A saúde pública no Brasil sempre apresentou problemas para a população. As filas de espera nos hospitais públicos é algo que sempre fez parte da vida de quem necessita utilizar os serviços do Sistema Único de Saúde. Este quadro é consequência da falta de profissionais na área de saúde. Com a eminente greve dos médicos residentes (em sua grande maioria nos hospitais públicos do país) esta situação pode ficar ainda pior.
Claro que o direito a greve faz parte de todos os regimes democráticos do mundo e que talvez os residentes tenham razão em pedir um aumento salarial ou redução de jornada de trabalho. Porém, este tipo de pressão pode acabar estourando na população que depende dos préstimos destes profissionais para ter alguma qualidade de vida ou em alguns casos para sobreviver. Este quadro acaba configurando uma situação delicada.
Vamos aos fatos: de um lado estão os médicos residentes fazendo pressão para receber mais do que o atual salário de cerca de 1900 reais (muito acima da média de ganhos da população brasileira), 13° salário e alguns outros benefícios; do outro o Sistema Único de Saúde que não consegue arcar com boas de condições de atendimento à população, que no meio desta troca de tiros não quer se tornar refém de uma briga como esta.
Segundo dados do jornal Gazeta do Povo, existem atualmente 22 mil médicos residentes no Brasil. Desse total, mais de 17 mil se dizem dispostos a aderir ao movimento grevista. A única solução para esta questão é a classe trabalhadora e governo entrarem em um acordo. Porque senão, quem vai sofrer é a população que não tem condições de arcar com um serviço privado de saúde. Ele poderão pagar com a própria vida por uma reivindicação de uma classe de suma importância para toda a sociedade brasileira.
Vale lembrar que o período no qual um médico trabalha como residente dura de 2 a 5 anos e que depois disso muitos ganharão por mês mais do que a maioria das pessoas ganham por ano. E são justamente estas pessoas que dependerão do serviço público de saúde. Afinal, quem será que merece um aumento de salário?
Texto escrito para a disciplina de jornalismo Opinativo na UEPG em 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário