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14 de outubro de 2010

Um livro com o impacto de mil megatons


Em uma manhã de Hiroshima, o céu escureceu. No total 140 mil pessoas morreram e muitas outras sofreram sequelas físicas e psicológicas pelo resto de suas vidas. Como descrever uma tragédia desta magnitude? Pior que isto, como reportar de maneira imparcial algo que tem apenas um culpado: a raça humana. Este foi o desafio de John Hersey ao escrever Hiroshima, uma reportagem que virou livro.

A obra é considerada por muitas pessoas como a mais impactante reportagem do século XX. Também pudera, Hersey mostrou ser extremamente sábio e competente ao utilizar uma fórmula que mudou os rumos do jornalismo: humanizar os fatos. Em Hiroshima Hersey transformou os as estatísticas em histórias e provou ao mundo que a bomba atômica nunca deveria se repetir.

No início a intenção era criar uma reportagem com personagens que presenciaram e sobreviveram ao ataque do dia 5 de agosto de 1945. Hersey escolheu dois médicos, duas mulheres e duas pessoas ligadas a religião, sendo que um deles com a nacionalidade alemã. A reportagem foi publicada na revista The New Yorker em 1946. A repercussão foi tão grande que a revista se esgotou nas bancas.

A reportagem mudou a vida de Hersey e dos personagens do livro. Mudou tanto que o livro teve uma segunda parte, onde se mostra o que havia acontecido com as testemunhas oculares de Hiroshima. A obra mostrou todo o efeito que a bomba teve sobre a vida de algumas pessoas, tanto em questão de saúde como psicologicamente. Estes relatos tiveram grande impacto na sociedade, pois até os americanos não acreditavam que a exposição a radiação causaria tantos efeitos danosos.

A narrativa usada por Hersey é humana e envolvente ao ponto do leitor se sentir personagem da obra. Em certos momentos não há como não se comover com a angústia e sofrimento de pessoas que nem sabiam o que aconteciam. Muitos jornalistas, como Matinas Suzuki Jr. (no posfácio da obra) defendem que foi Hiroshima que inaugurou o New Journalism ou jornalismo literário e não A sangue Frio, de Truman Capote.
 
Resenha escrita para a disciplina de Redação Jornalística na UEPG em 2010

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