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22 de outubro de 2010

Depois da decepção, a ansiedade pelo retorno ao Japão


Após morar por dez anos no Japão, Meire Tabuti retornou ao Brasil em 2006. Ela tentou de todas as formas construir a vida por aqui, mas os negócios não deram certo e as dívidas só se acumularam. Com isso, a saída está sendo voltar ao Japão. Ela e a filha Luana (de três anos) já estão de malas prontas para a viagem. Só estão esperando o visto sair para se juntarem ao marido Luciano, que já está lá desde 2008. A previsão é de que as duas viajem em novembro.

Meire, que está em Presidente Prudente-SP, explica porque decidiu retornar para o Japão: “primeiro porque meu marido está lá. Segundo porque não tive sorte aqui. Por fim, eu adoro o estilo de vida de lá”. Ela não esconde a ansiedade de voltar ao local onde viveu na adolescência. “Sinto como se fosse minha primeira viagem, quando eu tinha quatorze anos. Fico vendo fotos e pesquisando na web dicas para viajar com crianças”, conta a mãe de Luana.

Mesmo dizendo que gosta muito do Japão, a ex-dekassegui chegou a pensar que nunca mais retornaria ao oriente. Ela e Luciano voltaram ao Brasil em novembro de 2006, por causa de uma crise de depressão dele. Poucos meses depois, Meire descobriu que estava grávida de Luana. Na época, o casal decidiu que o melhor seria abrir um negócio próprio e tentar construir a vida no Brasil.

O casal investiu todo o dinheiro ganho no oriente em uma lanchonete em Marília-SP, cidade da família de Luciano. No início o negócio rendeu alguns lucros, mas em pouco tempo a clientela sumiu e as dívidas começaram a se acumular. Eles perderam todo o dinheiro que tinham. A saída do casal foi Luciano trabalhar para o outro lado do mundo. Enquanto o marido estava lá, Meire cuidaria da filha e tentaria vender o estabelecimento que havia falido.

Depois de vender a lanchonete por um preço “baixíssimo”, Meire foi morar em Presidente Prudente com a mãe e começou a trabalhar. “Tive vários empregos: meu salário médio era de 530 reais”, diz a ex-dekassegui. A comparação do Brasil com o Japão era inevitável: “Sempre tive uma vida boa lá. Guardava meu dinheiro, tinha um lazer, apartamento, carro, viajava. Aqui trabalhava muito, ganhava pouco e ainda sentia muito medo em relação a segurança”.

Ela diz que não tem data para retornar ao Brasil: “Não tive sorte no Brasil. Vou ficar lá por tempo indeterminado. Nunca imaginei que sentiria tanta falta daquele país. Amo a cultura, comida, educação dos japoneses, segurança e claro, o salário. Estou muito feliz de ir para lá”. Com tantas vantagens, parece que Meire, Luciano e Luana viverão por muitos anos na terra do sol nascente. 

Reportagem publicada no jornal NippoBrasil em 2010

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