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19 de junho de 2010

A mostra de como funciona a visão empresarial no jornalismo

A palestra dada pelo editor e dono do jornal Página Um para os estudantes de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma mostra de como um empresário pensa na hora da notícia. Sandro Carrilho mostrou que em muitos momentos é necessário fazer uso de estratégias para manter a sobrevivência de um veículo de comunicação. Principalmente em cidades do interior como no caso dos Campos Gerais.

Sandro falou sobre a guerra que donos de jornal e chefes de redação travam na hora de noticiar um fato. Ele disse que há um jogo de tensões entre critérios de notícia e razões empresariais. Segundo o editor, existem situações que não dá para atacar os poderes executivos destas pequenas cidades sob pena de ter o jornal fechado.

Pelo que disse na palestra, ele não dá muita importância na ética da profissão. É lastimável saber que no século XXI existem estes tipos de prática no jornalismo. Afinal é função do jornalista dar toda informação que sabe ao público. É básico da classe trabalhar com a diretriz de atender a verdade e tentar sustentar o direito universal a informação.

Enquanto falava para os estudantes, ele fez um mapa de como está o jornalismo nos municípios dos Campos Gerais (exceto Ponta Grossa) que o Página Um cobre. Segundo Sandro, a situação na região é trágica. Poucos veículos têm jornalistas trabalhando. Diplomados apenas nas prefeituras da região. Ele atesta que um dos problemas de não haver profissionais nas rádios e jornais é questão do piso salarial.

É um absurdo a proposta de baixar o piso salarial para a profissão de jornalista. Sandro diz que os jornais do interior do estado estão lutando por isso. Em momentos que se fala de reajuste salarial para todas as profissões, desvalorizar o jornalista é um insulto. Isso mostra que apesar de ser um jornalista formado, os vinte anos à frente do Página Um serviram para Sandro esquecer de elementos básicos que formam a profissão.

Talvez isso tudo seja sequência da necessidade de sobreviver a realidade financeira dos jornais do interior. Mas nada justifica estas tentativas de favorecer poderes executivos e legislativos ao esconder fatos e de tentar desvalorizar a profissão de jornalista. Com isso, a palestra do editor serviu mais como reflexão para estudantes do que um exemplo a ser seguido. Afinal, de que adianta jornalismo em todos os lugares se ele não é feito da forma mais transparente.

Texto escrito para a disciplina de Realidade Regional na UEPG em 2010

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