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30 de novembro de 2009

Google chegou a acusar vírus no site da Câmara



Até o dia 22 de maio, o site de busca Google identificou vírus no portal da Câmara Municipal de Ponta Grossa. O buscador indicava a seguinte mensagem: “Este site pode danificar o seu computador”. A mensagem aparece normalmente quando há vírus, phishings ou programas espiões em alguma página da web.

O departamento de informática da Câmara sequer sabia do problema. “Não sei o que pode ser. Talvez problema no nosso servidor. Vou verificar, até porque é complicado essa mensagem em um site oficial”, afirmou o chefe de seção, Sérgio Barrocini.

Com vírus ou não, o site está com os dias contados. “Creio que até o próximo mês será feito um processo licitatório, onde será escolhido quem fará a página. O que está atrapalhando é a burocracia”, disse o assessor da Presidência da Câmara, Diego dos Santos.
 
Reportagem publicada no site Portal Comunitário em 2009

Legislativo pontagrossense ignora internet para comunicação com eleitorado

Entre 15 vereadores de Ponta Grossa, apenas um possui página na web. Eles não utilizam nem mesmo o site da Câmara Municipal para a divulgação de seus trabalhos. A página só atualiza a ordem do dia das sessões.

Os vereadores de Ponta Grossa não costumam utilizar a internet para mostrar aos eleitores o que fazem durante seus mandatos. Dos 15 parlamentares de Ponta Grossa, apenas o vereador Alessandro Lozza Pereira de Moraes (PSDB) possui um site e um blog.

A assessora de imprensa da Câmara Municipal, Josy Tibério, fala que o site da casa é inoperante. “Apenas nesse mês [maio] é que o nome dos novos vereadores foi atualizado”, conta Josy.

Várias justificativas foram apontadas pelos vereadores para não possuírem endereço na internet. O assessor do vereador Valfredo Laço Dzázio (PRP), Caio Augusto Nogueira, conta que Laco tinha um blog apenas durante a campanha eleitoral. “O blog foi bem útil na campanha eleitoral. Um dia tivemos 250 visitas, mas ele foi desativado, pois o layout da página era direcionado à campanha”, disse o assessor.

Ele disse também que atualmente o Laco e sua equipe têm outras prioridades, como cuidar de “problemas administrativos que o vereador enfrenta no momento [referentes a CPI do rombo da câmara]”.

O diretor jurídico da Câmara, Guilherme Buhrer, explica que não há problema algum de um vereador publicar suas ações em um site “não-oficial”. “A única limitação é no período eleitoral, onde a divulgação das ações do vereador pode ser considerada propaganda eleitoral”, conta Buhrer.

A vereadora Ana Maria Holleben (PT) afirmou que teve um site no mandato passado [2005-2008], mas ele teve que ser fechado justamente por causa das eleições em 2008. “Tínhamos o site e fechamos no período eleitoral. Agora queremos fazer outro, mas ainda não há previsão de entrar no ar”, disse Ana Maria.

Os outros vereadores de Ponta Grossa dizem que usam apenas o endereço de e-mails do site da Câmara. Alguns vereadores dizem que trabalham a ideia de construir um site com informações do mandato, outros afirmam que não têm interesse de construir uma página.

A professora de Webjornalismo do Departamento de Comunicação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Maria Lúcia Becker, considerou o desinteresse dos vereadores pela utilização da internet como “uma situação grave”. Disse também que o pior é a questão da transparência, pois os políticos têm a obrigação de prestar contas à sociedade. Ainda mais por se tratar de ferramentas gratuitas, como blogs.

Já Alessandro enfatizou a sua experiência de ter uma página na internet. “Fico feliz de poder mostrar ao meu eleitorado tudo o que eu faço na Câmara. Tenho planos futuros de colocar material para a imprensa no site, como por exemplo, algum projeto formulado por mim, já que na internet o espaço é ilimitado”, contou Alessandro.

Ele ressaltou a importância dos políticos utilizarem a internet para divulgar seus trabalhos: “Através do e-mail, o eleitor pode se comunicar com o político. Para acompanhar o que ele faz, só com o site e o blog mesmo”, disse Alessandro, que nesse quesito está na frente de seus colegas.

Reportagem publicada no site Portal Comunitário em 2009

29 de novembro de 2009

Sessões da Câmara de Vereadores têm baixa presença de público


As sessões ordinárias da Câmara dos Vereadores de Ponta Grossa ocorrem às segundas e quartas-feiras, a partir das 15h, mas raramente contam com a presença de um grande público. A presença da população na Galeria da Câmara, com 95 assentos, é praticamente nula, como no dia 23 de abril passado, quando apenas uma pessoa se encontrava no local, durante uma das sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Ronda, que apura as denúncias de irregularidades na gestão do prefeito Pedro Wosgrau Filho (PSDB), nas gestões de 2005-2008.

Apesar do diretor do Departamento do Processo Legislativo da Câmara, Miguel Gambassi, afirmar que a média é de 30 pessoas por sessão; jornalistas de Ponta Grossa falam que a média é bem menor. “Geralmente são as mesmas pessoas que vão às sessões da Câmara. No total, uma meia-dúzia, em sua maioria aposentados”, diz o jornalista de política Eduardo Farias. O jornalista Anderson Gonçalves, também fala da pouca presença de público. “Você vê geralmente as mesmas caras na Câmara. No máximo umas 10 pessoas por sessão. Se tivesse mais público, a conduta dos vereadores seria diferente. Têm uns que nem ficam em plenário nas sessões”, afirma Gonçalves.

Para a Vereadora Ana Maria Holleben (PT), questões globais como as das CPIs não atraem muitas pessoas para o plenário por se tratar de assuntos mais genéricos. Ela fala que o público da Câmara cresce quando grupos acompanham assuntos específicos: “O acompanhamento é maior nas questões corporativas. Se há na pauta algo que interesse os funcionários públicos, eles lotam o plenário”, diz a vereadora.

Sessões que prestam homenagens conseguem atrair público para a Câmara Legislativa. A cerimônia do dia 30 de abril, que homenageou o centenário da imigração japonesa no Brasil, lotou o Plenário, com todas as cadeiras da Galeria ocupadas, além de pessoas de pé. Porém, após o término das homenagens, o público deixou o local antes mesmo do início dos trabalhos ordinários dos vereadores. Ana Maria afirma que falta consciência aos ponta-grossenses: “As pessoas ainda não têm a noção de que a suas vidas passa pelas questões que são discutidas na câmara. O dia em que as pessoas terem essa consciência, as coisas mudarão completamente”.

O horário das sessões, a falta de divulgação e o desinteresse político são os principais motivos apontados pelos moradores de Ponta Grossa para não acompanharem os vereadores. “Já fui à Câmara, mas nunca para assistir a uma sessão. Quero ir, mas sempre me esqueço. Acho que falta divulgação da imprensa e dos vereadores, pois quando passa na TV, já aconteceu tudo que deveria acontecer”, afirma a professora Regina Maria dos Santos, que se encontrava na rodoviária. Ela acredita que os próprios vereadores poderiam incentivar a população a se inteirar do que acontece na política da cidade.

A consultora de vendas Neiva da Silva diz que não tem motivação de acompanhar as pautas por não acreditar no que os vereadores falam. “Acho que se não tivesse tantas mentiras, seria bem melhor. A falta de credibilidade afasta as pessoas dos políticos, até porque ninguém quer ficar parada para ouvir histórias”, fala Neiva. Para Gambassi, comportamento como o de Neiva só afastam políticos e população. “O plenário é aberto, as pessoas podem circular e falar com os vereadores. Seria boa a interação, as pessoas veriam as ações boas e ruins dos políticos”, conta o diretor.

A chefa de gabinete do vereador Walter José de Souza, o Valtão (DEM), Selma Hermann, argumenta que os vereadores fazem a parte deles, cabe a população acompanhar. “Não creio que seja função do vereador trazer as pessoas para a Câmara. Falta mesmo é interesse ao povo”, fala Hermann. A própria vereadora Ana Maria discorda da posição da chefa de gabinete: “Para melhorar o público, os vereadores poderiam convocar os seguimentos sociais que eles representam para acompanhar as ações mais de perto. A presença de estudantes também ajudaria a criar uma consciência política nos jovens”, fala Ana Maria.

A TV Imagem (emissora a cabo local) transmite as sessões da Câmara Municipal de Ponta Grossa, mas as TVs Esplanada (Rede Globo) e Educativa, que têm a maior abrangência de público em Ponta Grossa, raramente acompanham e repassam ao público a atuação dos vereadores durante as sessões. O agente de segurança da Câmara, Carlos de Lima, define o que aconteceria se as pessoas fossem macicamente ao plenário: “As pessoas precisam se inteirar do que acontece aqui. Elas ainda não têm a noção que as suas vidas passam pelas questões que são discutidas na câmara. O dia em que terem essa consciência, as coisas mudarão completamente”.





Reportagem publicada no site Portal Comunitário em 2009

Cultura das ruas: Gari-poeta lança livro e realiza um sonho


A rotina de Marcelo Vieira é dura como a de muitos trabalhadores que têm a função de manter a cidade limpa. Há quatro anos ele trabalha como gari nas ruas próximas ao ponto azul em Ponta Grossa. Nada disso o impediu de realizar seu sonho. Nos horários de intervalo, Marcelo costuma escrever poesias sobre o universo que ele enxerga. Desses momentos de inspiração surgiu o livro de poemas “Minhas poesias. Um sonho realizado”, que será lançado no dia 31 de Maio.

