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3 de dezembro de 2009

Projeto busca inventivo à cultura com livros em ônibus

Levar livros para os ônibus e aumentar o número de leitores em Ponta Grossa. Esses são os objetivos do “Leitura Pegando Carona”, projeto da Biblioteca Municipal que funciona da seguinte forma: os livros são deixados nos ônibus de Ponta Grossa para os passageiros levarem para casa e depois devolverem. O maior desafio do projeto até o momento é fazer que os livros deixados para leitura retornem aos ônibus. Atualmente nenhum dos exemplares utilizados no período de testes está em circulação na cidade.

O período experimental do “Leitura Pegando Carona” começou no dia 14 de maio, quando os livros foram deixados na linha Nova Rússia-Cristo Rei, a maior das 177 rotas do sistema de ônibus dentro de Ponta Grossa. “Nesse período colocamos dez livros nos ônibus. Hoje não há mais nenhum livro em circulação, mas o ponto positivo é que há passageiros cobrando que se coloquem mais livros nos coletivos”, disse a assessora de comunicação da Viação Campos Gerais (VCG), Cristiane Dresh.

No dia 1º de julho, foi realizada uma reunião na Secretaria Municipal de Educação, onde foram discutidos quais seriam os rumos do “Leitura Pegando Carona”. Ficou decidido que o projeto terá continuidade. “Temos que tomar algumas decisões ainda em relação à operacionalização do projeto, mas com certeza será ampliado, inclusive com a participação de parceiros”, disse a secretária de Educação de Ponta Grossa, Zélia Marocchi.

Na reunião, também esteve presente o gerente da Dpaschoal de Ponta Grossa, Augusto César. A empresa será parceira na continuação do projeto. “Procurei a biblioteca para firmar parceira. Já disponibilizamos 500 livros para o empreendimento”, explicou César. Marocchi simpatiza com a participação da iniciativa privada no projeto, mas ressalva que isso deve que ser feito com responsabilidade. “Parceiros são bem vindos, mas devemos estudar todos os pedidos com cuidado”, disse Marocchi.

Segundo Dresch, a partir de agora, o “Leitura Pegando Carona” deverá abranger quatro linhas de ônibus na cidade, que serão trocadas mês a mês. “As primeiras linhas com livros devem ser Terminal Central-Uvaranas, Terminal Central-Nova Rússia, Terminal Central-Oficinas e Oficinas-Nova Rússia”, disse a assessora da VCG. Apesar da ampliação do empreendimento, os livros serão colocados nos ônibus apenas após a próxima reunião na Secretaria de Educação, que ainda não tem data marcada.

 
Desafio do projeto é conscientizar os usuários a devolverem os livros

Os livros do “Leitura Pegando Carona” foram colocados na linha Nova Rússia-Cristo Rei no dia 14 de maio. Quarenta e cinco dias após o início da fase experimental da iniciativa, o projeto está parado. Todos os dez livros que foram colocados nos ônibus não estão mais em circulação. Isto faz os poucos passageiros que conhecem o projeto perguntarem para motoristas e cobradores da Nova Rússia-Cristo Rei onde estão os livros para serem levados para casa.

“As pessoas pedem livros, mas a gente não tem mais. Os livros têm que ser devolvidos para eles lerem”, disse o motorista da linha teste, Silvio Eurich. Para o motorista, o problema poderia ser solucionado com uma medida simples: a colocação de sacolas para os livros serem colocados perto dos funcionários dos ônibus. “Com isso, sempre quando alguém pegasse um livro, a gente avisaria para devolver. Tem gente que encontra os livros nos assentos e nem sabe que é para devolver depois”, disse Eurich.

A grande maioria dos passageiros da linha aprova a ideia, mas afirma que nunca viu livro algum nos coletivos. ”Eu sei do projeto, mas nunca vi livro nenhum nos ônibus”, declarou o domador de cavalos, Claudinei dos Passos, que utiliza ônibus diariamente. A estudante Daiane Miranda contou que seu padrasto já pegou um livro, mas não sabe se ele foi devolvido. “Meu padrasto pegou porque gosta de ler. Depois passou para meu irmão, mas não sei se ele já devolveu ao ônibus”, explicou a estudante.

A diretora da Biblioteca Municipal de Ponta Grossa, Bianca Tammenhaim, afirmou que o objetivo do projeto é fazer os livros circularem. “Não importa se não devolverem os livros, o importante é ele circular na comunidade. Por outro lado, se os livros não forem devolvidos, uma hora eles acabarão”, disse Tammenhaim. Além da sacola de livros, outra ideia apontada na reunião do dia 1° foi a de uma campanha de conscientização para os livros serem devolvidos, com o uso de cartazes nos ônibus.

Marocchi acredita que o problema da não-devolução é cultural. “Não resolveremos isso do dia para a noite. O que temos que fazer é conscientizar as pessoas”, explicou a secretária de Educação. O motorista Eurich tem o mesmo pensamento que a Secretária de Educação. “A ideia tem tudo para dar certo. Lendo, as viagens longas como a da nossa linha passam até mais rápido para os passageiros. Só temos que resolver o problema da devolução”, disse o motorista da linha teste do projeto.

Reportagem escrita para a disciplina de Redação Jornalística II na Universidade Estadual de Ponta Grossa em 2009

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