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10 de dezembro de 2009

Sensacionalismo acaba em tragédia sangrenta

Nos últimos anos, o jornalismo impresso encontrou uma saída para escapar da sua tão temida morte: os jornais populares. Em praticamente todos os estados brasileiros existe um veículo desta segmentação. No Paraná, o representante popular é a Tribuna do Paraná do Grupo Paulo Pimentel, que também veicula o “sério” Estado do Paraná.

O jornal utiliza uma fórmula muito simples para vender: mexe com as emoções do “povão”. Os temas mais recorrentes na Tribuna são futebol, sexo e violência urbana. Os assassinatos são noticiados com pitadas de humor negro. Um crime cometido por causa de uma briga ganhou o título de “Apelido da Morte”, uma agressão de um pai sobre um filho foi batizada singelamente de “Criança Pela Janela”.

Além dos pitorescos crimes noticiados (quase todos de Curitiba, lugar violentíssimo), o jornal é um dos poucos que ainda veiculam classificados de garotas de programa. Além de um espaço dedicado às beldades das boates da capital paranaense. O restante do jornal fica dedicado ao futebol com direito a muitas “cornetadas”, os comentários dos torcedores que sempre soam como provocação aos rivais esportivos.

A Tribuna do Paraná é um exemplo de um jornalismo preocupado apenas com o financeiro. Se forem estes temas que vendem, então é o que iremos publicar. Fica no ar uma última questão: se o jornal é dedicado às classes D e E da população, porque o preço é tão elevado (R$1,50)? Vale lembrar que em Santa Catarina o jornal do mesmo segmento custa menos do que a metade do preço (R$0,60)

Serviço
Jornal A Tribuna do Paraná
Preço: R$1,50
Periodicidade: Diário
Encontrado nas bancas da cidade

Crítica escrita para o blog Crítica de Ponta em 2009

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