O homem é livre. Pode fazer o que quiser. A felicidade está intimamente ligada ao poder do livre arbítrio. Todos estes conceitos e frases citadas anteriormente dão uma ideia de que o homem está livre neste universo gigantesco em que vive. Os problemas começam a surgir quando começamos a refletir sobre estes axiomas. Será que somos realmente livres? E principalmente, será que precisamos ser livres para ser felizes?
Minha intenção não é responder nenhuma das duas perguntas, afinal levantar tais questões é mais importante do que respondê-las. Mas, pelo menos tentarei explicar e refletir sobre liberdade e regras. Farei isto utilizando exemplos práticos da vida cotidiana do nosso mundo contemporâneo.
Outro dia, uma senhora comentou com a minha mãe sobre uns “baderneiros” que organizaram uma festa ao lado da casa dela. “Eles arremessavam camisinha para fora da casa. Entrava drogas e bebidas na casa. Tinha até um canto mais escuro para as garotas dançarem com pouca roupa”, dizia senhora. Pelo que parece, os jovens extrapolaram toda a liberdade que tiveram.
Porém, tive outra versão da mesma história. Alguns colegas que estiveram presente na festa disseram que nada disso havia ocorrido. E se tivesse ocorrido não seria perceptível para alguém que estivesse do lado de fora. O máximo que poderia ter incomodado a senhora era que teve som alto até “altas horas da madrugada”. Chegamos a um paradigma: quem está certo?
Liberdade é um valor muito belo na teoria. Mas, na prática as coisas são mais complicadas de se aplicarem. Em uma história como a da festa, nunca saberemos se os jovens extrapolaram a liberdade. Afinal como se mede esta liberdade? Nem a legislação consegue medir corretamente o valor de liberdade, já que de tempos em tempos consegue ser contraditória.
Creio que a liberdade é algo muito mais ligado a sensibilidade interna do que exterior. Mas, afinal como saberemos se a nossa liberdade terminou? Uma boa saída seria aplicarmos limites a nós mesmo, sempre baseados no bom senso e na nossa experiência de vida. Se vivêssemos assim, nem precisaria regras.
Texto escrito para a disciplina de REOE na Universidade estadual de Ponta Grossa em 2009
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