevê a instauração do vale cultura. O projeto surgiu no mandato de Lula e vai começar a funcionar na prática no próximo governo. E só. Os projetos para a área cultural param por aí. Claro que novas propostas podem surgir a partir de agora, mas o que acontece na prática é um nível de comprometimento muito baixo de Dilma em relação o setor cultural do Brasil. Pelo menos por enquanto.

Por exemplo, um ponto que não foi discutido até agora é em relação aos lucros que serão conquistados com a exploração do Pré-Sal. Não há a garantia de que alguma verba será destinada ao setor cultural. O atual ministro da cultura, Juca Ferreira, disse que seria importantíssimo destinar verbas do pré-sal para fomentar a cultura no Brasil. 

Segundo Ferreira, menos de 10% dos brasileiros foram alguma vez a um museu, 17% compram livros e mais de 80% dos municípios não tem teatro e cinema. Uma aplicação massiva de verbas em cultura poderia mudar este quadro. Mas como fora dito antes, não há quaisquer garantias que isto acontecerá. Pelo menos na plataforma de Dilma.

Obviamente, só destinação de verbas de verbas não garantem crescimento do setor cultural brasileiro. E mais uma vez, a plataforma da presidente não fala nada sobre mecanismos para se evitar que as verbas de incentivo a cultura caiam sempre nas mesmas mãos. Uma reforma na lei Rouanet se faz cada vez mais necessária para se evitar a centralização dos recursos. 

Porém, nada fora tratado na plataforma de Dilma. O pior de toda situação é que na plataforma de seu concorrente, José Serra, havia menos propostas ainda voltadas ao setor cultural. Entre as principais metas estava a realização de um evento semelhante a Virada Cultural de São Paulo. Isto mostra que para ele cultura estaria resumida a um evento ou “circo”.

O debate das últimas eleições não teve espaço para a cultura. E o que paira no ar é a incerteza em relação o que vai mudar no setor cultural. Não que o governo Lula não tenha trazido crescimento para a área, mas a estagnação é algo que não se pode admitir daqui para frente. Cabe a Dilma melhorar a fraca plataforma atual em relação a cultura.

Artigo escrito para a disciplina de Políticas da Comunicação na UEPG em 2010

Os mesmos bandidos e os mesmos heróis

Em algumas ocasiões, a situação dos brasileiros se assemelha a de um filme ou novela. Quando parece que estamos superando algum problema, o inimigo vem e traz as problemáticas novamente. Como todo bom filme hollywoodiano ou novela das oito, a violência é tema recorrente. A bola da vez é “o Rio de Janeiro e os ataques terroristas dos bandidos traficantes”.

A frase entre parêntesis do parágrafo anterior é sucesso garantido de audiência para qualquer título de filme. Afinal, quem não se intimidaria com uma ameaça tão recorrente: traficantes perigosos que queimam carros e fazem arrastões. É pura nitroglicerina. Só falta um detalhe nesta história: cadê os heróis para socorrer a população?

A diferença entre ficção e realidade é justamente esta. Os heróis da realidade não chegam aos pés dos heróis da ficção. No caso do Rio de Janeiro, os heróis poderiam ser a turma do Capitão (ou Coronel) Nascimento ou então o secretário de segurança do Estado, José Mariano Beltrame. Mas vamos combinar que nenhum deles é capaz de lidar com o inimigo real.

Ainda posicionando o leitor de como é esta ficção da vida real, vamos falar dos vilões. Se fosse um filme ou novela, com certeza os vilões seriam os traficantes maldosos e seus fuzis AR15 e AK 47. Feios, sujos, negros e muito maldosos, os traficantes fazem tudo isso só por ruindade. E vontade de ter de volta os territórios dominados.

Como se trata de vida real, o vilão está um pouco mais oculto. Ele pode ter terno e gravata e desviar um pouco de verba que poderia ir para a população carente. Pode ser uma pessoa que promete que os pobres terão direito a saúde, educação, emprego digno e lazer, mas que quando está no comando pensa apenas em mandar dinheiro para as Ilhas Cayman. Também pode ser um “digno” empresário, que pensa no crescimento da empresa em detrimento do bem estar do funcionário.

Poderia passar horas citando inúmeros vilões. No caso das vítimas, também passaria um bom tempo falando de quem sofre com toda esta situação. Citaria até os barbudos e maldosos traficantes, que tem sua parcela de culpa, mas que talvez agisse diferente se tivesse outras chances para sobreviver de forma digna. E o que assistimos na TV? A versão hollywoodiana é claro. A versão em que heróis trocam tiros com vilões para salvar a população de uma bela cidade.

