Informações e notícias sobre Rankings. Os melhores, piores, maiores e menores do Brasil e do mundo você encontra no nosso blog.

19 de novembro de 2009

Como fazer um filme que realmente aterrorize as pessoas

Vampiros, lobisomens, fantasmas e outras criaturas de outro mundo, fazem parte de muitas produções cinematográficas ou mesmo literárias no cenário artístico de hoje em dia. Por trás de todas estas criaturas, se esconde o glamour de terem “super-poderes” e ao mesmo tempo ser um desafio para nossa humanidade. Porém, nos últimos anos monstro de todos os tipos são utilizados em todos os tipos de filmes e os autores muitas vezes se esquecem de fazer uma história convincente que faça a presença de monstros terem algum sentido.

A humanidade está cada vez mais cética, talvez pelo cientificismo que passamos em nossa era e que acarreta em uma diminuição da fé religiosa, principalmente entre os mais jovens. Com a humanidade cada vez mais laica e cética, a tendência de se acreditar na hipótese de haver a existência de criaturas extraordinárias e maligna é cada vez menor. Imagina um filme como Cloverfield adaptado para o contexto da idade média e divulgado para o povo naquela época, seja em forma de teatro ou livro. Com certeza causaria um impacto imenso na população e resultaria em um caos total, provavelmente acarretando na morte (real) dos integrantes da história.

Hoje em dia, filmes como esse não causam o menor impacto no público em geral e provavelmente estão fadados ao fracasso, mesmo com toda a força da publicidade midiática. Nos anos 80, “era de ouro” dos filmes “trash”, se conseguia algum sucesso com esses filmes, talvez pela novidade que eles representavam. Já vivemos um terror diário e não precisamos ir a salas de cinemas para sentirmos medo, os jornais e noticiários de televisão já se encarregam de fazer este papel. Talvez este medo da população de tanta criminalidade seja o principal combustível para autores construírem filmes que realmente passem uma atmosfera de medo nas pessoas.

Isso explica por que obras como “Jogos Mortais” acabam fazendo sucesso com a população. Não temos medo do impossível e sim do improvável, como um serial killer genial, que pode acabar com a vida de pessoas. Não que criaturas incríveis como o Drácula não tenham o seu fascínio, mas não carregam sozinha uma história. Um bom exemplo é a comparação do Drácula de Bram Stocker, filme que o próprio vampiro e suas vítimas mostravam seu lado “humano”, com o terrível (de ruim) Drácula 2000, que não passava de um horrível clichê de terror sem nenhuma profundidade e cheio de efeitos especiais. O primeiro com certeza é muito mais assustador e emocionante que o segundo.

Talvez produtores devessem seguir este caminho, pois o que causa medo nas pessoas são os conflitos internos e medos do cotidiano e não monstros de 3 metros de altura que destroem o mundo. Até por que se existissem tais monstros, eles poderiam até acabar com muita coisa errada que há no nosso mundo. 
 
Texto escrito para a disciplina de Língua Portuguesa na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 2008

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails