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6 de novembro de 2008

Sexo & Drogas (Stiven de Souza)


Com o objetivo de conhecer o dia de uma prostituta, fomos conversar com as profissionais que cercam o cemitério. Por incrível que pareça, as esquinas estavam vazias, no máximo vimos duas mulheres trabalhando, e estas já estavam com clientes “na mão”.

Demos algumas voltas por ali, mas em vão. Foi então que decidimos descer um pouco mais aquelas ruas escuras. O cheiro de crack fumegante na lata foi ficando mais forte à medida que descíamos. Duas mulheres sentadas na calçada conversavam com um cara gordo, era o guarda do local. Ao passarmos por elas, nos chamaram a atenção com lisonjas do tipo: “Nossa que grandão, kkkk”, se referiam ao contrabaixo nas costas do cara que andava comigo. Então, paramos na esquina, olhamos para frente, para os lados, nada de mulheres. Só nos restou dar a volta e falar com as damas que nos elogiavam.

Em uma delas não restava sanidade alguma, a outra ainda mostrava-se em plena consciência. A primeira, com as pupilas dilatadas, expressava em frases não muito conexas, que surgiam dentre risadas, uma mania de grandeza, de superioridade, como um mecanismo de defesa contra sua miséria. Dizia ser universitária, estudante de Direito, ter quatro filhos, uma casa grande e uma baba para cuidar das quatro crianças enquanto ela trabalhava.

A outra, com seriedade melancólica, afirmava ter imergido no crack por influência de um amor do passado. Já trabalhara em outros setores da sociedade, inclusive em empregos tidos como decentes, escolhera prostituir-se não por gostar de abrir as pernas para um completo estranho, mas por ser um modo menos burocrático de ganhar dinheiro, e também mais rendoso. As drogas; apenas o remédio para as angústias, para diminuir a distância existente entre ela e a filha de 11 anos, a qual não visita senão em delírios, e para afastar as imagens de um assassínio que presenciara, imagens que não a deixam dormir.

O guarda apenas nos ouviu.

A luz do dia de uma prostituta nos continuou oculta, ou talvez ela seja de fato uma rotina tediosa, comum e vazia como relatada. Uma rotina, um tanto familiar, que nada mais é do que a ressaca de uma noite sexo e drogas sem nenhum rock n' roll.

Texto escrito por Stiven de Souza originalmente para "O Infrator", jornal-mural de três alunos do 1° ano de Jornalismo da UEPG, que aborda temas polêmicos e desafiadores.

6 comentários:

BrunoX disse...

Eae Yoshi, seria muito bom a formação de uma parceria, o seu link já esta sendo colocado na BlogRoll do Small VideoGame World.

Anônimo disse...

“Existe pessoas q se tem a esconder atrás de mascaras, fugindo de uma realidade perante a sociedade ! ! ! Por prazer ??? ou simplesmente por necessidade .. . . Sair andando numa região localizada por um cemitério para conhecer o dia de uma prostituta, ualll parece “profissão reporte “ .. . . Boa matéria !!!

Anônimo disse...

Olá Yoshi. Recebi seu convite para troca de links. Mas como sou novo na blogosfera, gostaria de saber como isso funciona, o que devo fazer e trará algum benefício para o meu blog, como mais visitas, etc. Agiardo seu contato.

Fer Suguiama disse...

Tive a honra de ter em mãos, mesmo que por pouco tempo, uma cópia original (?) do jornal O Infrator. Parabéns, Stiven! Realmente gostei da matéria. Do jeito que ela foi escrita e abordada. Aguardo por mais uma!

Vanrov disse...

Para mim tudo bem. Já te inclui na minha lista de blogs. Até mais.

Nataniel Zanferrari disse...

Fernanda, nada n'O Infrator é original... NADA...
ahuahuahuahau

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