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19 de outubro de 2008

Estão todos cegos! (Geórgia Genestra)


Não é uma epidemia de glaucoma, nem tão pouco uma alucinação minha. Todas as pessoas estão cegas, talvez isso pareça demasiadamente generalista e é exatamente essa a intenção.

Chega de ressalvas, de exceções, no fundo nós sabemos sobre nossa cegueira intrínseca, desumana. (peço perdão aos cegos fisiológicos ou a quem se sentir ofendido). Estou aqui falando de algo pior do que não poder ver.

Falo de pessoas que não querem ver ou não conseguem ver – não por um problema físico – mas por covardia. Mães que não olham para seus filhos e depois se perguntam onde foi o erro. Maridos e esposas que já não se reconhecem diante de tantos problemas. Políticos que não enxergam sua total displicência e ignorância. Não pense você, caro leitor que partiu de minha mente essas idéias tão pessimistas. Elas partiram de um “belo” e “feio” filme.

O filme é dirigido pelo já tão premiado brasileiro (olha que chique) Fernando Meirelles e baseado no livro do escritor português José Saramago. Em “Ensaio sobre a cegueira” o tema “cegueira” vem como um sentido claro de impotência. Da nossa impotência diante de, simplesmente, nós mesmos.

Para quem – ainda - não assistiu, aqui vai um conselho: leia o livro antes. Sabe por quê? Vou explicar. Quando li o livro fiquei chocada com certas verdades humanas que na maioria das vezes temos vergonha de mostrar, ou escrever! Porém, minha sutil “inocência” quanto a alguns aspectos, não me proporcionaram imaginar cenas como as que vi no filme. Por isso, ler o livro vai fornecer o grau de “inocência” que você ainda tem!

Certamente não é para qualquer um ver e entender. Afinal, nada é para todos. Claro que, cada um tem um gosto, muitos vão amar, outro tanto, odiar. O importante é não ter opinião formada sobre tudo. Confesso que esperava ver mais atores latinos, porém, a atuação de todos foi brilhante. Gael Garcia Bernal, o garoto propaganda do filme (essa não podia passar), está numa atuação também muito boa, mas já aviso às tietes de plantão que ele não chega nem perto do antigo Che.

Um ponto interessantíssimo do filme é a crítica ao que chamamos de sociedade, de governo. Chego a pensar nos anarquistas (ou pseudo-anarquistas) e utopia é o que me vem à cabeça. Sim, não me odeiem por isso, mas o ser humano AINDA não sabe viver sem cabresto. É muito egoísta para isso. Infelizmente.
Obviamente Não vou contar o filme. Quem quiser que veja, ou faça ainda melhor, veja, olhe e sinta. Por fim, caro amigo leitor (olha só a intimidade), desejo que você seja saudável e tenha a oportunidade de ver o filme com os olhos e de senti-lo com a alma. Para os que não podem ver fisicamente (e também para todo o resto), que agucem ainda mais sua sensibilidade e não usem seus problemas para ludibriar ninguém (quem for ver o filme entenderá essa colocação).
Minha esperança? Um dia escrever lá no início “estão todos vendo”.

Abraços!!!

Um comentário:

Domiciliare disse...

Ouvi muitos falarem sobre o filme, mas depois desta brilhante sinopse, vou ler o livro e posteriormente assistir ao filme.
Bjs

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