Definitivamente, este ano de 2009 foi atípico. A população mundial lutou contra um inimigo invisível, ou melhor, microscópico. O vírus da gripe que surgiu no México se espalhou para o mundo todo. Os nomes foram muitos. Começou como Gripe Suína, depois virou Gripe A, Nova Gripe e H1N1, mesmo sem o vírus sofrer mutação alguma. A mutação, por sinal, é o maior medo da população.
Assim, o mundo foi dominado por um medo que se confirmava a cada morte anunciada constantemente pela imprensa. E no Brasil, o vírus cada vez mais se aproximava. A Gripe Suína chegou à América do Sul, dominou o Chile, a Argentina e finalmente se tornou a “nova coqueluche” no país tropical. Em pouco tempo, viramos os campeões da Gripe A.
Mas, pior do que a Gripe foi o pânico criado na sociedade brasileira. A “Suinofobia” atrapalhou alguns negócios, alavancou outros (quem havia comprado álcool gel alguma vez?) e cancelou eventos. Muitos eventos, por sinal. Festas esvaziaram, escolas fecharam, pacotes turísticos foram cancelados e hospitais lotaram. E por um tempo o Brasil parou, tal como na canção de Raul.
Portanto, quando o trabalhador não saiu para trabalhar, pois sabia que o patrão também não estava lá, algo estava legitimado. A vitória de um vírus diante uma humanidade que se diz soberana no planeta, construindo e destruindo em nome do “progresso”. Esse mês em que o Brasil parou mostrou o despreparo que o homem tem para enfrentar um inimigo novo e que não seja o próprio homem.
Para concluir, não acredito que a parada tenha sido desnecessária, afinal o espírito de sobrevivência norteia a nossa existência. O discutível é o clima de alarde criado pela gripe, que ajudou e foi decisiva para a paralisação do país e agora nos faz correr atrás do tempo perdido nas escolas e no mercado de trabalho. Ah, se Raul Seixas estivesse aqui para ver o dia em que a Terra parou.
Texto escrito para a disciplina de REOE na Universidade Estadual de Ponta Grossa em 2009
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