Despretensiosamente, aquele senhor simpático caminhava ao lado da elétrica amiga. O destino seria o famoso “Paraguaizinho” de Ponta Grossa. Ele, muito mais para acompanhar do que pra comprar. A mulher só pensava nas inúmeras compras que poderia fazer naquela cidade de interior, que chamava a atenção de ambos pelas antigas arquiteturas das casas e dos prédios.
Depois da carona dada pela estudante de jornalismo e o caminho indicado por outro amigo, o apresentador do Linha Direta, Domingos Meirelles, e sua assessora de imprensa chegaram ao Shopping Popular, com a intenção de levar dali algumas lembranças para a terra carioca.
Não deu tempo de fazer muita coisa. Só se foi possível ouvir: “É ele”. Em poucos minutos, várias máquinas fotográficas surgiram. Todos queriam um registro com o global. Além disso, todo mundo queria contar suas histórias de vida. Ou contar algo que sabiam para ir parar nas telinhas. Não por estrelismo, mas por pura necessidade.
Enquanto essa muvuca rolava, em outro canto da cidade, a Polícia Militar esperava o momento certo para agir. Eles nem sonhavam com aquela visita inusitada e já tinham se programado. As lojas que teriam seus produtos apreendidos – mesmo que regulamentadas pela prefeitura da cidade e pagando aluguel – já estavam a algum tempo na mira da PM e era certo que não conseguiriam escapar.
Mas o destino tem suas peças e seus modos de comunicação. No meio de autógrafos e conversas, alguém bateu a porta mais forte. O sinal estava dado. No mesmo tempo, diversas lojas e vários comerciantes foram sendo fechadas, como uma reação em cadeia ou como peças de dominó. Os visitantes cariocas quase não perceberam a confusão armada. Achavam que era por causa deles e até trocaram poucas palavras na tentativa de explicar o mal entendido.
Com toda essa situação, a PM conseguiu apreender apenas alguns produtos de lojistas menos rápidos. Graças aqueles visitantes, muitos fecharam sua loja e trataram de se mandar dali – pelo menos, por aquele dia. Lógico que os que saíram no “preju”, maldiziam Meirelles pelo ocorrido, já que achavam que era ele que chamara a atenção dos policiais. Estava tudo tranqüilo sempre. A única coisa diferente foi a “maldita” visita.
Os cariocas nem compraram muita coisa. Um creme e uma lâmina de barbear foi o que deu pra levar. Para alguns comerciantes e clientes que passavam no local, ficou a imagem de uma grande euforia por ele andar junto aos telespectadores. Em compensação, outros tinham o coração na mão e um frio na barriga. Escaparam por pouco da PM. Tinham a certeza que da próxima vez, não teriam tanta “sorte”.
obs: texto produzido em outubro de 2008, para a disciplina de Jornalismo Comunitário (publicado no informativo feito pro "Paraguaizinho").
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