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14 de outubro de 2010

José Marques de Melo: “Eu sou pão, pão, queijo, queijo”


Professor defende estágio e diz que só diploma não faz um bom jornalista

O grande homenageado da Semana da Comunicação 2010 e da Jornada Beltraniana voltou a se reencontra com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) após 25 anos. Antes de todas as homenagens, o professor José Marques de Melo concedeu uma entrevista coletiva para estudantes de jornalismo da Universidade. Na entrevista ele falou sobre os rumos dos cursos de jornalismo, formação acadêmica, obrigatoriedade do diploma, eleições e cultura na internet.

Atualmente, Marques de Melo preside uma comissão que revê a grade curricular dos cursos de jornalismo no Brasil. Grade curricular é um termo que o professor diz não gostar muito: “Sempre fui um defensor da liberdade e sou contra qualquer tipo de prisão ou grade. Inclusive a grade curricular. Por isso, esperamos deixar disciplinas abertas sem muito enjaulamento para professores e estudantes”.

O professor espera que daqui para frente, os cursos de jornalismo foquem em questões mais atuais: “Queremos disciplinas mais práticas em lugar das mais tradicionais, como por exemplo Filosofia”. Ele defende tanto a prática para estudantes de jornalismo que se diz totalmente a favor do estágio: “Apesar da resistência dos sindicatos, nós defendemos a volta do estágio em jornalismo. Professores normalmente não gostam de estágio, porque o que se aprende na prática é diferente do ensinado na teoria. Alguns se sentem inclusive desautorizados pelo estágio”.

A entrevista foi repleta de afirmações contundentes. O próprio professor disse que este é o jeito dele: “Eu sou pão, pão, queijo, queijo. Comigo não tem meias palavras”. Algumas das respostas contundentes foram vistas quando indagado em relação a downloads na internet e obrigatoriedade do diploma para jornalista.
Perguntaram para ele se baixava músicas ilegalmente na internet a resposta foi “não. Nem sei como se baixa. Para mim internet é para pesquisa apenas”. Porém, ele completou dizendo que a questão dos direitos autorais devem ser repensadas, justamente por causa desse estigma do que é ilegal ou não.

Sobre quais foram as mudanças desde a queda da obrigatoriedade para jornalista a resposta também foi apenas com uma palavra: “nenhuma”. Sobre o diploma, Marques de Melo disse que existem alguns que têm peso e outros não. “Só o diploma não vai garantir um bom jornalista. Tudo vai depender da universidade e do estudante”, diz o professor.

Finalizando a entrevista, Marques de Melo disse que o jornalismo é um tripé formado por ciência, técnica e arte. Apenas os três elementos formarão um bom jornalista. E isto depende da universidade e estudante. Se depender do professor e de sua experiência jornalística de 50 anos, cada vez mais as universidades vão ajudar a formarem bons jornalistas. Sem meias palavras, ou seja, “pão, pão, queijo, queijo”. 
 
Reportagem escrita para a disciplina de Redação Jornalística na UEPG

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