É preciso analisar os fatos mais profundamente para não cairmos no erro de comprar e vender uma história com tantas luzes e apontar os vilões diferentes. Não que a polícia não deva reagir aos ataques dos traficantes. Mas que não fique apenas nisto. É preciso apontar outros vilões desta história, ou então vamos ficar de tempos em tempos assistindo mesmo filme da vida real. Só o que mudará é o cenário.

Texto escrito para a disciplina de jornalismo opinativo na UEPG em 2010

Uma boa ideia que está perdendo força

Nascido como uma tentativa de democratizar o acesso às universidades, o Exame Nacional do Ensino Médio realmente é uma boa ideia. É uma prova que aborda o que é realmente importante para alguém que deseja cursar ensino superior. Sem dúvida, trata-se de um teste que avalia a visão dos estudantes em relação ao mundo e seus conhecimento em relação “as coisas da vida”. E isto é muito mais importante do que pilhas e pilhas de conteúdo teórico.

Um exame unificado quebrou muitos cursinhos pré-vestibulares e com certeza motivou os jovens a ler mais. Neste caso, ler mais significou se aprofundar em jornais e revistas e esquecer um pouco os quilos de livros que eram necessários para se passar no vestibular (em alguns casos ainda é). Na teoria, o Enem é perfeito. É aí que moram os problemas. O Enem não consegue satisfazer na prática as promessas da teoria. E tudo por falta de organização.

Infelizmente, o Inep não tem dado conta das responsabilidades de se fazer uma prova tão importante. Falhas têm ocorrido desde que o exame virou a principal porta de entrada para as universidades públicas. Junte estes problemas com a pressão de muitos setores da sociedade (cita-se cursinhos pré-vestibulares e algumas universidades) e o que temos é uma panela de pressão contra a prova do Enem.

No ano passado foi o vazamento da prova. Este ano são os erros que podem culminar no cancelamento definitivo do exame. E cada vez mais a prova do Enem perde força no cenário nacional. Isto pode resultar dentro de algum tempo na volta dos terríveis (em todos os sentidos possíveis) e burocráticos vestibulares de antigamente. Mas o que fazer para mudar o quadro?

Ao governo, cabe resistir as pressões e tentar manter a prova do Enem ano após ano e fazê-la ganhar força. Cuidar para que erros como este não se repitam. Um Exame Nacional para um país com dimensões continentais é um desafio que merece ser encarado com seriedade. Talvez seja preciso investir mais dinheiro nisso. A população cabe cobrar uma prova segura, mas ao mesmo tempo ter paciência com estes primeiros erros do Enem.

O que não se pode cogitar é o fim do Enem, apesar de isto interessar economicamente algumas pessoas. Conseguir uma prova que trata o jovem como ser humano é um passo muito grande para se retroceder. Não são os primeiros problemas que deverão acabar com este sonho. Só o que não pode acontecer é o erros se repetirem. O Inep já “tomou bomba” duas vezes. A terceira pode significar o fim de um belo projeto.

Texto escrito para a disciplina de Jornalismo Opinativo na UEPG em 2010

Uma cidade voltada para a direita

Com o segundo turno da eleições presidenciais pegando fogo (literalmente), os candidatos a presidência da república tem investido na velha estratégia do corpo a corpo com o eleitor. Dezenas de cidades já receberam José Serra e Dilma Rousseff nos últimos dias. Como é uma das maiores cidades do Brasil, Ponta Grossa não ficou de fora da “festa”. Pelo menos em partes, já que apenas Serra veio a cidade princesina. 

A visita do candidato tucano mostra algo que está mais do que claro: Ponta Grossa é uma cidade pintada de azul. O próprio jeito ponta grossense de ser se identifica com a direita. A história e o perfil dos moradores daqui não deixam ninguém mentir em relação a um fato: é difícil encontrar no mapa brasileiro cidade tão conservadora como esta. 

Quando se caminha pelas ruas de Ponta Grossa, percebe-se facilmente quem é e quem não é nativo da cidade. Há uma soberba de quem é nativo em relação a “forasteiros”. Isto se reflete no trânsito, na hora de fazer compras e até quando se cumprimenta alguém. Aliás, cumprimentar alguém em Ponta Grossa é uma tarefa arriscadíssima. As chances de se ficar com cara de bobo, “no vácuo” (como diz a gíria) são grandes. 