A ideia de lançar o livro surgiu em um evento da classe. “O Marcelo declamou umas poesias nas comemorações do dia do Gari [16/05], em 2008. Vimos um talento nato nele e resolvemos investir”, diz Maria Donizete Alves, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco) de Ponta Grossa, entidade que financia a obra. O gari-poeta tinha 15 versos na época. Hoje, tem 130 poesias escritas.

O poeta, que estudou até a quinta série, conta o que leva ele a escrever tantos poemas. “Minha fonte de inspiração é o universo que eu enxergo enquanto trabalho”, diz Marcelo. Ele relaciona suas duas funções: “Tanto os garis como os poetas tem que lidar com a insensibilidade das pessoas, que não lhe entendem e ainda poluem o mundo”. Seus versos falam das mais variadas temáticas, como família, religião e humor, através da visão de quem enxerga o mundo das próprias ruas.

O lançamento surpreendeu garis e escritores da cidade. “Esse livro é sinal que a gente busca por evolução, seja financeiramente como culturalmente”, diz Maria Frurstenberger, que trabalha há seis anos como gari. Para Josué Corrêa Fernandes, membro da Academia de Letras dos Campos Gerais, Marcelo é um guerreiro. “Em uma cidade que maltrata o artista como a nossa, muitos valores se perdem pela falta de incentivo dos órgãos públicos. Ele é peitudo e conseguiu vencer”, diz Fernandes.

Marcelo diz que o caso dele é inédito na cidade. “Eu pesquisei e sei que aqui em Ponta Grossa é a primeira vez que um gari se destaca no meio artístico”, fala o gari-poeta, que se orgulha desse título e já planeja um segundo livro de poesias. Donizete fala de casos similares no país. “Em São Paulo há uma banda de rock de garis e no Rio tem o Renato Sorriso, que samba no carnaval, mas isso realmente é algo raro”, diz Donizete.

O lançamento do dia 31 acontecerá no salão paroquial da igreja de Uvaranas. A tiragem do livro será de mil cópias e por ser um lançamento independente, será comercializado pelo próprio autor e pela Siemaco. Mais do que lançar um livro, o autor diz que fecha um ciclo. “Tenho uma filha de 18 anos e já trabalhei plantando árvores aqui em Ponta Grossa. Só faltava um livro mesmo”, fala Marcelo, um homem humilde que plantou uma árvore, escreveu um livro e teve um filho.

Reportagem publicada no jornal Foca Livre em 2009

28 de novembro de 2009

Movimentos socias avaliam atuação da CPI da Ronda

Em seus primeiros dois meses de existência, a CPI da Ronda recebeu menos atenção da imprensa local e das lideranças políticas de Ponta Grossa do que as outras duas comissões em andamento no Legislativo: a do rombo na Câmara e a dos transportes.

O porta-voz do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) de Ponta Grossa, Sergio Luiz Gadini, explicou que é natural a CPI da Ronda ter menos acompanhamento do que as CPIs dos Transportes e do Rombo da Câmara. “O ideal seria acompanhar todas as movimentações políticas da cidade, mas como as outras comissões apontam problemas mais latentes na cidade, a CPI da Ronda acaba tendo um trabalho mais silencioso, tanto para a população, como para mídia e para os movimentos sociais”, disse Gadini.

O representante do Movimento Cidadão, Joel Oliveira, também disse que a prioridade não é a CPI da Ronda. “O nosso movimento foi criado especialmente por causa da CPI do Transporte Coletivo, logo nossas atenções estão voltadas para esta comissão. Sobre a Ronda, tenho acompanhado só pela mídia”, explicou Oliveira.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Ponta Grossa), Henrique Hennemberg, defendeu a importância da CPI mas destacou: “Tudo que é no sentido da transparência é louvável, mas tudo é questão de você ver quem está na apuração”.


Reportagem escrita para o site Portal Comunitário em 2009

Lideranças políticas locais divergem sobre CPI da Prefeitura

As lideranças políticas da cidade ainda divergem em relação ao andamento das investigações da CPI da Ronda. Um ponto polêmico nas investigações da Ronda é se a CPI deve investigar as denúncias contra Pedro Wosgrau ou também as acusações contra as administrações dos ex-prefeitos Jocelito Canto (PTB) e Péricles Holleben Mello (PT). Algumas lideranças políticas de Ponta Grossa acreditam que esta questão pode ser uma tentativa de desviar o foco das investigações da Comissão.

O candidato derrotado nas últimas eleições, Sandro Alex Oliveira (PPS), afirma que apesar das irregularidades comprovadas nas investigações, a CPI corre riscos de não conseguir apurar nada se perder o foco ao tentar apurar outras administrações. “O problema da CPI é que existem alguns vereadores que estão legislando a favor do executivo e não da população. Porque só agora que ele [Pedro Wosgrau] foi denunciado, ele quer levantar problemas de outras administrações. Se houve irregularidades anteriores, o governo Wosgrau foi, no mínimo, omisso”, afirmou Sandro Alex.

Os três últimos prefeitos de Ponta Grossa foram procurados por nossa reportagem, porém apenas o deputado Jocelito Canto (PTB) respondeu perguntas sobre a CPI da Ronda. Jocelito afirmou que está acompanhando as investigações pela impensa, mas disse que tem procurado não se envolver, “para não falarem nada”. Sobre as denúncias feitas por seu ex-assessor Pedro Sebastião, Jocelito comentou que em “uma administração sempre tem erros”. “Falo de vez em quando com o Pedro Sebastião. Acho que ele quer mostrar com essa CPI que nessa administração há tanto erro quanto nas outras, mas ninguém mostra”, disse Jocelito.

A assessoria do prefeito Pedro Wosgrau Filho diz que ele não responde perguntas sobre o caso Ronda. “O prefeito já se pronunciou em todos os meios de comunicação da cidade. Recebemos críticas se respondemos ou não respondemos as perguntas”, disse o  assessor de imprensa da Prefeitura, Edgar Hampf. Já o deputado estadual e ex-prefeito Péricles Holleben Mello (PT) não respondeu a esta reportagem. A assessoria do deputado informou que ele se encontrava em sessão na Câmara Legislativa,  em Curitiba.







Reportagem escrita para o site Portal Comunitário em 2009

CPI da Ronda completa prazo legal, mas será prorrogada


O prazo legal de 60 dias da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Ronda se encerrou no dia 29 de abril. Porém, devido a necessidade de apurar mais denúncias de irregularidades da administração Pedro Wosgrau Filho (PSDB), a CPI terá seu prazo regimental prorrogado por mais 60 dias.
 
Para o presidente da CPI da Ronda, vereador Dr. Pascoal Adura (PMDB), as investigações estão avançando bem, mas a comissão precisa de mais tempo para averiguar as denúncias contra Wosgrau. “Precisamos escutar ainda de oito a dez pessoas, para fazer algumas acareações e também averiguação de documentos de denúncias para então podermos fazer um balanço geral da CPI e das irregularidades. Por fim encaminharemos as denúncias para o Ministério Público tomar providências”, explicou Pascoal Adura. Segundo o vereador, apenas a administração do atual prefeito será investigada na CPI da Ronda. “O dossiê da Ronda é um documento com denúncias referentes apenas a administração Wosgrau. A CPI é baseada nessas denúncias, por esse motivo podemos apenas investigar denuncias do período 2004-2008. Para investigar outras administrações será necessário fazer outro requerimento de CPI”, completou Adura.
 
A CPI da Ronda apura denúncias contra a administração Pedro Wosgrau, contidas no Dossiê Ronda, feito pelo jornalista Pedro Sebastião Neto e veiculadas no Jornal da Manhã em novembro do ano passado. O relator da comissão de investigação da CPI, vereador Edílson Fogaça (PTN), disse que o trabalho da CPI foi importante por constatar erros administrativos da Prefeitura. “Conseguirmos chegar a erros administrativos na autarquia de trânsito. Descobrimos uma pendência de 1,3 milhões de reais da Prefeitura com a instituição Madre Paulina, que interessa a população, pois se trata de dinheiro público e a questão principal, pois conseguimos constatar um rombo de 4,046 milhões de reais da Prefeitura depois dos depoimentos dos controladores e ex-controladores geral de Ponta Grossa, no último dia 23 de abril”, ressaltou Fogaça. Para os membros da comissão, as investigações deverão focar nessas três denúncias nos próximos dois meses de investigação CPI.

Reportagem escrita para o site Portal Comunitário em 2009

Do palco à tela... alternativa

O projeto Tela Alternativa iniciou a quarta fase do seu projeto no dia 28 de abril. Nesta etapa, o projeto apresenta filmes que foram adaptados de peças de teatro: Becket (1964), no dia 5 de maio e Quem Tem Medo de Virginia Wolf? (1967), vencedor de cinco prêmios Oscar e exibido no dia 28/04.

Muitos filmes adaptados de peças de teatro têm mudanças radicais em seus roteiros, principalmente na questão do número de ambientes. Essa mudança a descaracteriza alguns roteiros. Quem Tem Medo de Virginia Wolf? prima ao conservar a originalidade teatral. A maior parte da trama se desenrola em um único local: A casa do casal George e Martha, interpretada brilhantemente por Elizabeth Taylor.

Apenas quatro personagens participam ativamente do filme. A história mostra o primeiro encontro de dois casais num sábado à noite, no qual bebem muito e mentem a níveis patológicos. Um clima ébrio e falacioso que dá atmosfera ao filme. São tantas histórias e versões delas que até o espectador não sabem quando os personagens estão falando a verdade ou apenas “jogando”, como fazem no filme.

