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17 de maio de 2010

Qual a realidade regional de um local turístico?

O painel cultural com o jornalista Alexandre Palmar levantou uma questão sobre regionalização que não quer calar. Afinal, como a imprensa deve se comportar em uma cidade turística? Será que é economicamente viável fazer um veículo de comunicação que trate questões relevantes da cidade para além da tradicional imagem que ela carrega perante seus visitantes?

O caso em questão é o trabalho de Palmar. Depois de trabalhar com alguns veículos de comunicação de nível estadual e nacional, como os jornais Folha de Londrina e Gazeta do Povo, ele resolveu criar o próprio veículo de comunicação. Junto com alguns amigos, o jornalista criou o H2foz, site que mostra um pouco do turismo da cidade de Foz do Iguaçu.

Segundo o próprio Palmar, o principal motivo que levou a criação do projeto foi a liberdade editorial. No H2foz ele poderia mostrar uma realidade que afastava a cidade para longe dos noticiários policiais, como no caso das suspeitas do governo americano de que haviam terroristas na cidade. Porém, o que o site turístico mostra é quase o outro lado da moeda. A cidade é pintada como uma maravilha.

Este tipo de jornalismo que apenas enaltece um local sem mostrar suas contradições está longe do ideal para resolver problemas locais. Para resolver esta demanda, Palmar disse que resolveu criar o Portal Megafone. O site trata de problemas da região que vão para além da violência que já é taxada, segundo Palmar, pela grande mídia. Mas o Megafone enfrenta problemas, principalmente financeiros.

Como não trata de temas que não atraem tantos anunciantes, como o H2foz, o Megafone não consegue se autossustentar. Principalmente por se tratar de um veículo na web. A i que fica a questão, como um veículo de comunicação pode tratar de temas locais em um local turístico se para sustentar-se financeiramente tem que recorrer ao recurso de falar apenas de turismo.

Este é o desafio que ficou no ar após a palestra do jornalista. A tentativa dele será agrupar o Megafone no H2foz. Resta saber se esta será a solução, ou se estará apenas subjulgando o noticiário o turístico. E se isso acontecer, os próprios habitantes de Foz do Iguaçu terão que continuar recorrendo a bela imagem das Cataratas ou aos péssimos casos de violência que aparecem na mídia tradicional para ter um retrato regional.

Texto escrito para a disciplina de Realidade Regional na UEPG em 2010

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