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1 de novembro de 2008

Heróis, esses deuses modernos...(Nathan Zanferrari)

17 de fevereiro de 1936. O desenhista e roteirista de histórias em quadrinhos lançava em diversos jornais dos Estados Unidos sua maior criação: Christopher “Kit” Walker, o Fantasma. O Fantasma foi o primeiro herói a usar uniforme e máscara e ter uma identidade secreta. Ele não era “super”, mas era o 21º numa linhagem de combatentes do mal sob o título de Fantasma e era altamente treinado em artes marciais e métodos investigativos e um ótimo atirador.

Depois disso vieram outros heróis uniformizados, a maioria para tiras de jornal. Um deles porém, foi por muito tempo recusado pelos jornais e só foi conseguir abrigo quando seus dois jovens criadores bateram às portas da National Periodical, empresa criada a apenas três anos e que ainda lutava para conseguir lugar no espaço. Harry Donenfield e Jack Liebowitz, os donos da empresa, aceitaram publicar na primeira edição de revista Action Comics (1938) a criação de Jerry Siegel e Joe Shuster: um tal de Superman, um bebê que foi enviado à Terra quando Krypton, seu planeta-natal, explodiu e foi adotado por um casal de fazendeiros no Kansas, se mudou para a cidade, trabalhava como jornalista no Planeta Diário e combatia o crime com a cueca por cima das calças.

Em maio do ano seguinte, Bob Kane e Bill Finger mostraram nas páginas da 27ª edição da revista Detective Comics (hoje a mais antiga publicação de quadrinhos no mundo, em circulação por 71 anos) a história de um garoto órfão que treinou artes marciais ao redor do mundo e combatia o crime fantasiado de morcego: nascia o Bat-Man (nas primeiras publicações seu nome tinha hífen). Em outubro do mesmo ano, a editora Timely lançava a revista Marvel Comics #1, para embarcar na onda de novos super-heróis que o Fantasma e o Superman haviam lançado. Essa edição trazia uma história de Carl Burgos sobre a criação do cientista Phineas T. Horton, um andróide que ficava em chamas ao entrar em contato com o oxigênio, o Tocha Humana. Na mesma edição, Bill Everett contava a história de Namor, o Príncipe Submarino filho do oficial da Marinha Americana Leonard McKenzie e de Fen, a princesa de Atlântida.

E nos anos subseqüentes surgiram toneladas e toneladas de heróis: Lanterna Verde, Flash, Gavião Negro, Mulher-Maravilha (cujo criador William Moulton criou um “laço da verdade” real, o detector de mentiras), Aquaman, Arqueiro Verde, Capitão Marvel, J'onn J'onnz, Sociedade da Justiça, Liga da Justiça, Turma Titã, Monstro do Pântano, Renegados, Homem-Aranha, X-Men, Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Vingadores, Quarteto Fantástico, Demolidor, Pantera Negra, Cavaleiro da Lua, Thunderbolts, entre outros; a National Periodical virou a DC Comics (DC sendo uma abreviatura de Detective Comics) e a Timely virou a Atlas e, finalmente, a Marvel Comics. Nos anos 90 um grupo de artistas descontentes com a Marvel pediu demissão e criou a Image Comics e criaram heróis como Spawn, Witchblade, Savage Dragon, The Darkness, Gen¹³ e WildC.A.T.S. E a Dark Horse Comics, cujo maior trunfo é o Hellboy de Mike Mignola e a série Sin City de Frank Miller.


Ultimamente houve um novo boom dos super-heróis, principalmente nos cinemas. Até 2002, as adaptações para o cinema e TV eram mérito apenas da DC, com filmes do Superman e do Batman e seriados do Superman, Flash e da Mulher-Maravilha. A Marvel atacava com adaptações do Capitão América, Nick Fury, Howard, o Pato, Geração X e uma trilogia de Blade, para cinema e do Hulk e Homem-Aranha para seriado e terríveis filmes do Justiceiro e Quarteto Fantástico, tão ruins que não chegaram a ser lançados. E Image fez um filme do Spawn e um seriado com a Witchblade. Porém esse quadro mudou com o filme Homem-Aranha, que arrecadou 822 milhões de dólares só em bilheteria e a melhor estréia da história do cinema (o primeiro a ultrapassar 100 milhões de dólares nos quatro primeiros dias de exibição nos EUA).

Após ele vieram mais dois filmes do herói aracnídeo, uma trilogia com os X-Men, dois filmes com o Quarteto Fantástico, um com o Justiceiro, um com o Demolidor, um com a Elektra, dois com o Hulk, um com Homem de Ferro, um com o obscuro Homem-Coisa e um com o Motoqueiro Fantasma. A DC Comics contra-atacou com dois novos filmes do Batman, um novo do Superman, uma adaptação horrenda da Mulher-Gato, um com John Constantine (Hellblazer) e adaptações das obras de Frank Miller 300 e Sin City: Cidade do Pecado e de Alan Moore, V de Vingança e A Liga Extraordinária e Stardust – O Mistério da Estrela e Fonte da Vida, além do seriado Smallville, contando as aventuras do Superman adolescente. E a Dark Horse fez os dois filmes do Hellboy.

E muitos outros estão a caminho: para o próximos três anos a Marvel anunciou uma seqüência para o Homem de Ferro, o quarto filme do Homem-Aranha, uma seqüência do Justiceiro, um do Thor, um filme solo do Wolverine e um do Magneto, um do Capitão América e um dos Vingadores; já a DC prometeu um novo do Batman e um outro com Superman, um da Mulher-Maravilha, um dos Lanterna Verde, um dos Homens Metálicos, a adaptação do segundo álbum de Sin City, A Dama Fatal, o tão esperado Watchmen e uma trilogia da Liga da Justiça.
Mas o que mais surpreendeu foi a quantidade de filmes de heróis que não existiam nos quadrinhos, explorando intrinsecamente o termo “super-herói”. O primeiro e mais surpreendente é Corpo Fechado (Unbreakable) com Bruce Willis e Samuel L. Jackson, que conta a história de um “herói da era moderna”, que pode sair de qualquer situação sem nenhum arranhão (Willis) e uma espécie de tutor, com uma doença que torna todos os ossos de seu corpo frágeis (Jackson). O final é surpreendente. Outras versões são mais bem-humoradas, como Minha Super Ex-Namorada, que conta a história de um publicitário (Luke Wilson) que namora com a G-Girl (Uma Thurman), uma super-heroína psicotica e ciumenta que não aceita o fim do namoro. E, mais recentemente temos Hancock, com Will Smith e Charlize Theron, que mostra John Hancock, um super-herói mau-humorado e sem-teto que não sabe nada sobre sua origem ou passado. E a animação da Pixar Os Incríveis, uma versão bem-humorada do Quarteto Fantástico, também sendo uma família de super-heróis.

Por que os heróis os fascinam tanto? É um mistério. Mas como diz Charlize Theron em Hancock: “Deuses, anjos... diferentes culturas nos chamam de diferentes nomes. O da moda agora é super-heróis”. A humanidade sempre precisou de mitologias; houve a grega, a romana, a viking, as indígenas... Hoje, temos os super-heróis.

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