No encontro há debates sobre interesses conjugais e profissionais e “vidas de fachada”. A verdadeira faceta humana aparece e as máscaras caem. Tudo em ritmo de “quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau”, parafraseada no filme. Para quem gosta de ação na tela, o filme é entediante, pois tem muitos diálogos pesados. Quem Tem Medo de Virginia Wolf? é indicado para quem não tem medo de pensar, refletir, raciocinar.

Crítica escrita para o blog Crítica de Ponta em 2009

Autor das denúncias contra Wosgrau depõe hoje na CPI da Ronda

Autor das denúncias que geraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga às irregularidades contra o Pedro Wosgrau Filho (PSDB), o jornalista Pedro Sebastião Neto deve depor na sessão desta quarta-feira (15/04). O jornalista será a nona pessoa a ser ouvida desde a instauração da CPI, no dia 3 de março. O prazo legal de 60 dias da CPI da Ronda vence no próximo dia 30 de abril, mas segundo os membros da comissão, esse prazo deverá ser renovado.

Sebastião Neto responderá sobre o dossiê de sua autoria, publicado pela reportagem do Jornal da Manhã em 30 de novembro do ano passado, sobre as gravações feitas com câmeras ocultas com Clauber Bernardo e Celso Trevisan Filho e terá a oportunidade de falar sobre o dossiê Coincidência, também entregue por ele ao Ministério Público, com denúncias contra o governo Wosgrau. Para Fogaça, o depoimento de Sebastião Neto será esclarecedor, mas ele terá de apresentar provas sobre as denúncias. “Mentir em CPI é crime e se ele mentir na próxima sessão terá complicações com a justiça”, diz o relator da CPI da Ronda.

Na sessão do último dia 8/04, a comissão ouviu todos os candidatos envolvidos em uma licitação de plotagem (colocação de adesivos) em veículos da Prefeitura, promovida pela Autarquia de Trânsito de Ponta Grossa. A denúncia de adulteração nos documentos, inclusive com falsificação de assinaturas, foi a pauta dos depoimentos. A convocação dos participantes dessa licitação aconteceu após a divulgação de um vídeo onde Clauber Bernardo, dono da empresa Paraná Som, afirma não ter participado dessa licitação e que suas assinaturas foram falsificadas. Bernardo disse também que nunca havia trabalhado com plotagem de carros.

Bernardo reafirmou perante os membros da CPI que as assinaturas não eram de sua autoria. O relator da CPI, vereador Edílson Fogaça (PTN), mostrou uma conta no nome da Paraná Som, também não reconhecida por Clauber. “Tive conhecimento dessa conta hoje. Nunca tive conta no Banco do Brasil. Algo tem de errado e a CPI tem que apurar”, afirmou o proprietário da Paraná Som. Em seguida, foram ouvidos João Laskos, representante da empresa João Laskos, e o dono da empresa New Vision, Celso Trevisan Filho.

Vencedor da licitação da plotagem dos automóveis da autarquia, Celso Trevisan Filho disse ter participado da campanha política de Pedro Wosgrau em 2008, mas que todos os seus serviços foram pagos. O presidente da CPI da Ronda, Dr. Pascoal Adura (PMDB) mostrou documentos do Tribunal de Contas que apontam o dono da New Vision como doador da campanha de Pedro Wosgrau. Trevisan Filho negou qualquer colaboração ao prefeito. Além disso, todos os depoentes ouvidos na sessão de quarta-feira (08/04) disseram que foram procurados por Sebastião Neto, entre eles Trevisan Filho. “Ele foi um pouco prepotente comigo, querendo que eu admitisse algo”, disse Trevisan aos membros da CPI.


CPI da Ronda já ouviu oito pessoas em um mês 

Desde o início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Ronda, que investiga as denúncias de irregularidades do prefeito Pedro Wosgrau Filho (PSDB), em sua gestão de 2005-2008, foram ouvidas oito pessoas. O ex-controlador geral do município, Paulo Tsalikis, foi o primeiro a depor na CPI da Ronda. Segundo o vereador e relator da CPI, Edilson Fogaça (PTN), Tsalikis apontou irregularidades nas administrações Wosgrau e dos ex-prefeitos Jocelito Canto e Péricles Holleben Mello. “Apontou um rombo de 4 milhões nas administrações anteriores a do Wosgrau e falou do caso do empenhou do FGTS, que pode derrubar o prefeito por improbidade administrativa”, disse Fogaça.

Além de Tsalikis, a CPI ouviu o ex-contador da Autarquia de Trânsito, Oslei Galvão da Silva, o presidente da Autarquia de Trânsito, Edimir José de Paula, o ex-secretário de Saúde, Alberto Olavo de Carvalho, e o ex-presidente da Madre Paulina, Antônio Roberto Mansur, além dos depoentes da última quarta-feira: o proprietário da empresa Paraná Som, Clauber Bernardo, o proprietário da empresa New Vision, Celso Trevisan Filho, e João Laskos, representante da empresa de mesmo nome.

Até o momento, a CPI conseguiu verificar as denúncias de irregularidades na Madre Paulina e na Autarquia de Trânsito. Sobre outras denúncias do dossiê Ronda, como contratos da J. Malucelli e com a empresa de advogados Andreolli, nenhum depoente falou até agora.

No meio da sessão de quarta-feira (8/4), o vereador Dr. Pascoal Adura (PMDB) fez uma reivindicação à Comissão: “O vereador Fogaça poderia ter passado uma cópia dos documentos (da conta da Paraná Som no Banco do Brasil) para os outros membros da CPI”, disse Pascoal. A partir de agora, todos os membros deverão assinar algum requerimento para documentação para a CPI. Há uma divergência entre Pascoal e Fogaça em relação a investigar outros prefeitos. Pascoal acha que a CPI deve focar em Wosgrau e se tiver que investigar outros que se faça outra CPI, enquanto Fogaça diz que a CPI Ronda tem que chamar os ex-prefeitos Jocelito Canto e Péricles para depor.

Reportagem feita para o site Portal Comunitário em 2009

Viver e escrever

Sobreviver é uma arte. Para cumprir essa arte, o ser humano realiza diversas atividades para ganhar dinheiro. Alguns trabalham quebrando pedra, outros roubando pessoas. Ainda têm aqueles que sobrevivem matando animais, enquanto outros escrevem “verdades”. Por si só, escrever é um ato que atesta verdade. Já é da cultura humana acreditar no que está escrito.

E o que é escrito? E como é escrito? De que forma deve ser escrito? Essas perguntas só podem ser respondidas quando começamos olhar para o leitor. Mesmo inconscientemente, a pessoa só lê o que deseja? Antes de tudo, a escrita é uma forma de comunicação. Quer quiser ser apenas informado, será informado, mas quem quiser ser seduzido pela leitura, será seduzido.

Uma lista de compras é escrita da forma que ela merece. Os elementos não precisam de ligação alguma, pois simplesmente é uma lista. Por isso, para entender algumas listas, precisamos utilizar a semiótica em alguns casos. De qualquer forma ninguém se importa muita da forma que as listas de compras são escrito, afinal cumprem seu papel, informar o leitor.

Muito mais difícil do que informar é apaixonar. Histórias e poemas tentam apaixonar. Nem sempre conseguem. Lidar com emoção e subjetividade é uma dura tarefa para quem quer ganhar dinheiro ou satisfação com o texto. Porém, quando alcançam os seus objetivos, parece que tudo valeu a pena para esses escritores, profissionais ou não.

E o jornalista? Como deve agir o essa classe para conseguir sobreviver de textos? Para esse humilde mortal sobra a tarefa de informar e apaixonar ao mesmo tempo. Para informar, o jornalista lança mão de técnicas próprias da profissão, como o Lead, objetividade, clareza, concisão, clareza, entre outras manobras. Contudo, para encantar as pessoas, ele necessita muito mais do que técnica, precisa de talento.

Se no passado mercenários, sábios de guerra e “plebeus” guerreavam para sobreviver, hoje eles são substituídos por jornalistas, escritores e pela população que usam a escrita. Seja para encantar, informar ou cumprir ambas as tarefas, todos escrevem com um objetivo: Sobreviver nesse mundo dominado por papéis, canetas, teclados e mouses.

Texto feito para a disciplina de REOE na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 2009

Burocracia com nova lei atrasa seleção de estágios na UEPG

A nova lei do estágio, que vigora desde Setembro do ano passado, mudou diversas regras na seleção e manutenção de candidatos nos estágios administrativos. O aumento do valor de R$ 190 para R$ 405 reais motivou os estudantes a procurarem as bolsas, mas a nova lei limitou o maior número de vagas administrativas para poucos cursos. Além disso, o aumento da burocracia provoca atraso na seleção dos candidatos e atrapalha o funcionamento de setores administrativos na Universidade.

A estudante de Letras (Francês) Mayara Rodrigues diz que o novo valor a motivou a tentar uma vaga na biblioteca da Universidade Estadual de Ponta Grossa. “Nunca tinha feito estágio, com certeza esse valor me motiva a buscar a vaga”, fala Mayara. Para Flávia Almeida, estudante de Letras (Inglês) o aumento ajuda nos gastos na própria universidade. “Antes gastava tudo em Xerox e livros. Agora sobra um pouco para as despesas da casa”, afirma Flávia.

