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19 de novembro de 2008

Dias. Noites. Noites. Dias.

Eduardo Galeano – como vocês já sabem – é o meu autor preferido. Este jornalista uruguaio possui sacadas fantásticas e geniais. Os comentários para lá de maldosos, ácidos e realistas e a escrita te levam a pensar sobre a realidade em que vivemos (e também sobre a nossa história). Ele é tão bom (ou melhor) do que o “nobelista” literário Gabriel García Marquéz.

E não, eu não digo isso por causa do “As veias abertas da América Latina”- seu livro mais famoso e celebrado. Afirmo que o cara é O cara por causa de todos os outros escritos dele que já tive acesso. “O livro dos Abraços”, “Futebol ao sol e à sombra”, “Mulheres”, “De pernas pro ar”. “O teatro do bem e do mal” (livro que me conquistou) e “Dias e noites de Amor e de Guerra” (que eu falarei nos próximos parágrafos). Vale a pena... e “só” por isso, uma das minhas metas é completar a coleção (calma, faltam seis! Alguém quer me dar?)


Mas vamos ao que interessa – afinal, estou neste blog para isso. Falar sobre os livros que valem a pena e que marcaram a minha vida. “Dias e noites de Amor e de Guerra” foi publicado no Brasil, pela primeira vez em 2007. Porém, as histórias contadas no livro não são atuais. Elas remetem a outros tempos, onde a liberdade de ir e vir era restrita. Um tempo onde todas as mudanças podiam acontecer da noite para o dia e você sequer teria como se despedir dos entes mais queridos.


“Ditadura”, passou pela sua mente. Tenho quase certeza. E se passou, foi isso mesmo. Mas não só Ditadura no Uruguai. Com maestria, ele passeia pelos países latino-americanos e com delicadeza expõe as feridas que ainda insistem em ficar escondidas sobre os fatos, as situações e as pessoas. Na contra-capa do livro, temos o seguinte trecho: “são histórias vividas em épocas de violência e tolerância. Relatos que resgatam a memória do terror étnico e político pelo mundo, com ênfase nos 'anos de chumbo' da América Latina”. Preciso dizer mais alguma coisa?


E o livro é de uma sensibilidade incrível. Acompanhamos cada passo, cada sonho vivido (ou despedaçado) de Galeano e dos inúmeros amigos e conhecidos dele. Vivemos e respiramos aqueles ares como se fôssemos nós que estivéssemos lá, perdidos e enclausurados (mesmo assim cheios de esperança para um mundo melhor).


Esperança que, para o autor, foi achada no seu encontro com a futura esposa, Helena. Ele a trata de uma forma tão apaixonada (e apaixonante) que me fez lembrar dos tempos em que já tive um colo para acordar, um corpo para me confundir... Ele se faz tão doce perante a mulher de sua vida...“A melodia do amor se encontrou conosco. A melodia preguiçosa por causa das preguiças do amor se esticou e deslizou pelo ar, de quarto em quarto, e se encontrou conosco, vôo lânguido da flecha no ar (...). O meu corpo tinha crescido para te encontrar, depois de tanto caminhar e cair e se perder por aí (...).”

Mas não é só por causa do tal romance que me identifico com Galeano nos dias e nas noites dessas histórias. Como disse no início dessa (espécie de) resenha, ele tem as mesmas percepções de mundo que eu (claro que com muito mais vivência...). Ele tem o dom da escrita e do envolvimento. E se eu for um quinto do que ele é... com certeza, ficarei muito feliz. Nada melhor do que poder retratar (e pensar sobre) o que vivemos durante o nosso dia-a-dia. Espero que compartilhem comigo essa idéia.
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2 comentários:

Fer Suguiama disse...

Os livros parecem ser ótimos, Anne... Também pudera, né? E, sobre a esperança... Por que será que há quem fale que ler pode abrir horizontes? Livros como esses são muito bem-vindos... Belo post! =)
Beijos

Annelize Tozetto disse...

Oie Fer!!
Bem, me falaram isso uma vez, de abrir os horizontes. Me falaram também que as maiores viagens são feitas quando a gente lê! :D
Beijos, obrigada do coments! :D

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