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17 de novembro de 2009

Festas dos 100 anos de imigração japonesa divulgam cultura japonesa em nosso país

Mês de Junho foi marcado por diversas festas de integração entre Brasil e Japão.

Este ano em que se comemora o centenário de imigração japonesa no Brasil está sendo marcado por diversas celebrações em muitos estados do nosso país. O ápice dessas comemorações aconteceu na semana do último dia 18, data em que se completou 100 anos que o navio Kasato-maru chegou ao porto de Santos, trazendo os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil. Exatamente neste dia, o príncipe-herdeiro do trono japonês, Naruhito, chegou ao nosso país para participar das festividades do centenário, que estão servindo para as associações culturais nipo-brasileiras difundir a tradicional cultura milenar japonesa em nossa terra.

Em São Paulo, nos últimos dias 21 e 22, ocorreu no sambódromo do Anhembi uma das maiores festas comemorativas do centenário. O evento, mesmo com o mal tempo, contou com a presença de aproximadamente 25 mil pessoas em cada dia, além de mobilizar 19 mil participantes voluntários, que fizeram diversos tipos de apresentações musicais, de dança, artes marciais e ginástica rítmica japonesa. O auge da celebração foi o desfile em carro fechado de Naruhito, diante de uma platéia que acolheu respeitosamente o futuro imperador japonês. Muitas pessoas se emocionaram com o evento, “Ter a oportunidade de participar de um evento tão grandioso, sentir a força de nossa cultura e o esforço de crianças e idosos para se apresentarem debaixo de chuva, com muita força de vontade é emocionante. Nunca vou esquecer que eu fiz parte dessa história de 100 anos”, diz Tatiana Tiemi, de 24 anos, neta de japoneses e que viajou 100 quilômetros para poder presenciar os dois dias de comemorações no sambódromo. Este evento foi apresentado ao vivo para todo o Japão através da Televisão estatal japonesa (NHK).

O príncipe também marcou presença no Paraná, nas cidades de Maringá, Rolândia e Londrina, que têm grandes colônias de imigrantes japoneses. Em Londrina, Naruhito participou da solenidade de inauguração da Praça Tomi Nacagawa, nome dado em homenagem à última sobrevivente do navio Kasato-Maru, que morava em Londrina e faleceu em 2006. No evento, o príncipe quebrou o protocolo e cumprimentou com um aperto de mão, um imigrante japonês, que mora há 80 anos no Brasil. Esta solenidade fez parte do festival Imin 100, que também contou com diversas apresentações artísticas e pratos típicos da culinária japonesa, durante os dias 18 e 22 de Junho. “O Imin 100 foi perfeito, muito bem organizado, a abertura foi muito linda, adorei me sentir no Japão, ainda mais que eu sou apaixonada por cultura japonesa”, disse Jessica Brianezi, 15 anos, estudante, que presenciou o evento londrinense. Jéssica não é descendente, mas acha os japoneses lindos. “Aqueles olhinhos puxados me encantam, além de eles serem muito charmosos e elegantes com aquele jeitinho oriental que só eles têm”.

Ponta Grossa também participou do circuito de eventos do centenário de imigração japonesa com diversos eventos organizados pela Associação Cultural Nipo-Brasileira de Ponta Grossa. Para Fernando Horie, presidente da Associação, eventos como o Ponta Grossa Matsuri (festival) ou a vinda do grupo japonês Wabunka (ocorrido no dia 27/06) tem sido uma vitória da comunidade nipônica da cidade. “O evento do Wabunka, por exemplo, foi uma luta nossa. Necessitamos de meses de negociações para termos condições de trazer este grupo para Ponta Grossa, pois inicialmente eles só iriam apresentar-se no norte do estado. Esses eventos do centenário de imigração estão servindo para melhor integração dos brasileiros com a cultura japonesa”.

O Matsuri, ocorrido nos dias 14 e 15 de junho, no parque ambiental, foi um evento gratuito que serviu para integrar a população ponta-grossense com a cultura japonesa. Segundo organizadores, nos dois dias de evento, circularam pelo parque ambiental cerca de 20 mil pessoas, que assistiram as apresentações artísticas de dança e Taiko(instrumento de percussão tradicional japonês), além de terem a oportunidade de provar pratos típicos e ver exposições de roupas típicas orientais. Para Franciele Silva, 20 anos, estudante de biologia da UEPG, o evento pode servir para impulsionar a vinda de artistas japoneses ao Brasil: “Eu observava pessoas que nunca tiveram contato com a cultura japonesa até então e ficavam deslumbradas com tudo que viam, talvez a partir de agora, as pessoas se interessem mais por eventos orientais e eles possam acontecer com mais freqüência, espero que estes eventos não fiquem só no ano do centenário”. Apesar de não ser descendente, Franciele inclusive sabe algumas palavras em japonês: “Eu sei o básico, só não sei falar mais, por que não tenho muito tempo para estudar japonês por causa da Universidade”.

O Grupo de Taiko de Ponta Grossa tem conseguido destaque nesse ano de centenário. O grupo conta em sua maioria com integrantes descendentes e tem entre seus artistas, crianças de até 4 anos de idade. Eles se apresentaram em várias cidades do Paraná, tocando inclusive para o príncipe-herdeiro Naruhito. Para Guilherme Boito, 18 anos, foi uma das maiores emoções de sua vida, “se apresentar para o príncipe foi gratificante, não tenho nem palavras para descrever tanta emoção”. Guilherme é um dos raros não descendentes do grupo. Ele namora um descendente de japoneses. Todas estas histórias de japoneses, descendentes e apreciadores da cultura japonesa mostram a integração entre Brasil e Japão. Seja em nível nacional ou regional, o centenário da imigração japonesa no Brasil teve diversas comemorações que vão ficar na memória de todos que há cem anos constroem esta história de amizade entre esses dois povos irmãos. 
 
Reportagem publicada no jornal Diário dos Campos (Ponta Grossa) em 2008

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