Agência do trabalhador em Ponta Grossa. Enquanto algumas pessoas esperam para preencher a ficha que pode encaminhá-las para seus próximos empregos, Anderson Diniz já tem em mãos uma vaga quase certa. Após sete meses desempregado, é a maior chance deste rapaz de 27 anos para voltar ao mercado de trabalho. A oportunidade será em uma padaria, como ajudante de padeiro.
A função não exige experiência nem escolaridade. O salário é baixo. Nada que desanime Anderson, até porque ele tem apenas o primeiro grau completo. Mas, o que pode parecer uma desvantagem acaba se tornando benéfico na hora de arranjar um emprego. “Aqui temos muito mais vagas que exigem menor escolaridade e maior experiência de vida”, conta a atendente da agência Raquel Marenda.
Minutos antes de conseguir a vaga, Anderson estava nervoso. Suas mãos não paravam de mexer enquanto falava sobre sua formação e o os locais onde já havia trabalhado. O que tranquilizou o futuro auxiliar de padeiro foram as quatro ofertas de emprego que se encaixavam no perfil dele. “Espero que dê certo. O importante é ganhar para se sustentar”, diz Anderson.
Marenda afirma que a experiência profissional e escolaridade têm importância na hora de se conseguir uma vaga, mas para manter o emprego é preciso algo mais: “Algumas pessoas têm a formação profissional adequada, mas falta ‘jogo de cintura’. A experiência de vida ajuda a lidar com algumas situações que são primordiais para a manutenção de um emprego”, diz a atendente.
A prova de que em alguns casos uma melhor qualificação pode atrapalhar aconteceu após Anderson sair. A candidata seguinte a uma vaga de emprego era Débora Sidrac, desempregada há um ano. Neste período, aproveitou para fazer um curso de informática. Mesmo com o ensino médio completo e a formação, ela não encontrou nenhuma vaga compatível com o perfil dela.
“Eu tenho curso de computação e tudo mais. O problema é que o pessoal pede experiência e fala que o estágio que eu fiz não adianta de nada”, diz Sidrac. Seu último emprego havia sido em uma pastelaria, mas o desejo dela é trabalhar em escritórios. “Trocar de função realmente é complicado. Bem, agora é esperar a vaga vir. Daí eu vou ter experiência”, completa Sidrac.
A auxiliar administrativo da agência Giane D’eleotério conta que a formação tem peso, mas a experiência vale mais na hora de conseguir uma vaga. “Nós inclusive oferecemos cursos profissionalizantes aqui na agência, mas de zero a cem, 70% que conta em uma vaga é a experiência profissional da pessoa. Pessoa com carteira limpa, mesmo que com bastante estudo, não consegue vaga facilmente”, fala a auxiliar.
Mesmo com a formação para o mercado de trabalho que muitos cursos dão às pessoas, na situação descrita neste texto a experiência de vida pesou mais do que os estudos. Porém, Marenda faz uma ressalva: “conseguir emprego é mais fácil para quem pouco estudo. Só que as melhores vagas ficam com aqueles que estudam mais. Mas, claro que preparação para a vida não faz mal a ninguém”, diz a atendente.
Reportagem escrita para a disciplina de Redação Jornalística II na Universidade Estadual de Ponta Grossa em 2009
A função não exige experiência nem escolaridade. O salário é baixo. Nada que desanime Anderson, até porque ele tem apenas o primeiro grau completo. Mas, o que pode parecer uma desvantagem acaba se tornando benéfico na hora de arranjar um emprego. “Aqui temos muito mais vagas que exigem menor escolaridade e maior experiência de vida”, conta a atendente da agência Raquel Marenda.
Minutos antes de conseguir a vaga, Anderson estava nervoso. Suas mãos não paravam de mexer enquanto falava sobre sua formação e o os locais onde já havia trabalhado. O que tranquilizou o futuro auxiliar de padeiro foram as quatro ofertas de emprego que se encaixavam no perfil dele. “Espero que dê certo. O importante é ganhar para se sustentar”, diz Anderson.
Marenda afirma que a experiência profissional e escolaridade têm importância na hora de se conseguir uma vaga, mas para manter o emprego é preciso algo mais: “Algumas pessoas têm a formação profissional adequada, mas falta ‘jogo de cintura’. A experiência de vida ajuda a lidar com algumas situações que são primordiais para a manutenção de um emprego”, diz a atendente.
A prova de que em alguns casos uma melhor qualificação pode atrapalhar aconteceu após Anderson sair. A candidata seguinte a uma vaga de emprego era Débora Sidrac, desempregada há um ano. Neste período, aproveitou para fazer um curso de informática. Mesmo com o ensino médio completo e a formação, ela não encontrou nenhuma vaga compatível com o perfil dela.
“Eu tenho curso de computação e tudo mais. O problema é que o pessoal pede experiência e fala que o estágio que eu fiz não adianta de nada”, diz Sidrac. Seu último emprego havia sido em uma pastelaria, mas o desejo dela é trabalhar em escritórios. “Trocar de função realmente é complicado. Bem, agora é esperar a vaga vir. Daí eu vou ter experiência”, completa Sidrac.
A auxiliar administrativo da agência Giane D’eleotério conta que a formação tem peso, mas a experiência vale mais na hora de conseguir uma vaga. “Nós inclusive oferecemos cursos profissionalizantes aqui na agência, mas de zero a cem, 70% que conta em uma vaga é a experiência profissional da pessoa. Pessoa com carteira limpa, mesmo que com bastante estudo, não consegue vaga facilmente”, fala a auxiliar.
Mesmo com a formação para o mercado de trabalho que muitos cursos dão às pessoas, na situação descrita neste texto a experiência de vida pesou mais do que os estudos. Porém, Marenda faz uma ressalva: “conseguir emprego é mais fácil para quem pouco estudo. Só que as melhores vagas ficam com aqueles que estudam mais. Mas, claro que preparação para a vida não faz mal a ninguém”, diz a atendente.
Reportagem escrita para a disciplina de Redação Jornalística II na Universidade Estadual de Ponta Grossa em 2009
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