Qual foi a cidade mais interessante que você já morou? Para muitas pessoas essa é uma pergunta fácil de se responder. Mas para mim não se trata de algo tão simples assim. Para quem não me conhece, deixe eu me apresentar: Meu nome é Edgard Matsuki, tenho 23 anos e vivi em muitos lugares. Quando eu era criança, grande parte das mudanças que minha família fazia era por causa da natureza cigana da minha mãe. Quando ela achava que um lugar não era interessante, juntávamos nossas coisas e “vida nova, lugar novo”.
Com o passar do tempo a vida de nômade acabou se tornando questão de sobrevivência para mim. Onde eu pudesse ganhar algum dinheiro, estudar, ou mesmo estar cercado de pessoas legais, estava indo. Se mudar virou um vício. Até agora já morei em 20 cidades (desconsiderei os lugares em que eu fiquei menos de três meses) e este número está prestes a aumentar.
Com o passar do tempo a vida de nômade acabou se tornando questão de sobrevivência para mim. Onde eu pudesse ganhar algum dinheiro, estudar, ou mesmo estar cercado de pessoas legais, estava indo. Se mudar virou um vício. Até agora já morei em 20 cidades (desconsiderei os lugares em que eu fiquei menos de três meses) e este número está prestes a aumentar.
Por causa dessa minha vida maluca fui convidado para escrever na revista de meu colega Nathan Zanferrari (que também escreve no H&R). Minha missão é destacar os "cinco luxos e um lixo" dos lugares no qual eu morei. Para fazer a análise, juntei três fatores: A cidade em si e sua infra-estrutura, as memórias que eu passei na cidade e o contato que tenho até hoje com esses locais. Espero poder ajudar vocês a escolherem seu próximo destino.
A cidade que escolhi como a melhor que já morei foi Torres no Rio Grande do Sul. Compartilho com vocês a descrição deste lugar que está no meu coração: (Trecho de Cinco luxos e um lixo)
Torres(RS) – Brasil: O primeiro lugar não poderia ir para outra cidade que não fosse essa. Localizada na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, a cidade de Torres é o que pode se chamar de paraíso. O clima não é tão frio quanto no interior do RS, a praia é belíssima (a foto fala por si só), o centro da cidade é muito próximo da praia (uma quadra) e as pessoas têm a típica tranqüilidade de moradores do litoral.
A cidade não é muito agitada em termos de festas (ao contrário da maioria das cidades litorâneas), mas com uma boa garrafa de vinho, praia paradisíaca e amigos dá para se divertir bastante. Torres têm cerca de 40 mil habitantes no inverno. No verão este número costuma triplicar e movimentar o mercado da cidade, inclusive com turistas de outros países. O índice de violência é muito baixo e pode-se andar tranqüilamente nas ruas e pela praia durante a madrugada (só não se pode vacilar muito, né?).
Essa dependência do verão talvez seja o ponto fraco da cidade, pois prejudica seu crescimento nas outras estações. Infelizmente os políticos de Torres são como os de qualquer outra cidade: Medíocres. Não há aproveitamento das belezas naturais da cidade e nem divulgação delas para os próprios moradores. Faltam shows interessantes em Torres. Não há investimento em ensino superior, o que faz os jovens abandonar a cidade quando terminam o colegial.
Morei na “mais bela praia gaúcha” em dois períodos (1999-2002 e 2007), num total de 3 anos e um mês. Alguns dos meus melhores amigos moram em Torres e até hoje visito a cidade quando posso. Vivi minhas primeiras baladas (na época em que eu tinha um pouco de tolerância a alguns estilos de música), passei minha adolescência e me curei quando estava com problemas de ansiedade graças ao lugar e às pessoas (que estão no meu coração e não vou esquecer jamais, nem que eu tente). Posso dizer que devo minha vida à essa cidade. E Torres ainda me ajudou a passar no vestibular, ler um livro na beira da praia é sensacional.
Se pudesse, investiria na educação da cidade e construiria uma Universidade de jornalismo (assim eu poderia morar lá, RS). Melhoraria a imprensa da cidade (os quatro jornais são muito fracos, sem jornalistas formados) e tentaria movimentar a economia da cidade no inverno (mas sem acabar com a natureza). Porém, por enquanto o que me resta fazer de vez em quando é fugir do estresse da cidade para contemplar à beleza da mais bela praia gaúcha, deitar na praia, subir nas pedras, respirar ar puro, rever pessoas queridas e voltar pronto parar enfrentar mais uma vez o mundo real. YOSHI!
2 comentários:
“Quais são os planos nômade??”
... Ualll uma missão como diria “tri legal” rs rs rs "cinco luxos e um lixo"
No qual a "MEMORIA “ e as recordações serão o seu principal aliado ... è engraçado como vivemos ... passamos de momentos os quais estarão em nossa capacidade de armazenar, guardar, juntar qualquer informação; recordação; fatos ou ate mesmo seja possível resgata-los ...
“natureza cigana da minha mãe” hooo muito legal isso : D~~ vc deve ter os extintos dela ....
Obs:.E emquanto estivermos vivos estaremos conhecendo pessoas queridas q sempre estarão armazenadas em nossa memória e algumas delas na “ALMA” .
YOSHI!
.... Ótima matéria ou boas recordações, de Torres =***
Eu também gosto muito de Torres, já vim aqui em muitos verões. Por coincidência eu também já morei em muitas cidades, por motivo de trabalho.
Vim agradecer sua visita e comentário feito no meu blog e por ter me convidado a ler este excelente texto sobre Torres.
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