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15 de outubro de 2010

Os limites entre o humor e o escracho

A campanha eleitoral para as eleições de 2010 ainda não engrenou, mas a primeira polêmica já está no ar. Uma lei eleitoral proíbe que nomes de candidatos sejam citados em programas de humor no período de três meses antes das eleições. Com isso, muitos programas perderam seu principal gancho para criação de pautas para esta época do ano.

Claro que isto se deve ao sucesso alcançado pelos programas de humor (principalmente perante o público jovem) que lida com assuntos voltados a política. A “moda” lançada pelo genial CQC foi seguida por outros programas como o Pânico na TV (que passou a focar mais em políticos do que em celebridades) e Legendários (criado para discutir os problemas do Brasil com humor, entre outras coisas). Este boom de programas “humorísticos-políticos” fez a esquecida lei voltar à tona.

É uma questão polêmica. Por um lado, é preciso deixar a livre expressão dos humoristas. Afinal a TV é um local de debate público. Porém, uma proibição como esta se faz necessária para a reflexão de até que ponto há um desrespeito aos políticos. Não que eles sejam santos, mas vamos aos fatos: uma pergunta capciosa feita para um político no CQC é algo que vem a somar, diferente de uma pessoa vestida de candidato a presidência, como a “Dilma do chefe” do programa Pânico na TV. Este tipo de imitação sai da esfera pública e entra para a esfera privada das pessoas.

Temos que pensar em um reajustamento desta lei eleitoral. Não devemos censurar ninguém, mas por outro lado não se deve liberar o desrespeito a imagem das pessoas na Televisão. Os defensores dos sósias de candidatos afirmam que nos EUA este tipo de humor é liberado e citam o exemplo da humorista que era sósia da então candidata a vice-presidente Sara Palin. Só tem um detalhe que temos de pensar: será que o exemplo americano sempre é o melhor a se seguir?

Há de se refletir a respeito e criar uma lei inteligente que ao mesmo tempo permita programa que faça a população pensar nos problemas do Brasil (seja com humor ou não) e proíba atrações ridículas, como as imitações caricatas. Enfim, há de se distinguir a liberdade de expressão e falta de respeito. Mesmo que os alvos sejam os (por enquanto) “intocáveis” políticos.    

Texto escrito para a disciplina de Jornalismo Opinativo na UEPG e para o site Fiscaliza Brsil em 2010

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