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1 de outubro de 2008

Ensaio sobre Fotografia


Retratar pessoas é algo intrínseco ao ser humano. Desde o tempo das pinturas rupestres até os dias de hoje, com as incríveis e potentes câmeras digitais, as pessoas procuram fazer com que suas vidas – e a vida de outros – fiquem registradas de alguma maneira.


A fotógrafa e estudiosa Susan Sontag dá uma pincelada em algum desses aspectos em seu livro “Ensaios sobre fotografias” [1933, Companhia das Letras, 2004]. Mas ela vai muito (muito) além. De uma maneira atraente, a autora acaba por falar de alguns problemas relacionados à estética e a moral que as imagens fotográficas podem apresentar.


Susan apresenta vários ensaios. No começo se volta mais para o surgimento da fotografia. Sempre com acidez, a autora acaba por criticar um pouco a massificação da foto. “Em época recente, a fotografia tornou-se um passatempo quase tão difundido quanto o sexo e a dança – o que significa que, como toda forma de arte de massa, a fotografia não é praticada pela maioria das pessoas como uma arte. É sobretudo um rito social, uma proteção contra a ansiedade e um instrumento de poder”.


A americana vai falar também das fotos nos Estados Unidos, vista de um ângulo mais “sombrio”. Isso quer dizer, que a fotografia, neste país, saiu do lírico e acabou indo para o lado mais “comuns, vulgares e insípidas”. Na verdade, o país mergulhou em uma onda surrealista. Não que fosse somente, mas assim se deu em grande parte do tempo.

Susan discorre um pouco desse ‘invadir’ fotográfico que acontece em diversos lugares e culturas e refere-se a isso como “o lado predatório” da fotografia, sempre aliado principalmente ao turismo. “Fotografar uma coisa tornou-se uma parte rotineira do processo de alterá-la. O perigo era o de uma mudança simbólica – limitada à leitura mais estrita possível do tema”.



Nisso, a ensaísta lembra-se de como as pessoas buscam a beleza no mundo, fora momentos que a câmera é usada para documentar. Muitas se idealizam diante uma imagem, de uma foto e acabam construindo toda a uma forma de pensar e agir diante das câmeras. Para o fotógrafo, porém, vale lembrar que ele precisa ressaltar a humanidade nas fotos – o que soa agressivo para muitos.



A autora lembra ainda que a realidade sempre foi interpretada por meio das informações fornecidas pelas imagens. Mesmo sendo um recorte, uma percepção, a fotografia traz um vestígio do real. Diz ela: “Mas a força das imagens fotográficas provém de serem elas realidades materiais por si mesmas, depósitos fartamente informativos deixados no rastro de que quer que as tenha emitido [...] As imagens são mais reais do que qualquer um poderia supor”.

No final, Susan coloca diversas frases que mostram, dos mais diversos ângulos, o que acontece no “ato fotográfico”. Uma das que mais chama atenção é aquela dita por Lewis Hine: “Se eu pudesse contar a história em palavras, não precisaria carregar uma câmera”.

Veja mais em:
http://recantomeu.files.wordpress.com/2008/09/convite2.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Susan_Sontag
http://flickr.com/photos/annetozetto

Um comentário:

Fer Suguiama disse...

A foto virou algo casual, assim como a conjugação do verbo 'amar'...
Excelente post, Anne! Beijos!

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