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21 de fevereiro de 2010

Partido dos Trabalhadores completa 30 anos de história


PT deixou de ser um partido apenas do proletariado urbano para se tornar um dos mais populares do país

No último dia 11 de fevereiro um dos maiores partidos políticos do Brasil completou trinta anos de existência. Neste período, o Partido dos Trabalhadores (PT) se popularizou e chegou até presidência da república. O Partido também teve seu nome vinculado a escândalos, que acabaram manchando a imagem de completamente limpo. O PT era considerado de esquerda radical em sua fundação. Hoje faz alianças com partidos que eram considerados rivais antigamente, como o PMDB.

O PT foi criado em 1980, período no qual a ditadura militar estava perto do fim no Brasil. A fundação foi feita por dirigentes de movimentos sindicais e intelectuais da esquerda. No início, o PT teve seu nome ligado ao Socialismo e mantinha relações com partidos políticos da União Soviética, China e Alemanha Oriental, países que adotavam o Regime Comunista na época. Nas eleições presidenciais de 1989 um dos maiores argumentos usados por Fernando Collor de Mello, que seria eleito presidente, foi que o PT e Lula estariam ligados ao Comunismo.

Elder Gomes Rodrigues, presidente do PT no município de Passo de Torres-SC conta que início havia um pavor da imagem do Partido. "Estou aqui desde 1987.  No começo havia um medo até do próprio Lula. Conseguimos reverter a situação aos poucos, com nosso trabalho e provamos que não éramos nada do que eles falavam", diz Rodrigues. O PT ainda perderia mais duas eleições presidenciais até a vitória de Lula em 2002.

Mudanças no Partido

As alianças políticas foram decisivas para o PT chegar a presidência da república. Para o cientista político Emerson Urizzi Cervi, o Partido passou de representante das classes trabalhadoras urbanas para Partido de massa. "Hoje o PT representa vários segmentos sociais, inclusive empresários e trabalhadores rurais. Esta mudança pode ser considerada natural para quem pretende disputar as eleições eleitorais com o objetivo de vitória", afirma o cientista político.

Cervi afirma que estas alianças fazem o PT ser um partido cada vez mais parecidos com outros. "Ele está se tornando um Partido cada vez mais integrado ao sistema político e não mais um outsider (que não se enquadra no sistema) como era nos anos 80", fala Cervi. Já Rodrigues ainda considera o PT um partido diferente dos outros. "O PT não é igual aos outros. Temos um debate interno muito intenso. Temos várias correntes dentro do Partido. Isto enriquece o debate", fala Rodrigues.

A pior crise que o PT já enfrentou foi em 2005, quando ocorreram as denúncias do "mensalão", suposta mensalidade paga pelo Governo para deputados votarem em projetos que beneficiassem o Executivo. O escândalo derrubou o então ministro da Casa Civil José Dirceu, na época presidente do PT. Dirceu voltou ao cargo de Deputado Federal, mas perdeu a vaga pouco tempo depois. A imagem do PT ficou manchada após este episódio, mas nem isto abalou a popularidade do presidente Lula.

Lula e o futuro

A maior figura do Partido dos Trabalhadores é Lula. Atualmente, o presidente tem alcançado recordes de popularidade e carregado o Partido junto com ele. "Eles são duas figuras que não podemos separar. O Lula cresceu e passou o PT. Mas temos orgulho de ser o pai da criança", diz Rodrigues. Mas ele diz que o PT não se restringe a figura do presidente. "Temos o Tarso Genro, que é uma figura forte e também a companheira Dilma, que tem tudo para se tornar presidente", afirma o membro do Partido.

Para Cervi, se o PT quiser se manter no topo terá que construir novas lideranças. "Qualquer partido que precise da presença de uma liderança para sua manutenção não pode ser considerado sério", afirma o Cientista Político. Para ele, o Partido tende a mudar cada vez mais: "Não dá para prever o futuro em política. O fato é que após chegar ao governo nenhum Partido consegue se manter nas mesmas posições que se encontrava antes de ser governante". Sinais de um partido que seguiu para cima e para a direita em seus 30 anos de história.

Reportagem escrita para o site O Estado RJ e para a disciplina de Redação Jornalística III na UEPG em 2010

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