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28 de outubro de 2008

Uma tarde com os olhares de Alanis Morissette (10/2004)

Salve visitantes do H&R. Hoje escrevo à vocês sobre uma tarde muito especial que passei quando estava prestes a completar um ano morando no Japão. Nessa tarde desafiei pela primeira vez minha típica rotina de Dekassegui (trabalhador brasileiro que vai ao Japão para trabalhar): Muito trabalho e pouco tempo para reflexão e diversão.

Naquela época minha capacidade intelectual se deteriorava com as 12 horas diárias trabalhando em uma fábrica de autopeças. Uma das minhas maiores diversões na época era adentrar os “sebos” para procurar CDs interessantes e baratos. Os álbuns da Alanis Morissette (no final do post tem um vídeo para quem não conhece a cantora) eram os que eu mais buscava. Comprei quase toda a coleção dela (destaque para o Jagged Little Pill de 1995 e para o Under Rug Swept de 2002) por uma bagatela.

Quando descobri que aconteceria um show dela em Nagoya (metrópole mais próxima de onde eu morava) fiquei louco. O problema é que na época as fronteiras daquele país eram muito maiores do que são hoje para mim. Eu não sabia falar quase nada de japonês e não fazia idéia de como faria para desafiar a rigidez do sistema oriental e faltar o serviço para poder ir ao concerto.

As dificuldades começariam já na compra do ingresso. Comprar até que foi fácil, apenas uma questão de ousar falar um idioma diferente. O problema é que no dia da compra ocorreu um terremoto de 6 graus na escala Ritcher. Ninguém morreu (pelo menos na minha cidade), mas ocorreu um engarrafamento monstro que dificultou a minha volta pra casa naquele dia. Demorei três horas para voltar para casa, num trajeto que demoraria 20 minutos (quando cheguei em casa aconteceu outro terremoto, mas isso já é outra história...).

Comprado o ingresso, restava apenas resolver todas as outras questões “burocráticas”. Combinei com os chefes que sairia mais cedo do trabalho no dia 1°/10 por motivos “pessoais”. Foi mais fácil do que eu pensava. Ninguém (que tenha coração) despede um funcionário que avisa que vai faltar antecipadamente ao trabalho.

Chegou o dia 1° de Outubro, trabalhei até o horário combinado e saí da fábrica. Lembro que eu corria na rua, mais por causa da felicidade do que da pressa. Cheguei até a minha casa em mais ou menos 5 minutos. Tomei um banho (ouvindo Alanis, claro) e fui até Nagoya. Peguei 2 trens e um metrô, tomei uma cerveja e cheguei até o local.

O show conseguiu superar todas minhas expectativas. A apresentação foi perfeita. Aquele papo de Frankfurtiano de “Aura” faz todo sentido para quem viu Alanis Morissette ao vivo. O lugar era perfeito, o público se sentia perto dela (eu estava a 15 metros dela), a acústica era ótima e a cantora espetacular.

Mas minha melhor lembrança daquele dia ainda estava por vir. Alanis cantou duas músicas olhando fixamente no meu olho (ninguém acredita nisso, mas aconteceu). Quando percebi que os nossos olhares se cruzaram, eu não acreditava no que estava acontecendo. Restou-me continuar olhando para ela e aproveitando o momento. Naqueles 10 minutos, aquele teatro de acústica perfeita parecia só ter duas pessoas. Desnecessário dizer que nos dias posteriores ao show eu estava muito aéreo e que só escutava as músicas dela.

Caros leitores, as melhores histórias de nossa vida acontecem em momentos como esse, quando desafiamos o habitual para fazer uma loucura, mesmo que isso possa custar nossa tão sonhada estabilidade. Aquela tarde diferente e suas memórias foram meus prêmios por ter desafiado a monotonia de uma vida cotidiana em uma sexta-feira à tarde fugindo do serviço para observar e ser observado por um anjo chamado Alanis Morissette. YOSHI!


Um comentário:

Anônimo disse...

È como vc mesmo disse “melhores histórias de nossa vida acontecem em momentos , quando desafiamos o habitual para fazer uma loucura “ . . . “Bobeira
É não viver a realidade. . onde vamos olhar para trás e ver que "alguma coisa aconteceu "!!!

Adoro a maneira o qual vc escreve essas suas aventuras .... nossa ate o momento não conhcecia Alanis Morissette. E descobri q Aos sete anos de idade aprendeu piano, balé e jazz, aos nove compôs as primeiras canções e aos onze tornou-se apresentadora de um programa infantil no canal Nickelodeon ... È realmente ela deve ser fera .... transição do rock para o estilo pop, com músicas que remontam a efeitos eletrônicos \o/// curti . =***

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