Devido a nova lei, as atividades de estágio devem estar relacionadas com as atividades dos cursos. “Administração, Comércio Exterior, Informática e Engenharia da Computação foram os cursos mais beneficiados com a nova legislação, pois os outros cursos não se encaixam muito em funções administrativas e de informática”, afirma Fabiana Mansani, chefe da divisão de ensino da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da UEPG. Também por causa das novas regras, todo estagiário deve ter um professor orientador para supervisionar as atividades do bolsista.

O coordenador do curso de Engenharia da Computação Dieroni Foltran Júnior afirma que a nova legislação e o grande número de pedidos de vagas sobrecarregaram o curso. “Antes só precisávamos autorizar os acadêmicos do curso que passavam na seleção. Com a nova lei, está complicado achar tantos professores que aceitam ser orientador de estágio. Estamos levando cerca de 10 dias para liberar uma vaga”. Por falta de estagiários, laboratórios de informática, como o de Serviço Social no Campus Central, ainda estão fechados para uso dos estudantes.

Uma vaga envolve diversos setores administrativos até ser protocolada. Envolve a Prograd, o Prorh (Pró-reitoria de recursos humanos), o órgão que pediu a vaga, o Proad (Pró-reitoria de administração), o curso dos candidatos e o CPD (Centro de Processamento de Dados). Para Mansani, a centralização das funções diminuiria a burocracia. “Se nós centralizássemos o processo na Prograd ou no Prorh e se as vagas fossem unificadas em um só edital, como em concursos, já melhoraria bastante”, diz a chefe da divisão de ensino da Prograd.


Reportagem feita para o jornal Foca Livre em 2009

27 de novembro de 2009

Desistência do Santa Paula deixa Campos Gerais fora da elite do futsal no estado

Dívidas, disputas judiciais e problemas políticos. Esses são alguns dos motivos que deixaram a cidade de Ponta Grossa sem representante na Série Ouro da Liga Paranaense de Futsal, que começou no dia 14 de Março. Apesar de ter ficado na 12° posição entre dezesseis participantes e não ter sido rebaixado no ano passado, o Santa Paula desistiu de sua vaga no campeonato deste ano. Essa é a terceira vez que a região dos Campos Gerais fica sem nenhuma equipe na liga, disputada desde 1995.

O Santa Paula disputou a principal divisão do futsal paranaense em 2007 e 2008. A historia recente da equipe está ligada ao empresário Tércio Miranda e ao presidente clube, o ex-vereador Nereu Malaquias. Até 2005, o clube disputava apenas campeonatos amadores municipais. Nesse mesmo ano, Tércio, até então era responsável por uma companhia de rodeio, resolveu investir no futsal em Ponta Grossa. O empresário propôs parcerias com os clubes mais tradicionais da cidade, como o Verde e o Guarani, mas apenas o Santa Paula aceitou o projeto de Tércio Miranda.

Com o reforço financeiro de Tércio (despesas de 12 mil reais/mês em 2005 e 25 mil reais/mês em 2006), o Santa Paula/Tércio Miranda foi campeão da Série Bronze do futsal paranaense (equivalente a terceira divisão) em 2005 e da Série Prata em 2006. “A nossa estrutura era muito superior a das outras equipes. Nossa folha salarial era de Série Ouro. Ganhamos fácil naqueles anos”, diz Erickson, ex-jogador do Santa Paula de 2005 a 2007. Os investimentos de Tércio não pararam por aí. Em 2007, ele resolveu investir ainda mais na equipe, trazendo jogadores consagrados com Manta, que já jogou na seleção brasileira de Futsal.

Para disputar Série Ouro do campeonato paranaense, Tércio gastava 50 mil reais por mês em 2007. Mas, a equipe não deu o retorno esperado. “O Tércio se decepcionou por ter colocado tanto dinheiro na equipe”, diz Bian, que hoje trabalha com Tércio no clube Verde. Apesar de ter o segundo maior orçamento do campeonato, a equipe de Ponta Grossa ficou apenas na nona posição entre 16 times do campeonato. Nesse mesmo ano, Tércio Miranda desfez a parceria com o Santa Paula e se afastou do futsal da cidade. A equipe ficou na responsabilidade de Malaquias, presidente do clube que em 2008 iria se candidatar novamente a vereador de Ponta Grossa.

“Como a equipe não tinha dinheiro, Nereu buscou uma parceria com o Fogaça”, diz Leandro Fussa, ex-jogador do Santa Paula. Edilson Fogaça também se candidataria a vereador em 2008. O problema é que o dinheiro de Fogaça e Nereu não foi suficiente para montar uma equipe forte como as dos anos anteriores e o Santa Paula ficou em 12° lugar na competição. Equipe ainda acumulava dívidas com a federação paranaense e com os atletas da equipe, inclusive Manta, que entrou na justiça contra o Santa Paula. Fogaça se reelegeu vereador e se afastou da equipe ainda em 2008, mas Nereu Malaquias recebeu apenas 625 votos e não foi eleito.

Até o início do campeonato desse ano o Santa Paula buscou parceiros para financiar sua participação no campeonato. A equipe pediu ajuda até a prefeitura municipal e a Tércio Miranda, que preferiu fechar parceria com o clube Verde para a disputa da Série Prata desse ano. Seu projeto é subir para a Série Ouro e ser campeão do estado, planos parecidos com os de em 2005. Esse ano o Santa Paula vai disputar apenas o municipal de futsal em Ponta Grossa. 
 
Reportagem escrita para a disciplina de Redação Jornalística II na Universidade Estadual de Ponta Grossa  (UEPG) em 2009

Humor e Sexo: Uma peça com velhas novidades

Peças sobre sexo são comuns. Mas, apesar do tema ser corriqueiro, Sexo Etc. e Tal trata da sexualidade de uma maneira diferente. Mas não quer dizer que a peça fuja de alguns clichês.

“Desliguem os celulares. É proibido filmar e fotografar”. A frase comum em teatros não se aplica a essa peça. Diferente de outros espetáculos, você é livre para fazer o que quiser, com apenas uma obrigação: “Vocês estão em um espetáculo de humor. Vocês têm que rir!”, ordena André Rangel, ator e diretor da peça.

No primeiro ato, uma espécie de “stand-up” entre os quatro atores dá o tom da peça. “Todos falam palavrão. Não fiquem horrorizados com isso”, diz Rangel. E eles não poupam mesmo. Nenhuma palavra ou ato é censurado. É um bom e franco papo sobre sexo.

Na segunda parte, os atores dividem-se em duplas e se revezam em diversas situações que envolvem o tema central da peça. É aí que o “merchandising” começa a ser usado. Os atores se revezam em pequenas cenas e sempre dão um jeito de falar o nome de um dos patrocinadores, às vezes em excesso.

Houve um tempo em que homens vestidos de mulher era um ato transgressor e inovador. A peça da Broadway Gaiola das Loucas ficou famosa por isso. Hoje, não passa de mais um lugar-comum. É esse o problema do terceiro ato.

Sexo, Etc. e Tal é um espetáculo que mescla bons e maus momentos. Nos dois primeiros atos os atores mostram que têm mais do que belos corpos, ou seja, talento. A peça tem um bom texto, mas deveria ter menos “merchandising”, clichês e o “etc. e tal”.

Serviço:  
Sexo, Etc. e Tal  
Duração: 120 Minutos  
N° de Atos: 3  
Data: 7 de março de 2009  
Direção: André Rangel  
Atores: André Rangel, André Sabino, Nakuza Kule e Amanda Blanco  
Texto: Robson Guimarães  
Preço: R$ 40 (R$20 para estudantes)  
 
Crítica escrita para o blog Crítica de Ponta em 2009 

Polícia fecha München para veículos em noites de grande tráfego

Barulho, engarrafamento, motoristas embriagados e diversas reclamações de moradores da área. Com todos esses problemas, a Polícia Militar de Ponta Grossa buscou uma forma de amenizar esses incômodos: bloquear os acessos à Avenida München para carros nas noites com maior movimento no local.

O trecho fechado começa na altura da esquina da Avenida München com a Rua Francisco Burzio até a esquina da Avenida München com a Rua Penteado de Almeida. As ações têm sido esporádicas e em caráter experimental. “Nossos dias de operação são mantidos em segredo, para podemos surpreender os motoristas infratores”, afirma a tenente da Polícia Militar de Ponta Grossa, Natália Marangoni.

Marangoni diz que a iniciativa surgiu devido às inúmeras reclamações dos próprios moradores da região. “Até estudantes da UEPG reclamavam do barulho nas redondezas”, afirma a tenente. Luísa Martins, moradora de um prédio na München, concorda com a iniciativa da Polícia. “Tem noites que não dá para dormir com o barulho dos carros aqui. Por mim, o bloqueio seria para sempre”, diz a moradora.

Se para os moradores o bloqueio foi uma boa iniciativa, para os donos de estabelecimentos a ação atrapalhou no movimento das casas. “Organizamos uma festa para motoqueiros que estavam em Ponta Grossa, mas eles não quiseram vir porque não queriam deixar as motos longe da casa, com medo dos roubos”, diz a empresária Aline Vaz Teixeira, dona de um bar na avenida.

A ação da polícia não diminui o movimento no açougue que Cleverson Justo trabalha, mas ele acredita que essa não é a melhor solução para os problemas da München, pois outros lugares da cidade podem ficar desguarnecidos. “Trancar a Avenida soluciona um lado, mas atrapalha outro. Acho que o certo deveria ser deixar um patrulhamento mais extensivo, não um batalhão aqui”, diz Justo.

