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28 de março de 2010

A Imprudência que vira tragédia

O aviso já tinha sido dado. Em um campeonato de futsal da categoria de 10 a 12 anos, o garoto Giuliano Magela já havia se machucado. O título do Cascavel, time de Giuliano, já estava garantido, mas era a chance do menino marcar o gol do título. A bola foi lançada na ponta esquerda e Giuliano correu o máximo que pode. Infelizmente não foi o suficiente. Pior que isso, o esforço foi tão grande que quase custou a vida do garoto.

    Um pedaço de madeira com 25 cm é guardado até hoje pelo pai garoto. A lasca se assemelha a um punhal. Por incrível que pareça, o que aconteceu com o menino (hoje com 12 anos) não foi tão grave assim. Pelo menos para os administradores do ginásio Joaquim Prestes em Guarapuava. Nenhum deles tinha conhecimento do acidente que quase terminou em tragédia. Menos de dois anos depois, algo pior aconteceu no mesmo local.

    Torneio festivo. O grande e consagrado Palmeiras estava sendo representado na cidade de Guarapuava. Porém, em certo momento a festa acabou. Lançamento na ponta esquerda do ataque do Palmeiras, mas o fixo do Guarapuava Robson Costa estava atento e deu um carrinho que jogou a bola pela linha de fundo. Apesar de tão atento, o jogador não esperava o que vinha pela frente.

O jogo era de adultos e apesar do torneio ser festivo, muita força foi usada na partida. O ginásio não resistiu tanta força. Uma lasca de madeira se soltou e como uma arma letal, perfurou o intestino de Robson, que não resistiu. A morte chocou o país. Primeiro pela forma absurda que ela aconteceu. Já houve casos de atletas morrerem no maio da atividade esportiva, mas nunca por causa de uma lasca de madeira.

 E agora? A culpa é de quem? Será que foi imprudência do jogador ter dado o tão condenado carrinho, que muitas vezes já causou fraturas em jogos de futebol e de futsal? Ou será culpa dos administradores do ginásio? Afinal, não foi a primeira vez que aconteceram acidentes no Joaquim Prestes. Obviamente, o ginásio será fechado e reformado. Talvez algum responsável seja condenado a pagar indenização ou em caso mais extremo, responder inquérito por homicídio culposo.

O problema não está no interior no Paraná ou em Guarapuava. Aconteceu em um ginásio em péssimas condições, tal como muitos outros pelo Brasil afora. O caso teve notoriedade por se tratar de um jogo de equipes grandes, mas sabe-se lá quantas vezes não aconteceram acidentes parecidos nas “peladas” praticadas no país. Afinal, quando se soma a imprudência de um administrador com a imprudência de uma jogada forte como o carrinho, o resultado pode ser trágico.

Texto escrito para a disciplina de Jornalismo Opinativo na UEPG em 2010

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