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15 de outubro de 2010

Como as pesquisas podem influenciar no resultado das eleições

A questão é polêmica. Para aqueles que estão na frente nas pesquisas de voto, as enquetes nada mais são reflexo da realidade e a indicação de que o povo está no caminho certo. Já para os que estão atrás nas enquetes, os resultados apresentados pelos institutos de pesquisa não só podem ser imprecisos como também servem para manipular a opinião dos indecisos.

Este discurso (que é facilmente identificado em todos os pleitos) levanta uma questão em relação as pesquisas de opinião na época das eleições. Será que os institutos de pesquisa poderiam acabam influenciando na hora da escolha dos votos?

Primeiramente devemos frisar que todas as pesquisas de opinião na época das eleições têm uma margem de erro. Numa enquete que ouve mil pessoas (distribuída proporcionalmente por classe social, sexo e idade da região pesquisada) a margem de erro é de cerca de 3 a 3,5 por cento. Ou seja, sempre há chance de haver incorreções nos resultados das enquetes. Apesar desta margem de erro, podemos levar em conta que dá para se ter uma base da opinião do eleitorado.

Outro problema das pesquisas de opinião é a fiabilidade em quem está respondendo as questões. As enquetes só funcionam se levarmos em conta que as pessoas realmente votam no candidato que declarou. Esta diferença pode ser refletida em dois casos: o grande número de eleitores que se dizem “indecisos” ou que não votarão em ninguém e o fazem por não gostar de declarar os seus votos; e as que votarão nos candidatos “nanicos”, mas falam que não o fazem apenas para soar estranho ao pesquisador.

Por isso, normalmente nas pesquisas de opinião o número de indecisos e pessoas que dizem não votar é maior que na própria eleição e o percentual dos candidatos nanicos, é maior no dia da votação do que nas enquetes. Esta hipótese é adaptada de uma proposição chamada “espiral do silêncio”, da pesquisadora alemã Elizabeth Noelle Neumann. Com base nesta mesma hipótese, podemos afirmar até que ponto chega a influência de uma pesquisa eleitoral na população.

Isto pode explicar por que normalmente os candidatos que aparecem na frente nas pesquisas de opinião tendem a continuar nas primeiras posições. Neste sentido, a pesquisa pode agir principalmente em cima daqueles que não querem “desperdiçar” o seu voto em um candidato que não ganha. Estes votos podem ser decisivos na hora da eleição.

Com isso, poderíamos levantar a hipótese de que os resultados das pesquisas eleitorais influenciam principalmente as pessoas que estão indecisas e não querem perder o voto com alguém que não ganhará o pleito. Saliento que esta é apenas uma hipótese (com fundamentos é claro), que precisará de algum tempo para ser totalmente comprovada ou melhorada. Até lá ficará a dúvida: os institutos de pesquisa influenciam o eleitor? Algumas destas respostas serão dadas no dia 3 de outubro.

Texto escrito para a disciplina de jornalismo opinativo na UEPG e publicado no site Fiscaliza Brasil em 2010

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