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13 de novembro de 2008

Quem precisa de política? – O Rock hoje: engajado em não fazer nada (Zé Renan)


Ainda em clima de Obama, vamos falar de rock. Ué, mas o que tem a ver uma coisa com a outra? Simples, caro leitor! É a relação do rock com a política atualmente (ou a falta de).

Olha, eu não sei vocês, mas pra mim nunca houve distancia tão grande entre o rock e a política quanto hoje. Na verdade, a música como um todo está distante da política. Mas falo exclusivamente do rock porque que sempre se mobilizou contra o sistema (que o digam os malucos de 68...).

Bons tempos aqueles em que as orelhas dos políticos eram esquentadas quando gritávamos “que país é esse?” em coro, ou quando a ordem era “hey, teachers, leave us kids alone!”. Quando Bob Dylan não fazia só musicas pra cantar em acampamento (como no último disco, “Modern Times”) e o punk fazia com que as pessoas tomassem um partido e se mobilizassem (ainda que contra os próprios punks).

E o U2? Antes tão político, hoje caiu na lógica do mercado, com músicas que falam só de coraçõezinhos espedaçados. E pensar que a última banda que fez sucesso com músicas políticas foi o Green Day que, vejam só, gravou o DVD na Inglaterra! Gritar “American Idiot” com o Atlântico separando os EUA deles é mole! É igual fazer fofoca pelas costas! Deviam é ter montado um palco bem em frente à Casa Branca! Isso sim é atitude punk! Eu, que sempre gostei dos caras, me decepcionei...

E por isso o povo não fala nada quando o Moptop diz que o rock acabou... Não, meu amigo, eu não concordo com eles! Eles só tentaram chacoalhar um pouco a cabeça da juventude, tentar mobilizar alguma coisa... Qualquer coisa! Mas os tempos são outros, né? Pra que se preocupar com política? Ela nem afeta as nossas vidas mesmo...

10 comentários:

S disse...

De fato, os tempos são outros. Obviamente, não só a música mudou, muitas coisas mudaram, inclusive a política. Aqui não me refiro apenas à presidentes, deputados, vereadores, e outros cargos que são as primeiras coisas que vem em nossas cabeças ao ouvirmos a palavra política (Pelo menos na maioria das cabeças que conheço).
As relações de Estado e Economia mudaram muito do século XX ao XXI. A IIGM abalou as as estruturas sociais, deixando a sociedade em ruínas -em questões organizacionais-, com isso, o totalitarismo tentou reconstruir estas ruínas do seu modo, o que resultou na revolta da população já abalada com os conflitos. Alguns expressaram esta revolta pela música, então foi o momento de ascensão do sexo, das drogas e do rock n'roll.
As várias mobilizAÇÕES sociais moldaram a política atual. A política só se tornou o que é hoje (dominada pelo capital, onde a política é apenas um trabalho assalariado, assim como a prostituição ou o jornalismo)por atender às preferências da população, que diz SIM através do conformismo.
Hoje, o rock se perdeu com a falta de um inimigo. Os ideais de sexo, drogas e rock n' roll não passam de ideais de folia, assim como o carnaval não passa de folia hoje em dia. No entanto, ainda há manifestações políticas em algumas músicas, mas realmente são poucas. E também, estas manifestações são invisíveis, aliás, quem quer saber de política? Ô tema chato para se falar, da até sono. O que interessa é créu, beber, cair e levantar, poemas românticos clichês para conquistar uma mente também clichê e com isso Crééééu.
No rock, os que não se perderam em temas religiosos como satanás, em mitológicos como dragões e montanhas, estão dominados pelo mal do século, o niilismo. A mais expressiva representação deste momento histórico lânguido. Os que não expressam explicitamente o niilismo em suas letras, expressam através de letras idiotas fundamentadas na venda fácil, no consumo, na fugacidade mercadológica.

Anônimo disse...

Ei véio, mandou muito bem nesse post ! Concordo plenamente, ta faltando atitude de quem tem poder para movimentar a massa jovem.

Fer Suguiama disse...

Ao analisarmos os que se dizem o rock de hoje, se não morreu, temo que esteja em coma. Mas, temo também que o rock de hoje se acostume com sua atual situação. Vai que ele se cansa de não fazer nada e resolve mudar alguma coisa, já pensou? Isso assusta.
Uns dizem que o símbolo do rock é a rebeldia. Outros, que é "Aquelezinho com a mão assim, ó \m/". Aí fica difícil...

Ótimo post, Renan! Beijo!

Anônimo disse...

Pra mim, o Rock teve sua imagem muito denegrida pela mídia. Quem mandou misturar sexo e drogas, né!
Agora, as bandas que se formam não conseguem alcançar a fama por causa das críticas e do descaso dos jornalistas. Ops, kkkkkkk.
Além do mais, o alvo do Rock, digo, quem escuta, saõ os jovens e é raro um jovem querer escutar músicas sobre política nas horas vagas.
Ótimo texto!!!