Os Problemas com motoristas embriagados, drogas, brigas e barulho na avenida são crônicos. Resta saber se o bloqueio aos veículos será a solução desses problemas ou apenas mais um capítulo na discussão entre moradores, donos de bar, jovens que saem para festa e polícia no principal ponto de festas da cidade. 
 
Matéria feita para a disciplina de Redação Jornalística II na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 2009

26 de novembro de 2009

Uma das maiores propagandas pró-animais do mundo

Cenas de animais sendo mortos com crueldade, trilha sonora emocionante e fortes críticas à sociedade contemporânea é a tônica do documentário Terráqueos, feito por Shaun Monson. O documentário prega que depois do direito de igualdade dos negros e das mulheres, seria necessária a luta pela igualdade do direito dos animais, afinal somos todos terráqueos. Terráqueos é narrado por Joaquin Phoenix (ator que trabalhou em O Gladiador e foi indicado ao Oscar) e tem a trilha sonora feita pelo músico Moby.

Monson se apoiou em muitas técnicas que são utilizadas na publicidade (inclusive pelos comerciantes de “produtos e serviços” feitos com a vida dos animais) para emocionar, chocar e conscientizar o expectador de Terráqueos. Ele dividiu o documentário em cinco partes que retratam o que os humanos fazem com os animais para obter lucro:

1) A comercialização e serialização dos animais de estimação, que acarretam em cachorros e gatos na rua e inevitavelmente sendo sacrificados (às vezes com pauladas, tiros e na câmara de gás) para limpeza urbana;
2) A Industrialização da carne, onde são mostradas as condições de vida e de morte no qual passam os animais, além das más condições de higiene dos abatedouros;
3) A utilização do couro para roupas. Particularmente é a parte que mais me revoltou do documentário;
4) A indústria do entretenimento animal, onde são mostradas touradas, circos, pesca esportiva, entre outros “esportes”. Aqui no H&R vocês podem conferir uma reportagem sobre essa indústria do entretenimento: Rinha de galos combatentes - Briga de galos
5) O uso dos animais como experimentos científicos, no qual sofrem com mutações genéticas, indução de doenças e teste de vacinas.

O documentário é conceitual e tem forte apelo emocional. Muitas pessoas não conseguiram assisti-lo até o final, pois as cenas de animais mortos em abatedouros são fortíssimas e ao mesmo em que o expectador assiste a elas, o narrador as coloca como a pura realidade. Para Monson, a solução para mudar essa realidade é acabar com todas as formas de utilização dos animais como bens de consumo. As cenas gravadas e mostradas em Earthlings são na sua maioria filmadas com câmeras escondidas.

Por ser um documentário basicamente narrativo, o maior defeito de Terráqueos é a falta de depoimentos. A explicação do uso de animais para a ciência é fundamentada basicamente em palavras do narrador, por exemplo. Talvez até mesmo a explicação de um fazendeiro de porque mata animais para vender carne daria mais fundamento ainda para as críticas de Monson ao comportamento humano.

De qualquer forma, o filme é indispensável para quem deseja refletir sobre o papel humano na Terra e apesar de eventuais falhas é convincente. Afinal, com a sociedade pró-consumo que há hoje em dia, é praticamente impossível alguém ter uma iniciativa como a de Terráqueos, que prega o não-consumo de produtos e serviços, com o simples argumento de que é melhor para o mundo.


Texto escrito para o blog Histórias e Rankings em 2009

Diário de um vegetariano

Os motivos podem ser diversos: perda de peso, manutenção da saúde, protesto contra a morte dos animais ou mesmo linha religiosa. O fato é que cada dia mais existem vegetarianos no mundo. Celebridades como Richard Gere, Eddie Vedder (Pearl Jam) e Madonna já aderiram a esse hábito alimentar, que para algumas pessoas não passa de uma tendência da moda. Para poder escrever um texto sobre as sensações que passa uma pessoa que se nega a comer carne, resolvi viver um mês de experiência vegetariana.

Já passei por 75% dessa experiência. Nesses 21 dias que fiquei sem comer carne, experimentei as mais diversas sensações de privação. Querendo ou não, as pessoas são viciadas em carne e no seu sabor. Nos primeiros dias, tive diversos pensamentos a respeito de ser vegetariano. Contava quantas mortes de animais eu havia poupado, pensava quantos anos de vida eu ganharia por deixar de comer salsicha, carne gorda e outras carnes similares e não muito saudáveis.

Por outro lado, eu sentia muita fome. Por mais que eu comesse, parecia que nunca estava satisfeito com as refeições. O resultado é que apesar de deixar de comer carne, não ganhei nem perdi peso nesses vinte dias. Tudo que eu deixei de comer de carnes, compensei com queijo, batata frita, doces e outras coisas que substituem o sabor da carne. Depois de alguns dias acabei me acostumando com essa situação. Não comer carne deixou de ser algo central e se ter tornou apenas mais um elemento na minha vida.

Mais do que a questão física, o maior problema que um vegetariano enfrenta é a questão social. Conheço alguns vegetarianos e já presenciei algumas situações desagradáveis que eles passaram. Responder por que optou por deixar de comer carne é uma situação complicada. Esse tema acaba tomando conta de muitas mesas de jantar, regada por um belo filé ou uma salada, dependendo do lado que é defendido.

Mas por que ser vegetariano? E por que não ser vegetariano? Apesar das razões estarem claras para ambos os lados, tentarei nas próximas semanas ouvir os dois lados e esclarecer para vocês, caros leitores, um pouco mais sobre essa prática que nasceu na Índia, hoje se espalha pelo mundo e que causa polêmica e discussão, seja por motivos de saúde, éticos, religiosos ou ecológicos.

Texto publicado no blog Histórias e Rankings em 2009

23 de novembro de 2009

Por dentro da Band

A Estrutura da Casa de Verão

Inicia-se hoje uma série de reportagens no qual vocês poderão conhecer como funciona um canal de Televisão, suas etapas para o processo de produção e como pensam os profissionais que trabalham para transmitir informações para milhares de pessoas.

Através de alguns contatos, um pouco de sorte e receptividade, conseguimos vasculhar os bastidores da Rede Bandeirantes do Rio Grande do Sul, ou simplesmente Band-RS. Hoje mostrarei para vocês como é estrutura da Casa de Praia da Band em Torres.

Como no Litoral do Rio Grande do Sul nenhuma das grandes redes comunicação do estado (RBS, Record, Band e Pampa) tem filiados, no período de Verão é tradição no Rio Grande do Sul serem montados estúdios avançados para melhor transmitir as notícias do Litoral para Porto Alegre e para o resto do estado.

Há cinco anos a Band-RS tem a casa de verão na praia. O evento é o 2° maior em termos de faturamento (perde apenas para o Miss Rio Grande do Sul) e o maior em termos de tempo de utilização e tamanho estrutural. “O projeto começou em 2003, época da profissionalização na Band do estado. Começamos em Tramandaí, fomos para Xangri-lá e há 2 anos montamos a casa de verão em Torres”, afirma Carlos Totti, gerente de eventos do grupo e responsável pelo projeto em Torres.

Totti explica como acontece todo o planejamento e o processo de construção do estúdio. “A Band de São Paulo envia a filiada de Porto Alegre o valor total que deve ser gasto no projeto. Depois disso, a gerência e a diretoria da rede aprovam o que deve ser gasto em cada item. Muitas pessoas participam do processo. Enquanto o departamento comercial mostra o projeto em busca de apoio, o departamento de eventos faz a parte prática. Meu objetivo é entregar o projeto no tempo certo e com o menor gasto possível”, diz o gerente de eventos da Band.

Na casa de verão são geradas reportagens para TV e rádio. O jornal de Verão (de segunda a sexta-feira às 13:00 horas) e alguns programas da rádio Bandeirantes e da rádio Ipanema são transmitido diretamente do link no litoral. Em alguns Sábados do verão, o Band Cidade (principal telejornal da Band-RS) também está na cidade de Torres, com toda equipe de produção, repórteres e âncoras.

Na casa há um estúdio de Rádio e outro de TV, uma mini-redação, onde são planejadas e executadas as matérias e uma suíte máster. Suíte máster para quem não conhece é o local onde as imagens e áudios são geradas (enviadas) para Porto Alegre para serem editadas. Em média são feitas três reportagens por dia no Litoral gaúcho.


Entrevista: Fábio Canatta, coordenador de jornalismo da Band-RS

Casa de Verão da Band em Torres, 19:30 da noite. Os créditos do telejornal da emissora acabam de subir, sinalizando o final do Band Cidade. Um alívio toma conta do local, que está lotado, pois mais ou menos trinta pessoas, entre equipe de produção, jornalistas, locutores da rádio e convidados ocupam a pequena casa a beira-mar. O repórter Luiz Gustavo Bordin (que faz expedições para a Antártida, conta piadas em russo e é uma grande figura) me apresenta ao homem que coordena toda essa equipe.

