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9 de dezembro de 2009

Uma vida entregue ao ensino

As crianças de dois a cinco anos que frequentam o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria da Graça Franke Minini não fazem ideia da importância da mulher que deu o nome ao local, que fica no bairro Olarias. Mal sabem estes pequenos alunos que se não fosse ela, muitos de seus pais talvez não terminassem sequer o 1° grau. Minini foi a principal responsável pelo crescimento da educação no bairro, durante os trinta anos de sua vida que dedicou à educação.

A professora Maria da Graça nasceu em 1952 e viveu toda a sua vida em Ponta Grossa. Desde pequena ela tinha o sonho de lecionar. Aos dezoito anos, ela terminou o Magistério e logo começou a dar aulas no Colégio Municipal José Elias da Rocha, também no bairro Olarias. Ao mesmo tempo em que dava aulas às crianças da escola, ela estudava Matemática na Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde se formou em 1976.

Justamente no Colégio José Elias que a professora fez grande parte de sua obra. “Ela era rígida, mas ao mesmo tempo levava em consideração que muito dos alunos não tinha sequer o que comer em casa. Ela foi um exemplo de dedicação”, disse a professora Joelma de Lara, ex-aluna de Maria da Graça. Desde a época em que dava aulas, Minini organizava campanhas para coletar alimentos e materiais escolares para os estudantes mais carentes.

“Ela trouxe os pais dos alunos para a escola. O debate entre pais e professores ajudou muito no crescimento da escola”, conta a professora aposentada Ivone Kmiesch. Maria da Graça foi responsável pela criação da Associação de Pais e Mestres (APM) da escola. Logo após este fato, ela se tornou diretora do Colégio José Elias, em 1984. Nesta época, a professora chegava a ficar por doze horas por dia na escola e aproveitava os fins de semana para organizar atividades extracurriculares.

José Elias era até então uma escola primária, que ia até a quarta série e tinha pouca estrutura. Foi na administração da professora Maria da Graça que o colégio cresceu, com classes até a oitava série. Nesta época Minini conseguiu organizar a construção de um ginásio de esportes no local. “Com pulso firme, ela fez a escola crescer. Gostavam tanto dela, que em uma oportunidade fizeram uma mobilização para que ela não saísse da direção”, conta a ex-aluna Joelma.

Maria da Graça levava o ensino para fora da sala de aula. Ela organizava palestras sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente em conjunto com o Ministério Público para pais e alunos. Como diretora, ela firmou parceria com o curso de Odontologia da UEPG para trazer ao bairro uma clínica odontológica para o bairro, serviço que existe até hoje em Olarias. A gestão como diretora se encerrou em 1996. No mesmo ano, Minini se aposentou.

Após sair do Colégio José Elias, a professora resolveu abrir uma escola de educação infantil. Mesmo depois de ter descoberto um câncer no útero, ela continuou tocando este projeto. Maria da Graça se dedicou a educação até a sua morte, aos 48 anos, em 2000. A professora deixou dois filhos e o marido José Olímpio, que fala das saudades da esposa: “ela era dedicada ao trabalho, mas também era feliz em casa. Nunca existirá pessoa tão obstinada como ela”, afirma o viúvo.

Em 2001, um pouco depois de um ano da sua morte. Maria da Graça Franke Minini virou nome de uma rua na Vila Santana, dentro do Bairro Olarias. E Em 2007 foi construída uma escola com seu nome, também na Vila Santana. No CMEI Maria da Graça Franke Minini, uma foto da professora com olhar altivo e com um sorriso no rosto ilustra uma pessoa que trabalhou grande parte de sua vida com alegria e perseverança para melhorar a educação. Não do mundo todo, mas do seu universo.

Reportagem escrita para a disciplina de Redação Jornalística II na Universidade Estadual de Ponta Grossa em 2009, para o Portal Comunitário e para o site da Rádio Clube em 2010

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