Não vou cantar as misérias da vida
Nem as tristezas passadas
Falo da dor de agora
Da dor do mundo
Não quero mais coca cola
Nem tão pouco TV
Quero respirar lá fora
E me apaixonar
Pensar em ser feliz é bobeira
Dizem pra eu ganhar dinheiro
Não colhendo belos frutos
Mas sim despachando num terreiro
Não vou falar de religiões
O mal maior e supremo do Ser
Não quero dizer das canções
Loucas, cegas que fiz pra você.
Não penso mais em sexo
Dele só quero sentir
Sim eu amo e muito
Não preciso
Agüento a janela aberta e as buzinas
Olho pro lado e só vejo tristeza, angustia...Que sina
Vejo o amor na natureza
O olhar triste de um animal
As lágrimas das crianças humilhadas
Por um mundo tão banal
Disponho e reponho
Doei-me para o mundo
Quando se escolhe algo profundo
Não adianta saber voltar?
3 comentários:
Um texto que, através de características que estiveram presentes em grande parte da obra literária moderna, expõe a insatisfação dos sujeitos diante de uma época fugaz e, em consequência, sem perspectivas.
"...Agüento a janela aberta e as buzinas
Olho pro lado e só vejo tristeza, angustia...Que sina
Vejo o amor na natureza
O olhar triste de um animal
As lágrimas das crianças humilhadas
Por um mundo tão banal..."
esse trecho carrega algumas das tais características. Primeiro a melancolia, depois o bucolismo (animais, natureza) e, por fim, a nostalgia (criança).
Talvez não seja necessário tamanho trabalho, em tentar descrever algo que em sua essência é indescritível!
Obrigada pelo comentário. E sim, vivemos uma época fugaz e sem persepectivas.
Por nada. Quando a essência é indescritível, patinar na superfície é o que pode ser feito. E não é uma atividade trabalhosa.
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