Fábio Canatta tem 29 anos e em sete anos chegou ao cargo coordenador de jornalismo da TV Bandeirantes do Rio Grande do Sul. Muito solicito, Fábio me cumprimenta, mas já fala: “Não tenho muito tempo. Em meia hora você consegue as tuas informações?”. Combino com ele a minha saída com a equipe de reportagem, que aconteceria três dias depois e lhe faço algumas perguntas. Nessa mini-entrevista, Canatta fala sobre diploma, crise, trajetória e dá conselhos para quem quer seguir a carreira jornalística:

1) H&R - Olá Canatta. Fale um pouco sobre a sua trajetória no jornalismo e como você chegou até o cargo que ocupa hoje.
Fábio Canatta - Eu me formei em 2002 na Faculdade dos Meios de Comunicação (FAMECOS) da PUC de Porto Alegre. Mas antes disso, em 2001 eu comecei a estagiar na sucursal de Porto Alegre do Jornal Folha do Sul, que é de Caxias do sul - RS. Eu fazia parte da equipe de reportagem. Também trabalhei com a assessoria de imprensa da então prefeita de Alvorada (cidade da região metropolitana de Porto Alegre) e hoje Deputada Estadual Stela Farias. Ainda como estagiário, eu entrei para a Band-RS. Em 2002, depois que eu me formei, entrei como produtor da rádio e da TV. Dentro da TV, passei por todas as funções. Fui produtor, passei rapidamente pela reportagem, editor, chefe de reportagem, chefe de redação e hoje sou coordenador de jornalismo da TV.

2) Como é o cotidiano de um jornalista?
Bem, tem uma diferença do que eu faço e do que a reportagem faz. Eu tomo conta do controle editorial da TV. Sou responsável pelas pautas que a bandeirantes faz, pelos telejornais que a bandeirantes produz, pelas escalas da equipe, pelo planejamento de coberturas externas, como a casa de verão da Band, pelos programas que são feitos fora da band, relação com departamento comercial, coberturas especiais, algo mais administrativo. Na redação da Band-RS, trabalha-se para três programas: Toque de bola, programa de esportes que acontece as 12:30, o Lado a Lado, que hoje está fora do ar por causa do Jornal de Verão, que é feito de torres, as 13:00 e o nosso telejornal, o Band cidade, as 18:45.

3) Você acredita que a crise econômica afetou as empresas jornalísticas? De que forma?
Acho que afetou sim. A empresa jornalística é uma empresa como qualquer outra, no qual o produto é o jornalismo. Ela vende, compra, contrata e demite, como qualquer outra empresa. Talvez tenhamos sofrido um impacto menor nesse primeiro momento, devido não ter uma relação direta com o mercado externo, mas nos afetou sim. Afinal a crise afeta todas as empresas do Brasil, inclusive as empresas de comunicação.

4) Qual é a sua opinião sobre a questão da obrigatoriedade do diploma para exercício do jornalismo?
Eu não tenho uma opinião formada sobre a obrigatoriedade do diploma. Tem alguns pontos que eu sou favorável e outros eu sou contrário. Acho que é válida como proteção para a classe dos jornalistas, mas eu duvido que mesmo que seja derrubada a obrigatoriedade, as empresas deixem de exigir o diploma para contratar jornalistas.
H&R - Porque essa questão não entra na agenda dos grandes meios de comunicações?
Tu quer dizer por que esse não está em discussão na TV? Porque a gente acha que isso interessa a gente e não interessa as pessoas!

5) Qual é conselho que você dá para um estudante de jornalismo se preparar para o mercado de trabalho. 
Primeiramente, não cansar nunca. Jornalismo é muito trabalho, muito esforço. Antes de dominar qualquer técnica, antes de conhecer TV, rádio e jornal, tem que está bem informado. Informação é mais importante do que qualquer coisa. Tem que ler muito jornal, ler muita revista, ler muito livro. Ler é mais importante do que qualquer coisa para um estudante de jornalismo.  


Os bastidores de uma reportagem: A prática jornalística

Na terceira parte do nosso especial Por Dentro da Band, finalmente chegamos à parte prática do processo. Faço uma descrição cronológica (ou nem tanto) do cotidiano de um jornalista e dos processos que uma reportagem passa até chegar ao ar e ser assistida por milhares de pessoas. Acompanhei durante um dia a repórter Fernanda Farias na missão de fazer algumas reportagens para o Jornal de Verão, transmitido de Torres para todo Rio Grande do Sul.

10:05 – Chego ao estúdio de verão da Band. A manhã havia começado agitada para equipe de reportagem. Nessa hora eles já tinham feito uma matéria sobre um caminhão que tombou na BR-101, estavam partindo para uma segunda matéria e procurando um entrevistado para entrar no ar às 13 horas.

10:35 - Fernanda está a 20 minutos no telefone. Ela tenta contatar o entrevistado para o próximo jornal, mas nem tudo ocorre como o esperado. O entrevistado que ela precisava havia viajado. Isso me fez compreender a primeira das muitas coisas que aprenderia naquele dia: “Nada é como a gente espera, então sempre tenha uma pauta (matéria) reserva”.

10:40 – O segundo entrevistado que eles tinham na manga também havia viajado e não poderia vir. Eu reformulei o meu primeiro aprendizado: “Não tenha uma. Tenha várias pautas reservas. Os riscos são bem menores”. Farias finalmente deixou o telefone e saiu para a rua. Começaria então a parte “mais divertida do processo”.

10:45 - A matéria que eles cobririam naquele dia era referente a temperatura da água do mar em Torres, que estava 3 graus abaixo da temperatura do ano anterior e espantava os turistas do banho de mar. Fernanda e o cinegrafista Onildo vão para a beira da praia. A primeira parte gravada é a explicação de um especialista do porque a água estava tão fria. A conversa entre a repórter e o professor começa como um bate-papo informal. Com essa conversa a repórter se situa melhor sobre o assunto, a câmera é melhor enquadrada e o entrevistado fica um pouco menos nervoso. Começa a gravação. No total são feitas cerca de 15 perguntas, sendo que apenas uma ou duas falas serão aproveitadas. Na TV, filma-se muito e se aproveita pouco do que é gravado.

10:50 – Agora é hora de “atacar” os banhistas. Eles tinham que falar sobre a água do mar. Esse processo foi um dos mais engraçados, pois nem todos falam o que é esperado, alguns travam na frente das câmeras, outros querem falar demais, sem contar nos querem aparecer na TV a qualquer custo. Em 15 minutos, Fernanda ouve 10 das mais variadas definições de como está a água do mar e ainda conversa rapidamente com uma amiga (também jornalista) que ela encontra na praia. Onildo capta mais algumas imagens e nós voltamos para o estúdio.

11:20 – Fernanda começa a escrever os textos que serão apresentados entre as matérias (os drops) e os textos para o Off. Para quem não sabe, O Off aparece na parte da matéria que é mostrada uma paisagem ou alguma ação e é a voz do narrador (normalmente o próprio repórter) gravada em estúdio, que situa o telespectador no contexto da reportagem. Pode ser utilizada uma trilha sonora ao fundo. Nesse instante, eu deixo Fernanda escrevendo e vou até a Suíte Máster.

11:30 – Suíte Máster é o local onde as imagens captadas são geradas (enviadas) para a equipe de edição (no caso para Porto Alegre). Justamente é isso que Cristiano (ele achou melhor não dizer o sobrenome por motivos de segurança, RS) está fazendo. Ao mesmo tempo em que envia as imagens para serem editadas, também narra o que está acontecendo nelas, para certificar que a equipe de edição assiste a mesma cena que ele.

11:50 – Com todos os textos já escritos, Fernanda se prepara para gravar o Off no estúdio. O processo é muito rápido, ela tem que falar apenas cinco frases no microfone. A gravação acaba em menos de 1 minuto. Espanto-me com a voz dela na hora que grava. Perfeita. Mais tarde, eu perguntei o que ela fazia para manter a voz daquele jeito e ela me respondeu que achava a voz feia.

12:25 - Algo que eu notei (e comprovei na hora do Band Cidade) é que a medida que a hora de entrar ao ar chega, o nível de estresse aumenta em toda a equipe. É cobrado o envio de matérias, o telefone não para de tocar e gritos ecoam no estúdio de verão da Band. Cristiano checa e tenta consertar alguns problemas técnicos. Uns 100 metros de fio são desenrolados. O jornal de verão será apresentado à beira-mar mesmo e não do estúdio de verão.

12:40 – Enquanto Fernanda Farias faz a própria maquiagem para entrar no ar, Carlos Totti explica detalhes sobre a casa de verão da Band. Além do que está na primeira postagem do especial, Totti também fala do clima de descontração (que naquele momento não tinha muita) da casa de verão. Cobrir um evento como este é uma ocasião especial. Os repórteres chegam as 8 da manhã e ficam até as 8 da noite. Além da reportagem, fazem o trabalho de produção (que é de agendar matérias, entrevistas, etc.). Por outro lado Fernanda pode apresentar o jornal com uma camiseta (da emissora), shorts e havaianas, o que seria inadmissível em um estúdio.

13:00 – Já estamos na praia. O jornal de Verão está prestes a entrar no ar. Tanto Onildo como Fernanda estão com grande aparelhagem de comunicação com o estúdio. Começa o Jornal de verão. Até eu dou um “auxilio técnico” para eles na hora que o jornal está no ar. Apesar do nervosismo anterior à entrada ao ar, Fernanda demonstra tranquilidade ao falar as notícias do dia. “Tem que estar muito concentrada, às vezes dá vontade de rir de algumas coisas, mas não podemos”, diz a repórter.

13:20 – Acaba o jornal. Eu peço para Fernanda resumir o que ela sente quando sai do ar. “Alívio” é a única palavra que ela me fala.


Como construir uma reportagem para TV

Nesta semana continuaremos mostrando à vocês o cotidiano de uma equipe de reportagem. Ao contrário de semana passada, onde fizemos uma ordem cronológica dos fatos, hoje vamos dar um panorama geral de como foi a tarde da equipe de reportagem, já que esse período teve mais procedimentos técnicos do que práticos para a construção da matéria. Vejam como funciona o processo de estúdio para a construção de uma notícia para TV.

