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15 de outubro de 2010

O triste fim de um copo

Ser um copo não é fácil. Alguns têm a sorte de serem comprados por famílias e virarem relíquias. Porém, outros não são tão afortunados assim e acabam parando no paraíso das bebidas: o bar. Como bebidas pedem copos e bebidas tornam as pessoas diferentes do que realmente são, os copos de bares não costumam ter vida longa.

Uma exceção a esta regra era o copo de Pontal do Paraná. Desde sua fabricação, há mais de dez anos ele se sentia diferente. Tinha alguns detalhes especiais. Era mais belo do que os outros simples copos. Tanto que no restaurante em que “trabalhava”, só ficava em mesas especiais. Em seus dez anos de vida, o copo soube muito da vida dos políticos. Sorte que copos não falam. Mas copos pensam.

O copo denominava muitas das pessoas que se utilizam dele. Tanto que no fatídico dia 6 de setembro, o copo suspirou silenciosamente quando viu na mesma mesa “O Feio” e o “Reiquião”. Vale lembrar que muitos dos apelidos que o copo dava as pessoas eram quando estava emerso em bebidas alcoólicas.

O copo rezou para que não ficasse nem com “Feio” e nem com “Reiquião”. Eles não tinham o mínimo cuidado. Eram estúpidos com os copos. Não foram poucas as vezes que tomavam um gole maior o batiam com força na mesa. Eles sempre queriam mostrar que eram “machos de verdade” e quem sofria era o copo. Tanto que o único arranhão do copo de Pontal do Paraná tinha até aquele dia fora feito por Reiquião em uma esquecível ocasião.

As preces não deram certo, mas o recipiente mal saiba que as coisas piorariam. Mal fora colocado na mesa com a ajuda de um humilde e falante garçom que o copo viu que as coisas estavam estranhas. Foi aí que aconteceu. A mesa se mexeu com força e um corpo pesado empurrou o copo para fora da mesa. Era Reiquião, que fora atingido por feio, espatifou o copo e ainda se cortou. O último pensamento do vaidoso copo antes de se quebrar em muitos  pedaços foi “pelo menos consegui por uma vez machucar aqueles que me machucaram por uma longa existência”.

Ps: O copo foi a única vítima fatal do incidente entre o ex-governador Roberto Requião e o diretor comercial do Porto de Paranaguá João Feio.

Crônica escrita para a disciplina de jornalismo opinativo na UEPG em 2010

Um comentário:

รнαмdяσ รнαмz disse...

Parabéns pelo seu Blog esta legal :D

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