Anônimo disse...

Acho que o melhor rock político ultimamente é: Yes, we can.

Mas os tempos são outros, e eu realmente acho que a política é secundária no mundo de hoje.

sem muitos comentários, a faculdade anda ocupando meu tempo ¬¬

Anônimo disse...

Na minha opinião o rock virou um "pop" com alguns acordes de guitarra mais pesado.Quanto mais comercial ele fica , mais ele perde a sua caracterítica principal , a de protestar!!Mas também não é só o rock, veja os outros ritmos com cunho social como o rap e funk,tudo desvirtuado para vender ,vender e vender !!
Abraços

Anônimo disse...

Adorei etu post e concordo plenamente,abs.

Anônimo disse...

Oi!
Eu acho q o problema não está no rock, está na própria sociedade em si.
Nos tempos q vc citou, existiam vertentes políticas mais pungentes, o capitalismo fazia sentido de se fazer protesto contra ele e era "bonitinho" e politicamente correto ser rebelde.
Agora, vamos lutar contra o quê?
Os próprios Estados Unidos, q sempre foram a " Madrasta" de outros povos, estão diluídos, alquebrados, falidos (prova disso a queda brusca, senão irreversível , de Wall Street).
Eu me lembro de um colega me enchendo a paciência só porque eu dizia q gostava de rock e principalmente do Lulu Santos.
Alegava q ele não tinha "atitude" de rock.
Oras, o Lulu demonstrou ser bem mais "marrento" q os ditos roqueiros de plantão!
Teve a coragem de reinventar "Deixa isso pra lá"( sucesso pedante do Jair Rodrigues), transformando-o em espécie de grito ao comodismo desses roqueiros acomodados.
Lulu é mágico; faz da música o que quiser e fica ótimo, "pra cima".
É isso. eu poderia falar mais, mas creio q isso já está virando um post... rsrsrs
Um abraço porque a vida é assim...
Mary.

Anônimo disse...

Está faltando atitude Rock 'n' Roll

http://br.youtube.com/watch?v=883dSpzzU34

Anônimo disse...

Não sei até onde concordo com o seu post.

O Rock and Roll foi o principal responsável pela transformação daquele Ocidente de 60 - que era portador de um ódio quase unânime contra os negros - neste Ocidente que de forma igualmente quase unânime chorou de felicidade e orgulho ao ver Barack discursar na condição de presidente eleito do Mundo.

Os professores de História de daqui a 100 anos reservarão um espaço tão vasto para comentar os Lennons e Hendrixes do Rock quanto o destinado aos Voltaires e Diderots do Iluminismo. Nenhum movimento cultural, na música, em outras artes, na religião, seja lá onde for... tem tanto mérito nas mudanças para melhor que a sociedade viveu neste último meio século.

Mas aí é que está: ela viveu, nós não vivemos ainda o mundo perfeito que Lennon sonhou em Imagine, mas já estamos muito longe daquilo que vivíamos há duas ou três décadas... é natural que os gritos de protesto sejam mais amenos.

De qualquer forma, não vejo um desengajamento do Rock - a não ser que você esteja falando de Evanescence, After Forever, Blind Guardian ou Nx Zero, que bandas deste tipo só têm a pose, e olhe lá.

Mas vejo muitas bandas recentes, surgidas ainda no nosso século e de um engajamento fantástico. Acontece que falar mal de determinada coisa, berrar frases de ordem contra um valor, fazer discursos panfletários no meio dos shows... não são as ÚNICAS forma de se engajar em uma causa, muitas vezes não são sequer as mais eficazes. Aliás, o engajamento do rock sempre esteve muito mais para a adoção de costumes que contrariavam o establishment (o amor livre, a vestimenta estravagante...) do que para protestos verbais.

Quanto às críticas ao "comercial"... bom, pera lá, de que Rock and Roll exatamente você está falando? Led Zeppelin, Floyd, Queen, Beatles, Doors, Dire Straits, Cure, Nirvana, Pearl Jam, Metallica, o próprio U2... quais destas bandas não eram comerciais? E quais delas deixaram de ajudar a cumprir o quase sagrado papel que foi dado pela História ao rock de transformar o mundo em algo melhor?

Quanto ao Green Day, bem... está longe de ser das minhas bandas preferidas, mas esta acusação que você faz não beira nem o ridículo: beira o bom senso! O Green Day é covarde porque gravou um DVD no Reino Unido? PUUUUTA QUE PARIU!! Mas então eles não fizeram dezenas de shows desta mesma turnê em seu próprio país, então eles não enviaram a mesma faixa American Idiot como single para as rádios americanas? Ih, para ô!

Eu, pelo meu lado, estou muito contente com o engajamento de bandas como The White Stripes, Radiohead, Muse, Alanis, Björk (eu a vejo mais como roqueira do que como qualquer coisa) e tantas outras que têm se engajado sim, talvez mais por manter vivos os frutos da revolução que o Rock de anteontem produziu. Por mim já é uma bela causa, esta...

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