Depois de ser gravada, uma reportagem passa por alguns processos técnicos até estar pronta para ir ao ar. Logo após a captação de imagens, o vídeo bruto (como eu disse semana passada, grava-se muito e não se aproveita quase nada) passa pelo estágio da decupagem. Esse processo nada mais é do que a seleção das imagens que vão ser aproveitadas na matéria, ou seja, tudo que o repórter deseja que vá ao ar é passado para o papel. Este papel é mandado para a equipe de edição de imagens para a edição de imagens.

Enquanto o vídeo é editado, o repórter já prepara o texto para o Off. Como já disse na semana passada, Off é uma narração feita em estúdio em cima de imagens e que serve para situar o espectador na matéria. O Off é mandado para a equipe de edição de som, que normalmente coloca uma trilha sonora para deixar a matéria mais interessante. O último estágio é a colocação dos créditos (nome do repórter, entrevistados e local da reportagem) na matéria. A tarde da equipe da casa de verão da Band foi praticamente para dar conta desse processo técnico.

Após voltar do almoço, a repórter Fernanda Farias soube que a matéria sobre a água fria no mar iria ser apresentada para todo Brasil, no Jornal da Band e que deveria ter algumas modificações. A produção de Porto Alegre pediu mais um depoimento: de algum pescador que estivesse sendo prejudicado pela água fria do mar. Algumas imagens que não foram aproveitadas na reportagem ao meio-dia seriam aproveitadas para o jornal da noite.

Tivemos que sair de carro e caçar o tal pescador que a produção de Porto Alegre precisava. Fomos até Passo de Torres, cidade que fica na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina (Torres fica do lado gaúcho e Passo de Torres no catarinense). Muito do tempo que é gasto para cobrir uma notícia acaba sendo perdido dentro de um carro. Gastamos cerca de uma hora para achar os entrevistado, gravar uma “passagem” (texto no qual o repórter fala do próprio palco da matéria) e voltar ao estúdio, sendo que para fazer as gravações demoramos de 15 a 20 minutos. E lá se foi a tarde toda.

A noite chegava e com ela a hora do Band Cidade. Claro que os níveis de estresse também aumentaram um pouco, como naquela relação Estresse x Hora de entrar no ar, que eu citei semana passada. Novamente, gritos ao telefone e cobranças eram ouvidos no estúdio de verão da Band. Mas, o mais incrível é que na hora de aparecer na tela a bela Fernanda demonstra muita tranquilidade. “Ela cresce muito no vídeo”, diz Carlos Totti, da própria Band-RS. Tudo transcorre tranquilamente e finalmente acaba o dia da reportagem, depois de uma jornada de 11 horas de trabalho.

Reportagem escrita para o blog Histórias e Rankings em 2009

22 de novembro de 2009

Cinco luxos e um lixo

Qual foi a cidade mais interessante que você já morou? 
 
Para muitas pessoas essa é uma pergunta fácil de responder. Mas para mim não se trata de algo tão simples assim. Para os que não me conhecem deixe eu me apresentar: Meu nome é Edgard Matsuki, tenho 23 anos e vivi em muitos lugares. Quando eu era criança, grande parte das mudanças que minha família fazia era por causa da natureza cigana da minha mãe. Quando ela achava que um lugar não era interessante, juntávamos nossas coisas e “vida nova, lugar novo”.

Com o passar do tempo a vida de nômade acabou se tornando questão de sobrevivência para mim. Onde eu pudesse ganhar algum dinheiro, estudar, ou mesmo estar cercado de pessoas legais, eu estava indo. Se mudar virou um vício. Até agora já morei em 20 cidades (desconsiderei os lugares em que eu fiquei menos de três meses) e este número está prestes a aumentar.

Por causa dessa minha vida maluca fui convidado para escrever na revista de meu colega Nathan Zanferrari (que também escreve no H&R). Minha missão é destacar os cinco luxos e um lixo dos lugares no qual eu morei. Para fazer a análise, juntei três fatores: A cidade em si e sua infra-estrutura, as memórias que eu passei na cidade o contato que tenho até hoje com esses locais. Espero poder ajudar vocês a escolherem seu próximo destino.
 
1 - Torres(RS) – Brasil: O primeiro lugar não poderia ir para outra cidade que não fosse essa. Localizada na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, a cidade de Torres é o que pode se chamar de paraíso. O clima não é tão frio quanto no interior do RS, a praia é belíssima (a foto fala por si só), o centro da cidade é muito próximo a praia (uma quadra) e as pessoas têm a típica tranqüilidade de moradores do litoral.
A cidade não é muito agitada em termos de festas (ao contrário da maioria das cidades litorâneas), mas com uma boa garrafa de vinho barato, praia paradisíaca e amigos, dá para se divertir bastante. Torres têm cerca de 40 mil habitantes no inverno. No verão este número costuma triplicar e movimentar o mercado da cidade, inclusive com turistas de outros países. O índice de violência é muito baixo e pode-se andar tranquilamente nas ruas e pela praia durante a madrugada (só não pode vacilar muito).
Essa dependência do verão talvez seja o ponto fraco da cidade, pois prejudica seu crescimento. Os políticos de Torres são como os de qualquer outra cidade: Medíocres. Não há aproveitamento das belezas naturais da cidade e nem divulgação delas para os próprios moradores. Faltam shows interessantes na cidade. Não há investimento em ensino superior, o que faz os jovens abandonar a cidade quando terminam o colegial.
Morei na “mais bela praia gaúcha” em dois períodos (1999-2002 e 2007), num total de 3 anos e um mês. Alguns dos meus melhores amigos moram em Torres e até hoje visito a cidade quando posso. Vivi minhas primeiras baladas (na época em que eu tinha um pouco de tolerância a alguns estilos de música), passei minha adolescência, me curei quando estava com ansiedade graças ao lugar e às pessoas (que estão no meu coração e não vou esquecer jamais, nem que tente). Exageradamente posso dizer que devo minha vida à essa cidade. Ah, e Torres ainda me ajudou a passar no vestibular, ler um livro na beira da praia é sensacional.
Se eu pudesse, investiria na educação da cidade e construiria uma Universidade de jornalismo (assim eu poderia morar lá, RS). Melhoraria a imprensa da cidade, (os quatro jornais são muito fracos, sem jornalistas formados) e tentaria movimentar a cidade no inverno (mas sem acabar com a natureza). Porém, por enquanto o que me resta fazer de vez em quando é fugir do estresse da cidade para contemplar à beleza da mais bela praia gaúcha, deitar na praia, subir nas pedras, respirar ar puro, rever pessoas queridas e voltar pronto parar enfrentar mais uma vez o mundo real. YOSHI!
 
2 – Gamagori (Aichi) – Japão – Guardada as devidas proporções, poderia afirmar que esta cidade de cerca de 80 mil habitantes é uma versão japonesa de Torres. Em termos de infra-estrutura uma versão melhorada da nossa primeira colocada. Como toda cidade japonesa, Gamagori tem ótimos shoppings, inclusive um que fica aberto por 24 horas e fica próximo a grandes centros como Nagoya e Hamamatsu.
Os dois apartamentos que eu morei em Gamagori mais se assemelhavam a um quarto de hotel quatro estrelas. A porta dos apartamentos era travada à cartão magnético (o sujeito se sente muito importante com isso). Fogão elétrico, máquina de lavar roupas embutida no apartamento, carpete, ar-condicionado, cama, armário, TV a cabo e Internet eram itens que existiam no apartamento. Na minha opinião, o melhor da casa era o Ofurô. É maravilhoso poder tomar um banho de ofurô, numa sexta-feira, depois de uma semana de trabalho.
Gamagori é uma praia, mas as pessoas não costumam banhar-se no verão em mar aberto (exceto os brasileiros, que gostam de uma praia chamada Kira, que eu não tive a oportunidade de visitar), um ótimo lugar para conhecer em Gamagori é o parque Laguna Gamagori. No verão são abertas as piscinas, ótimos para o clima que passa facilmente dos 35 graus nos dias mais quentes e no inverno são feitos espetáculos, normalmente com personagens da Disney, além do Countdown de fim de ano, que é o melhor da região, igualando-se ao que acontece em Nagoya. Existem três ilhas em Gamagori a foto que eu tirei é de uma delas. Esta ilha é ótima para relaxar e no meio dela existem um templo budista, no qual se pode fazer pedidos, agradecimentos e participar de rituais budistas, tudo no meio da natureza.
Eu morei em Gamagori por 6 meses, dividido em duas temporadas de 3 meses (em 2003 e 2005). A primeira foi quando eu cheguei ao Japão, mas em três meses tive que ir embora, pois havia perdido o meu emprego. A segunda foi muito peculiar. Foi quando eu comecei a morar com uma menina (Renata), que eu fiquei por dois anos junto. Calcule um apartamento legal como o que eu morei, junte uma cidade interessante, uma metrópole bem pertinho e um casal em lua-de-mel. Fomos demitidos em 2 meses. Talvez o principal defeito de Gamagori seja esse: A cidade é tão boa que não dá vontade de ir trabalhar. Por todo o período que eu morei no Japão, dava uma fugida para visitar Gamagori e matar a saudade de olhar para o mar.
 