Mas o que isto tem a haver com os ponta grossenses serem de direita? Tudo. Este comportamento dos ponta grossenses se reflete na posição política. Tem-se uma impressão que ainda há medo de uma revolução comunista, de que gays se casem e de que o aborto vire uma prática tão utilizada como uma cirurgia de apendicite. Isto faz o povo daqui ficar sempre ao lado da tríade “Deus, pátria e família”. 

Voltar na história explica tanto o comportamento do ponta grossense e como a visão de direita. A cidade foi um dos berços do Integralismo, movimento de extrema direita que derrubou a Intentona Comunista de Luiz Carlos Prestes. Por habitar muitas famílias tradicionais, Ponta Grossa também se mostra conservadora. Sempre há a pergunta: de que família você é?

O resultado deste jeito ponta grossense se refletiu nas urnas. Afinal, José Serra teve o dobro de votos de Dilma. A diferença na cidade promete ser maior no segundo turno, ainda mais com a visita do tucano a Ponta Grossa. Se bem que em uma cidade tão tradicional e conservadora, nem adiantaria Dilma Rousseff vir para cá. Tal como os “forasteiros”, ela provavelmente ia “ficar no vácuo” em Ponta Grossa. 

Texto escrito para a disciplina de Jornalismo Opinativo na UEPG em 2010

Um desejo do diretor: se libertar das correntes da realidade

Se analisarmos a biografia e a lista de filmes produzidos pelo australiano Peter Weir, podemos perceber que ele dirigiu seus principais filmes como se fosse um retrato da própria história. Tanto em O Show de Truman como em Sociedade dos Poetas Mortos (outro famoso filme dirigido por ele) Weir usa a mesma temática: ele narra a tentativa dos protagonistas de romperem limites, sejam de uma sociedade conservadora e repressora (como em Sociedade dos Poetas Mortos) ou de uma realidade construída e aparentemente intransponível (como em O Show de Truman). 

Estes enredos descrevem um pouco da biografia de Weir na busca do objetivo de trabalhar com cinema. Para conseguir realizar este sonho, o australiano teve que largar uma vida relativamente estável como advogado na Oceania para se tornar assistente de câmera na Europa. Ou seja, ela teve que romper as barreiras geográficas e sociais para tentar a vida no que realmente desejava. 

Se mesclarmos as histórias de Sociedade dos Poetas Mortos e O Show de Truman, podemos ver um pouco do que aconteceu com Weir. Tal como o que aconteceu no filme lançado em 1989, ele teve que optar por abrir mão de um futuro garantido para se arriscar na arte. Isto acontece com o personagem Neil Perry, que pretende seguir a carreira de ator em vez de estudar em uma escola tradicional. Weir também se vê identificado em Truman Burbank (personagem de Jim Carrey), uma vez que este sonhava em romper as barreiras geográficas e conhecer o mundo. 

O caminho que Truman tenta fazer é exatamente o oposto do percorrido por Weir. Enquanto o personagem sonha em sair de Hollywood e ir conhecer a Oceania, mais exatamente a ilha de Fiji, o diretor saiu do novíssimo continente, passou pela Europa (na época que trabalhou como assistente de câmera), voltou para Austrália, lançou alguns filmes locais, ganhou fama e finalmente chegou até Los Angeles. 

Weir se enxergou tanto em Truman como em Perry que a própria aparência física dos três é parecida. Os personagens lembram a aparência de Weir em certas fases de sua vida. As semelhanças estão no tipo de penteado e nos formatos de rosto, que são muito parecidos. Talvez seja este fator que tenha ajudado na escolha de Jim Carrey como protagonista de O Show de Truman. 

Todos estes fatos só reforçam o argumento que muitas vezes o vídeo realmente imita a vida e que o oposto também acontece. Isto faz uma frase “a realidade lá fora são as mesmas mentiras aqui de dentro” que foi falada no Show de Truman ganhar força. 

E Weir tenta passar em seus filmes (talvez até de forma caricata) fatos de sua vida que podem ser refletidos no vídeo. Isto faz o expectador pensar até que ponto a manipulação da sociedade pode nos atingir e nos impedir de rompermos barreiras sociais e geográficas. Perguntas ficam no ar: será que são tão intransponíveis como uma parede de um cenário com fundo azul, ou será que há alguma porta de saída que pode nos libertar? O australiano não se preocupa em responder isto. Ele apenas aponta para as barreiras que não sabemos se são reais ou ficção para nos manter fazendo parte do grande e inebriante show da vida.

Texto escrito para a disciplina de Estética da Comunicação na UEPG em 2010
Related Posts with Thumbnails