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28 de abril de 2010

Trabalhar é fácil. Difícil é a saudade da família

Com dezoito anos de Japão e quinze de experiência no trabalho com solda, Flávio Date se adaptou facilmente ao trabalho no Estaleiro Atlântico Sul. Difícil para ele é ter de aguentar a saudade da família que ficou em São José dos Campos-SP e se readaptar a vida no Brasil após tanto tempo longe.

Com muitos anos de Japão, até a noção do dinheiro brasileiro ele havia perdido. “Na época que eu saí do Brasil o Collor era o presidente e a moeda era o Cruzeiro. A gente fica muito perdido quando volta”, conta Date. Ele havia voltado há quatro meses e estava ainda em fase de adaptação, quando soube da oportunidade no Nordeste. “Soube através de um primo que está no Japão”, explica o ex-dekassegui.

A esposa Cristina Date e os filhos Fernando (9 anos) e Victor (5 anos) ficaram em São José dos Campos. Flávio espera logo trazer a família para o Nordeste. “Voltar do serviço e encontrar a casa vazia é sufocante para mim. Sei que meus filhos estão bem com a mãe, mas estão longe dos meus olhos e isso é ruim”, afirma o soldador.

Apesar de ainda estar se adaptando a vida no Brasil, Date se surpreendeu positivamente com o povo de Ipojuca. “Aqui o pessoal é muito caloroso. Você precisa de uma informação e vem dez pessoas para te ajudar”, diz o ex-dekassegui. Ele espera continuar por muito tempo na cidade. Japão? “Primeiro quero construir as coisas por aqui, trazer a família. Quem sabe nas férias”, diz Date.

No trabalho ele vai muito bem. Com o status de “mestre da solda”, ele acabou se tornando líder no Estaleiro Atlântico Sul. Date atribui o sucesso a toda experiência que teve no Japão. “É um campo com muito trabalho lá. Como tem muitos terremotos, todas as estruturas têm ser reforçadas. Isso faz do país uma força no setor”, explica Date.

Para ele, ter trabalhado no exterior é um diferencial: “Além da própria prática como soldador, a gente traz do Japão um conhecimento sobre tecnologia e muita experiência de vida. Sem tudo isso, com certeza eu não estaria aqui”, afirma o soldador. Da experiência internacional, ele trouxe também o conhecimento avançado do idioma japonês e a disciplina oriental de trabalho que o fez crescer profissionalmente no Brasil. Agora só falta a família por perto.

Reportagem escrita para o jornal Nippo-Brasil em 2010

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