3 – Tramandaí (RS) – Brasil – Mais uma cidade do litoral do Rio Grande do Sul na lista de luxo. Tramandaí é uma praia com inúmeros problemas estruturais, vive estagnada no inverno, no verão tem seu crescimento descontrolado (a população salta de 40 mil para 200 mil pessoas) e seus políticos conseguem ser abaixo da média (Veja o exemplo de Elói Brás Sessim, prefeito, dono da principal rádio da cidade e astro do Linha Direta). Mas não teria como eu tirar Tramandaí da minha lista.
A cidade teve a proeza de me agüentar por 7 anos e foi a cidade que eu mais tempo permaneci. Claro que isso foi em suaves prestações, de Janeiro de 1994 até Janeiro de 1999, de Janeiro de 2002 até Novembro de 2003 e de Agosto até Novembro em 2005. Nesse período, vivi uma infância muito legal, passei por uma adolescência com muitas festas (nesse quesito Tramandaí supera Torres) e ainda vivi um período de férias em 2005. Claro que em todo esse período, deixei muitos amigos na “capital das praias” (apelido de tramandaí). Tinha a galera do tempo em que eu jogava no glorioso Juventus F.C., a turma do futebol de botão e a galera do RPG, que virou minha turma de festas também e da banda Crypta (que apesar do nome tocava uns troço light). Além de quebrar o recorde de tempo de permanência, em Tramandaí quebrei o recorde de locais em que morei. Foram 14 casas no total.
Tramandaí tem como atração principal a Festa do Peixe. No tempo que eu morava lá era a época áurea das bandas de rock de Porto Alegre. Logo tive a oportunidade de ver shows de Cidadão Quem, Maria do Relento, Papas da língua, Acústicos e Valvulados, TNT e outros. As festas eram ótimas, mas graças a onda sertaneja, os shows do festival mudaram muito. No Tropical rock café sempre iam bandas interessantes, hoje a casa virou um local onde toca funk e sertanejo. Quando fui a última vez em Tramanda, a cidade estava muito mudada, o que me causou um pouco de decepção, mas mesmo assim “quando bate uma fissura, pego a Freeway e dou um banho lá no píer de Tramanda”.
 
4 – Anjõ (Aichi) – Japão – A cidade dos Anjos é a primeira cidade não litorânea da lista. Anjyou é mais uma bela cidade da região de Nagoya. Tem 165 mil habitantes e é a típica cidade média japonesa. A sobrevivência das cidade é praticamente baseada em fábricas que fazem peças para a montadora da Toyota, que fica na cidade vizinha...Toyota.
Não tão bela quanto Gamagori, anjo têm a vantagem de ser mais próximo a Nagoya do que a ilha. Trinta minutos de trem e você já está na metrópole regionel. De qualquer forma Anjõ tem muitos lugares interessantes para se divertir. Shoppings, MacDonalds em todas as esquinas, Games, Boliches e até casas de “massagem” (!) são encontradas aos montes na cidade e em cidades vizinha.
Uma similaridade da cidade é a quantidade de estações de trem que existe. Em Mikawa-anjo sai o trem-bala (shinkansen) para várias regiões do Japão. A viagem que demorava trinta minutos cai para 12, mas só porque o trem-bala da região é meio “lento”. Fora Mikawa-anjo, A cidade tem Shin-Anjo, Nishi-Anjo, Minami-anjo, Kita-Anjo e o escambau A-4- Anjo também deve ter (essa é para o Marcelo dar risada). Em termos de transportes Anjo é uma cidade abençoada.
Morei na cidade por apenas quatro meses (09/2007 – 01/2008) e tive tempo de conhecer a cidade direito, mas só o fato de ser vizinha de Gamagori já seria um prêmio. Em Anjo raramente neva (para parâmetros japoneses), apenas uns dez dias por ano e muitos brasileiros moram lá. Nas ruas é bem fácil encontrar pessoas falando em português e a cidade já se adaptou a isso. Existem escolas, mercados, concessionárias e trabalho para brasileiros.
O lado negativo da cidade seria o mesmo defeito da maioria das cidades do Japão: Tudo ocorre tão certinho que parece que não vivem pessoas na cidade e sim robôs. Outro problema são os empregos da região, que são alguns dos mais pesados sujos e perigosos do país. Eu trabalhei na frente de uma prensa com pressão de 100 toneladas na minha frente nos quatro meses que morei lá. Para agüentar isso, só com diversão e proteção dos anjos.
 
5- Ponta Grossa (PR) – Brasil – Universidade Estadual de Ponta Grossa, habilitação jornalismo. Esse é o motivo que não pode deixar Ponta Grossa fora da lista dos luxos. Não que eu morra de amores pela cidade que eu moro há 9 meses (desde 02/2008), mas não posso negar que a Universidade é muito boa.
Fora a Universidade, posso destacar a estrutura da cidade como um ponto positivo. Os 305 mil habitantes de Ponta Grossa têm a sua disposição uma cidade com natureza, cinema gratuito, feira livre e alguns shows interessantes. Ah, deixe eu corrigir uma informação, essas atrações interessantes são destinadas apenas a parcela mais elitista da cidade, que por sinal é a mais conservadora que eu já morei. Para os mais humildes eles dão sanduíches por uma moeda de quatro em quatro anos.
Não conheço a cidade o suficiente, mas posso destacar alguns pontos interessantes. Vila Velha é um local histórico e bem legal de se visitar, mas a visitação é totalmente controlada por guias e se é obrigatório a passar por um roteiro pré-definido e pago, claro. O Buraco do Padre também é um lugar interessante de se visitar, mas não existe transporte coletivo para a região, talvez porque no pensamento elitista da cidade, todos tenham carro.
A cidade é povoada por estudantes de muitas tribos, mas o grupo que domina a cidade são os Caubóis, sertanejos e simpatizantes (CSS). Shows de duplas sertanejas sempre lotam na cidade. Bom para quem gosta. Existe uma movimentação no movimento Rock, principalmente entre os acadêmicos da UEPG, mas roqueiros são minorias, tal como manos, pelo menos na região da universidade.
Ponta Grossa poderia ser muito melhor do que é, poderia ser até primeira em minha lista, se as pessoas colaborassem. Dar bom dia em PG é um risco. Você pode não receber resposta. Em Ponta Grossa o cliente nem sempre tem a razão, a não ser que ele seja um ponta-grossense (que acha que tem a razão), gerando uma discussão interminável. Na real, falta simpatia para o povo. Mas como tem universidade boa, a gente fica por aqui. Vai que PG melhora no Ranking (ou piora).

Lixo: Viamão (RS) – Brasil - Eu morei em Viamão quando era um moleque (01/1990 até 09/1993), mas me lembro bem que lá não era um lugar muito agradável de morar. Primeiramente o bairro que eu morava não era muito seguro. O motivo que fez a minha mãe vender a casa e ir embora foi que assassinaram um vizinho nosso no bar que ele trabalhava. E adivinha que tipo de estabelecimento nós tínhamos na época? Quem acertar ganha um Rabo de Galo.
Jogar futebol com o pessoal era bem legal e lá eu aprendi a ser um pouco “vileiro” também. A rua que eu morava não era asfaltada, acho que até hoje não tem pavimentação nela, mas não me arrisco a chegar no local 15 anos depois morar lá. Tinha muitos amigos, mas sinceramente acho que boa parte deles deve ter entrado no mercado que está em ascensão nas periferias do Brasil. Qual? Quem acertar ganha 20 gramas.
O único ponto positivo que eu vejo foi que nesses três anos que morei lá estava longe de ser um menino de apartamento, mas imagino como eu estaria hoje se fosse um dos 260 mil habitantes da cidade. Viamão tem muitos problemas. Não tem rodoviária na cidade, apesar do número de habitantes, muitos bairros convivem com esgoto ao céu aberto e a criminalidade assusta a todos.
Meu avô e muitos tios meus ainda moram lá, em um bairro que era um pouco pior que o meu. A maior diversão da área é o “jogo do osso”, onde muitas pessoas apostam de que lado o osso vai cair, quase sempre controlado por alguém armado. Pelo menos era assim até 1998, a última vez que eu morei lá. De todas as cidades que eu morei a que eu vejo menos solução, sem dúvida é Viamão, a cidade que fabrica o Mumu original.
Deixei de destacar algumas cidades que eu morei, mas na lista abaixo está o Ranking de tempo que permaneci em cada lugar. Tirem suas próprias conclusões: Visitem, só não esqueçam da prancha, das botas de neve, das palavras cruzadas ou do 38. YOSHI!

1 - São Paulo – 61 meses (1985-90)
2 - Viamão – 32 meses (1990-93)
3 - Porto Alegre – 2 meses (1993)
4 - São Sepé – 2 meses (1993-1994)
5 – Quintão – 2 meses (1994)
6 – Tramandaí – 82 meses (1994-1999, 2002-2003, 2005)
7 – Jacareí – 7 meses (1998 e 1999)
8 – Torres – 36 meses (1999-2002 e 2007)
9 – Nova Tramandaí – 7 meses (2002)
10 – Osório – 2 meses (2003 e 2008)
11 – Gamagori – 5 meses (2003-2004 e 2005)
12 – Toyohashi – 1 mês (2004)
13 – Nishio – 1 mês (2004)
14 – Kanazawa – 1 mês (2004)
15 – Takahama – 12 meses (2004-2005)
16 – Capão da Canoa – 1 mês (2005)
17 – Araçatuba – 3 meses (2005)
18 – Nagahama – 14 meses (2005-2007)
19 – Anjo – 4 meses (2007-2008)
20 – Ponta Grossa – 14 meses (2008, 2009)
21 – Passo de Torres – 2 meses (2008-2009)
Média de 14 meses e 10 dias em cada cidade. 

Texto escrito para o blog Histórias e Rankings em 2008

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