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22 de outubro de 2010

O fim do sonho de um comércio próprio


Cintya Nishimuta ainda não sabe se voltará para o Japão, mas vontade é o que não lhe falta. Em 2007, quando retornou do Japão, ela tinha o sonho de abrir um negócio próprio em Maringá-PR. Só que com tantas decepções este sonho está acabando. Primeiro tentou abrir uma lanchonete, mas a sociedade com um primo não deu certo. Agora é uma loja de moda íntima que está prestes a fechar as portas.

Cintya reclama que a crise mundial afetou os empreendimentos dela no Brasil. “Minha região é movida pelo agronegócio. Com a crise, os outros setores foram para baixo junto. Sem capital de giro, não estou sequer conseguindo manter a loja”, explica Cintya, que viveu 12 anos no Japão. O resultado é que a loja está a venda. Cintya nem quer saber de ouvir falar em abrir outro estabelecimento comercial.

Ela ainda vai tentar uma última cartada no Brasil. “Espero tentar arrumar um emprego por aqui, mas sei que quem foi para o Japão tem algumas desvantagens na hora de lutar por uma vaga como a ausência de um curso superior”, explica Cintya.  Se ela não conseguir um bom emprego, diz que a saída será voltar para o Japão.

Cintya acredita que todo brasileiro que vai trabalhar no Japão acaba se tornando um pouco “viciado” na terra do sol nascente: “Ficar lá nos deixa dependentes, como se fosse um vício. Longe do Japão as coisas se tornam mais difíceis”, fala Cintya. Não é a primeira vez que ela tenta ficar longe do “vício”. Na outra vez que decidiu ficar no Brasil, permaneceu por cinco anos, entre 1999 e 2004.

Para ela a dependência do Japão se deve ao padrão de vida levado lá. "A tranquilidade, viver sem violência, a facilidade de ser consumista. Tudo nos leva ao Japão. O ruim é ficar longe da família", fala Cintya, que tem três filhos no Brasil: Arissa (17 anos), Ayia (15 anos) e Alan (11 anos). Ayia quer seguir os passos da mãe. No final do ano vai para o Japão morar com o pai e estudar. Será que até lá Cintya também sucumbirá a sua “dependência de Japão”.  

Reportagem publicada no jornal NippoBrasil em 2010

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